quinta-feira, 28 de abril de 2022

A Dificuldade de Ser


A Dificuldade de Ser
Jean Cocteau

Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes 

ISBN 978-989-8833-69-3 | EAN 9789898833693 

Edição: Março de 2022 
Preço: 15,09 euros | PVP: 16 euros 
Formato: 14,5 × 20,5 cm (brochado, com badanas)
 Número de páginas: 208

Jean Cocteau: «No fim de contas tudo tem solução, salvo a dificuldade de ser, que não tem solução nenhuma.»

É preciso, repito-o, compreender que a arte não existe enquanto arte, enquanto coisa separada, livre, desembaraçada do criador, e só existe se prolongar um grito, um riso ou um lamento. É o que leva certas telas de museus a fazerem-me sinais e viverem com angústia, enquanto outras estão mortas e só mostram os cadáveres embalsamados do Egipto. 
[Jean Cocteau] 

Em 1947 A Dificuldade de Ser tinha surgido como seu auto-retrato íntimo, espalhado por trinta e um textos de títulos à moralista clássico e a lembrarem-se de uma frase de Fontenelle no leito de morte: «Sinto uma dificuldade de ser.» 
André Fraigneau (num dia de diálogos): Por que escreveu A Dificuldade de Ser? 
Cocteau: O impudor é o meu heroísmo; lavo a roupa suja em público. Além disso, eu podia trabalhar ali o estilo que me agrada: Montaigne, Stendhal, o Código de Napoleão, o Hugo das Choses vues e Balzac que escreve muito bem, desculpe que lho diga.
André Fraigneau: Para si, Balzac escreve bem?
Cocteau: Ah, sim! Ele diz o que quer dizer. O estilo é isso. O mau estilo é Flaubert, o das pessoas que fazem poses. Devemos procurar ser exactos como os algarismos e, custe o que custar, dizer o que queremos dizer; acertar no alvo sem as poses do atirador presunçoso.
Flaubert é o atirador presunçoso. Há no seu túmulo este aviso: Continuo convosco. E quarenta e oito anos antes tinha escrito no poema «Discurso do Grande Sono»:
Uso uma tinta que é o sangue azul de um cisne, 
E sempre que é preciso ele morre para estar mais vivo. 
[Aníbal Fernandes]

Casa de Incesto

Casa de Incesto
Anaïs Nin

Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes

ISBN 978-989-8833-73-0 | EAN 9789898833730

Edição: Abril de 2022
Preço: 11,32 euros | PVP: 12 euros
Formato: 14,5 × 20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 144

Anaïs Nin: «A minha primeira visão da terra foi uma água sem transparência. Sou da raça de homens e mulheres que vêem todas as coisas através desta cortina de mar, e os meus olhos são cor de água.» 

O seu nome. Naquele registo de Neuilly-sur-Seine e numa página de Fevereiro de 1903 consta que o seu pai, um pianista cubano, e a sua mãe vagamente cantora com uma complicada ascendência de dinamarqueses, cubanos e franceses, lhe deram um nome de linha inteira; e vemo-nos incitados a percorrer num esforço de nove palavras, não menos, as que lhe chamam Angela Anaïs Juana Antolina Rosa Edelmira Nin y Culmell. Tudo o que veio a parecer-lhe — mesmo num tempo de alargados nomes que eram aviso de bons nascimentos — excessivo; e que aos vinte e nove anos de idade, quando teve de designar-se como escritora, fê-la chegar na sua folgada sucessão de títulos à simplificação que a resumia num Anaïs Nin agradável na música e que também soaria, num mais atento mundo de leitores, como Ana is (é) NIN, «a Ana é NIN», ou seja, marcada pelo I «eu» entalado entre idênticos e inter-negativos opostos — entendam-se aqui o sexo, os desejos e a vida. […] 
Aos trinta e três anos de idade, Anaïs ainda não era autora publicada de nenhum dos seus romances; o seu nome nas letras podia apenas reivindicar a autoria de um ensaio sobre Lawrence e de um poema em prosa, Casa de Incesto, que parecia dever tudo aos franceses do surrealismo. Diz-nos o seu Diário: umas trinta páginas de prosa poética, escrita de uma forma totalmente imaginativa, uma explosão lírica. […]
Stuart Gilbert, o erudito inglês, o «imbatível» tradutor da prosa de Cocteau para a sua língua, foi entre todos o mais expressivo e o que mais alegria deu a Anaïs Nin: «É evidente que o autor de Casa de Incesto teria, numa época mais recuada, terminado a sua carreira na fogueira — na boa companhia, seria inútil dizê-lo, de Joana d’Arc. Porque há qualquer coisa de inquietante na sua clarividência. É como se ela tivesse bebido uma poção ou descoberto um sortilégio que lhe desse acesso a esse mundo subterrâneo que à entrada tem escrito este aviso: “Vós, que aqui entrais, abandonai toda a consciência!” É preciso coragem para alguém se lançar nesta busca, e além de coragem, perspicácia e um delicado sentido de equilíbrio e o abandono de si.Todas estas qualidades, e com elas uma habilidade pouco comum a manejar as palavras e os ritmos, são evidentes na obra de Anaïs Nin.» 
[Aníbal Fernandes]

