quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

«Empatia e Alteridade — a figuração cinematográfica como jogo», de José Bogalheiro


Na capa: Fotograma do filme de E. Rohmer, Die Marquise von O... (1976)


Empatia e Alteridade – a figuração cinematográfica como jogo 
José Bogalheiro 

ISBN: 978-989-8566-40-9 

Preço: 24,53 | PVP: 26 

Formato: 16 x 22 cm  | Número de páginas: 528 

Nas livrarias na última semana de Fevereiro

A incompreensão que, de uma forma ou de outra, acompanhou a exibição pública dos filmes analisados — A PanteraEuropa 1951Lilith e o Seu DestinoA Marquesa de OFala com Ela — irmana-os na colecção de filmes inaceitáveis. A estranheza que os junta, ora pelo que os mesmos tratam, ora pelo modo como as personagens se comportam, ora pelo ponto de vista adoptado pelo realizador, não deixa de ser uma inquietante estranheza. De forma particular, a alteridade que os protagonistas transportam como um corpo estranho no seu seio submete-os a uma dura provação. Que é também uma prova para o espectador participante ao dar-se por tarefa tornar amáveis essas personagens estranhas — única forma de poder compreendê-las — através do método empático.


«“Viver criativamente é sinal de um estado saudável”, que se desenvolve através da manutenção do “contacto com o mundo subjectivo” e do “estabelecimento de relações com a realidade externa”, mas que na origem se apresenta como um paradoxo. No dizer de Donald Winnicott, exprime a distância entre “conceber subjectivamente” e “perceber objectivamente”, dando início a um jogo cuja regra fundamental assenta no facto de que “o bebé cria um objecto, mas o objecto não poderia ser criado se não tivesse já estado lá”. O meu ponto de partida é que os filmes são como os “objectos subjectivos” que nos permitem a loucura de lidar com o mundo que perdemos (porventura, algo equivalente ao “choque imenso que representa a perda da omnipotência” para a criança), pois, através do jogo empático a que chamo figuração cinematográfica, aquilo que os filmes nos trazem, talvez, seja “Uma imprecisa / Coisa feliz”, para o dizer com dois versos de um poema de Fernando Pessoa, a que voltarei.» 

 Da «Apresentação» 



José Bogalheiro nasceu na Covilhã em 1950. Formado em Psicologia pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), fez o curso de Cinema da Escola de Cinema do Conservatório Nacional, actual Escola Superior de Teatro e Cinema, onde é professor desde 1981 e presentemente exerce cargos de vice-presidente e director do Departamento de Cinema. Na actividade profissional no cinema exerceu várias funções com destaque para as de produtor na Trópico Filmes. 

Este livro apresenta a sua tese de Doutoramento em Psicologia, na área de especialização de Psicanálise, realizada no ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida e concluída em 2011. 


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