A Vida Apaixonada da Grande Catarina

A Vida Apaixonada da Grande Catarina 
Princesa Lucien Murat

Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes 

ISBN 978-989-568-017-7 | EAN 9789895680177 

Edição: Abril de 2022 
Preço: 11,32 euros | PVP: 12 euros 
Formato: 14,5 × 20,5 cm (brochado, com badanas) 
Número de páginas: 144

«Os sinos dão pancadas no céu, acompanhando com o seu dobre abafado pela neve a galante imperatriz de triunfos e aventuras que agitaram a Europa; que teve a vitória e o amor a seu soldo sem nunca saborear, na vida amorosa, a alegria de ser conquistada nem o tão feminino prazer de enganar.» 

Marie, a sua mãe e uma criadagem que incluía Émile, Vincent e Adèle, partiram num expresso do Oriente que ia parando em capitais da Europa até chegar dez dias depois a Petersburgo, onde a alta sociedade falava francês atraiçoando a língua russa de futuros Tolstóis e Dostoiévskis, descendo-a até ao contacto com criados ou a acidentais falas com gente do povo. Imaginem-se estas convidadas numa sucessão de castelos, bailes e reverências; destinatárias de convites que não lhes deixavam tempo para sentir a verdadeira Rússia, exterior a dourados salões. Marie encantou-se com o rasto deixado pela imperatriz Catarina nos cenários que ia percorrendo e que insistiam, apesar de um século já passado, em não apagar o seu poderoso fantasma. Salomé Chalandon escreverá: «Marie partilha com a imperatriz um ponto comum: uma ingénua candura que oculta por vezes o raciocínio de uma aguda inteligência. E muitas outras coisas quando começar, anos mais tarde, a escrever a sua biografia e descobrir que atrás de A Vida Apaixonada da Grande Catarina se perfila num ponto e noutro a vida da própria Marie.» 
[…] 
Desde meados do século XIX eram conhecidas as Mémoires de l’Impératrice Catherine II par elle-même, a principal fonte da biografia da Princesa Lucien Murat. Este texto, sem grande valor literário, deu à princesa o direito a pormenores que poderiam, na descrição de cenários e sentimentos, tomar-se por liberdades de um biógrafo-romancista. Embora haja nesta obra elementos exteriores às confissões íntimas da imperatriz, poderá dizer-se que é na sua maior parte fiel à visão que a própria biografada dá a respeito do seu percurso amoroso e do seu triunfo político; e que se fez seu principal encanto a «passagem a autêntica literatura» de um texto escrito em francês por uma imperatriz russa sem vocação para as letras. 
[Aníbal Fernandes]

Falar com o Tempo

Falar com o Tempo 

Ilda David’ 

Textos de Sérgio Fernando da Silva Costa, Thierry Santos, Nuno Faria 

ISBN 978-989-568-014-6 | EAN 9789895680146 

Edição: Abril de 2022 
Preço: 20,76 euros | PVP: 22 euros 
Formato: 17 × 23,5 cm (brochado, com sobrecapa) 
Número de páginas: 144 

Com o apoio da Câmara Municipal da Guarda | Museu da Guarda 
Edição bilingue: português-inglês


Thierry Santos: «Este é o catálogo da exposição Falar com o Tempo, de Ilda David’, que esteve patente ao público no Museu da Guarda, de 10 de Fevereiro a 18 de Abril de 2022, e exibiu obras realizadas maioritariamente nos últimos três anos.»


Às pinturas de Ilda David’ aflui uma multitude de gestos e de vozes, vindas de tempos, de lugares e com fôlegos diferentes. Uma experiência de intensidades, uma viagem sem ideia de regresso. 
Ouçamos os títulos das (séries de) pinturas agora expostas: Peregrino, O viandante, Homem silvestre, Génesis, A luz entra na caverna, Sol a sol, Águas estreitas, Evaporação. Dão-nos o mote e o espírito de um percurso longo, lento, denso, que se vai tecendo desde o princípio dos anos 1980, quando frequentou a Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. 
Exercício espiritual e busca fenomenológica, meditação e contemplação, visão interior e vibração, a prática pictórica de Ilda David’ constitui-se a partir de uma abertura total ao mundo e às mais diversas formas visíveis e invisíveis de existência. 
Sobretudo nos últimos anos do seu trabalho, sobre os quais incide esta exposição, essa empatia manifesta-se, na maior parte dos casos, mais do que pela tematização da natureza, pela fusão dos seus elementos e pela tradução quase material do seu sincretismo. 
As aproximações ao mundo natural que Ilda David’ incansavelmente e metodicamente enceta são como caminhadas. Erráticas errâncias, por vezes, metódicos percursos, apoiados numa cartografia literária e iconográfica, outras vezes. Fá-lo em solitário mas acompanhada de todos os autores e autoras que são a sua comunidade fraterna e cósmica. Místicos, românticos, contempladores, botanistas, semeadores, viajantes, poetas, pintores, astrónomos e outros. 
O seu trabalho é uma espécie de herborização cujo programa seria tornar a vida em obra e a obra em vida. Uma recolha atenta aos pequenos pormenores e aos amplos e aos vastos saberes contidos no mundo. Uma caminhada, um exercício vitalista, «um lugar onde se vai respirar», parafraseando Eça sobre os livros de Júlio Dinis. 
[Nuno Faria]

Devagar, a Poesia

Devagar, a Poesia 
Rosa Maria Martelo


ISBN 978-989-8833-81-5 | EAN 9789898833815 

Edição: Março de 2022 
Preço: 15,09 euros | PVP: 16 euros 
Formato: 14,5 × 20,5 cm (brochado, com badanas) 
Número de páginas: 224 

Colecção «Linhas de Fuga»

Como qualquer outra arte, a poesia produz uma interrupção no curso do tempo, e essa intempestividade é experimentada de forma libertária tanto por quem a escreve quanto por quem a lê. 


Este livro procura apreender a experiência temporal expansiva gerada pelo discurso poético enquanto forma de resistência, e acompanha alguns processos de inquirição do tempo em que vivemos, dos ritmos com que vivemos. Essa inquirição envolve uma atenção exacerbada ao vocabulário, aos modos de dizer. E passa, de maneira não necessariamente explícita, pela inquirição metadiscursiva e pela experimentação do discurso. Somos as palavras que dizemos, mas também somos a recusa de muitas outras, que não iremos proferir nunca. Palavras que instituem papéis sociais injustos, regulações e normas discutíveis, palavras que tantas vezes espartilham a imaginação e a possibilidade de outros mundos. Como se não houvesse alternativa. 
[…] 
Passámos a viver isolados, a marcar encontros em ambientes digitais que nos parecem tremendamente insípidos, mesmo se em grande parte lhes devemos o pouco contacto que nos foi possível manter nas fases mais críticas. A vida parece suspensa, como se, entre o passado e o futuro, habitássemos um hiato, um intervalo que ninguém sabe ao certo quando e como vai terminar. Neste mundo ferido de estranha irrealidade, o discurso da poesia mantém-se tremendamente real, denso. Percebemos que a suspensão gerada pelo tempo da poesia nada tem a ver com estas formas de parálise porque releva de outro tipo de suspensão, feita de possibilidade e expectativa criadora. E de memória, também. Pela sua natureza libertária, a poesia não pactua com o esquecimento dos erros e das sujeições do passado. É deles que nos preserva quando nos faculta uma outra experiência do tempo, mais introspectiva e menos maquínica, ou quando ouve e experimenta o que alguns, antes de nós, sonharam como possível. Quando valoriza e exemplifica a dúvida, a possibilidade e a expectativa, a poesia preserva-nos do pior, ainda que não lhe caiba mostrar-nos um caminho a seguir. 
[Rosa Maria Martelo]

Martha Nussbaum – Uma Filosofia Comprometida com a Cidade

Martha Nussbaum – Uma Filosofia Comprometida com a Cidade 
Fernanda Henriques


ISBN 978-989-568-006-1 | EAN 9789895680061 

Edição: Março de 2022 
Preço: 13,21 euros | PVP: 14 euros 
Formato: 16 x 22 cm (brochado) 
Número de páginas: 136 

Com o apoio do Grupo de Filosofia Prática LabCom.IFP


Trazer a filosofia para o espaço público onde se jogam os grandes problemas da nossa vida coletiva, retirando-a do mero enclausuramento académico. 


Martha Nussbaum é, sem qualquer sombra de dúvida ou de controvérsia, uma das mais conhecidas personalidades filosóficas da atualidade. 
A sua vastíssima obra cobre uma diversidade de temáticas todas elas alinhadas com questões centrais no debate filosófico contemporâneo e, por outro lado, expressam uma clara decisão de trazer a filosofia para o espaço público onde se jogam os grandes problemas da nossa vida coletiva, retirando-a do mero enclausuramento académico. 
A presente publicação pretende divulgar o pensamento de Martha Nussbaum e trata de algumas das temáticas centrais do pensamento de Nussbaum, nomeadamente, a das relações entre filosofia e literatura, a das questões da justiça, a sua defesa das humanidades como sustentáculo da vida democrática e a sua perspetiva sobre o feminismo. 

O livro é constituído por quatro capítulos, cada um deles desenvolvendo uma temática específica. O primeiro capítulo, com o título «Humanidades, democracia, justiça e igualdade», ocupa-se da perspetiva de filosofia de educação de Martha Nussbaum. O segundo capítulo, intitulado «Filosofia e Literatura», além de uma apresentação da própria temática da relação entre a filosofia e a literatura, faz uma exploração do tema no pensamento de Nussbaum e de Paul Ricoeur. O terceiro capítulo, com o título «Reconhecimento, capacitação e justiça social», propõe o cruzamento entre o pensamento sobre as capacidades de Nussbaum e a perspetiva do reconhecimento de Ricoeur, no sentido de levar mais longe a proposta de Nussbaum. Finalmente, o quarto capítulo, intitulado «A Modernidade normativa e universalista do feminismo de Martha Nussbaum», parte da polémica entre Nussbaum e Judith Butler para apresentar a posição própria e controversa de Martha Nussbaum acerca do feminismo. 
[Fernanda Henriques]

Uma Coisa não É Outra Coisa – Teatro e Literatura


Uma Coisa não É Outra Coisa – Teatro e Literatura
José Maria Vieira Mendes

Design gráfico de Horácio Frutuoso

ISBN 978-989-8833-90-7 | EAN 9789898833907

Edição: Abril de 2022
Preço: 15,09 euros | PVP: 16 euros
Formato: 17 x 24 cm (brochado)
Número de páginas: 208

Com o Teatro Praga (colecção «Sequência»)

O teatro e a literatura são diferentes porque são duas coisas, duas pessoas. À partida não há qualquer distância entre as duas artes, tal como não há entre uma viagem de barco pelo Amazonas e uma equação física ou entre a cidadania e uma pintura da Idade Média. 

As distâncias são fruto de uma proposta de relação que, como tentei demonstrar, alimenta frustrações e imobiliza identidades. O que proponho implica reconhecer o outro no encontro e identificar o óbvio: eu não sou tu. A diferença deixa de ser eterna e constante, passa a ser negociável, mutável e não dependente da semelhança. Acontece a cada momento, comportando simultaneamente o que é conhecido, as histórias e as certezas. Nisto participa no jogo da existência, no mundo em movimento. 
Não há, à partida, qualquer contradição entre o teatro e a literatura, não existe qualquer oposição, dissociação ou diferença, nem qualquer relação necessária. O reconhecimento da separação e da intransponibilidade, o facto de eu não ser tu ou de uma pessoa não ser outra permite um pensamento mais livre sobre o teatro e a literatura porque não estaremos condicionados por um só tipo de relação, nem por um conhecimento exclusivo da disciplina; escaparemos, tanto quanto possível, a uma autoridade que precede e limita o objeto. 
A inexistência de uma solução para o problema da relação entre o teatro e a literatura conforme ele é apresentado ao longo dos tempos por diferentes histórias do teatro, autores teatrais e dramáticos, bem como críticos ou académicos, deve-se à própria formulação do problema. Ao reformular o problema, deixamos de estar dependentes de uma descrição epistemológica de cariz dualista que segue em busca de uma solução para as dúvidas e colocamo-nos dentro de um quadro de aceitação ou de reconhecimento de uma ontologia própria e escandalosa, abrindo esta relação ao quotidiano. É por isso que não devemos negligenciar o papel da vontade nesta equação. As descrições antiliterárias, pós-dramáticas ou a defesa do teatro literário insistem, porque é a sua vontade, em tornar compreensíveis e iluminar o que observam. 
Para complementar a afirmação de que uma coisa não é outra coisa é necessário então uma disponibilidade ou vontade própria do observador. Depois de descrições várias de teatro e da sua relação com a literatura, concluirei com o modo como o reconhecimento da vontade e um outro conceito de conhecimento podem afetar as descrições de espetáculos e literatura dramática, o olhar do leitor e do espectador e a relação deste com a obra que lê ou vê. Isto porque, mais do que abrir possibilidades e significados para o teatro e literatura, me interessa reconhecer outros pares, de que espetáculo e espectador são exemplos, capturados por uma lógica antinómica que limita significados. 
[José Maria Vieira Mendes]

Cartoons do Ano 2021


Cartoons do Ano 2021 
António Antunes, André Carrilho, Cristina Sampaio, João Fazenda, Vasco Gargalo, António Maia, Henrique Monteiro, Rodrigo de Matos, Cristiano Salgado, Nuno Saraiva, Pedro Silva 

Curadoria e coordenação editorial de António Antunes
Introdução de Fernando Paulo Ferreira
Apresentação de Manuel Carvalho
Comentários de José António Lima

ISBN 978-989-568-012-2 | EAN 9789895680122

Edição: Abril de 2022 
Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros 
Formato: 17 x 24 cm (encadernado) 
Número de páginas: 128 (a cores) 

Com a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira 
Edição bilingue: português-inglês


«Se uma imagem vale por vezes mais do que mil palavras, um cartoon pode valer muito mais do que mil imagens.» 



A palavra significa, a imagem revela, o cartoon vai às causas profundas e faz emergir pela sátira ou pelo humor o significado e a revelação do que é uma pessoa, um facto, um acontecimento. Não é sem razão que a imprensa e o jornalismo em geral se aproveitam dos cartoons para explorar o seu potencial informativo. Se a notícia ou a reportagem tem de ser e parecer séria, o cartoon é uma espécie de notícia ou reportagem à solta, sem estribos, sem formalismos, inteiramente livre sem poder deixar de ser radicalmente autêntico. Uma espécie de condimento especial que enriquece o jornalismo e o torna mais vívido, intenso e atrativo. 
[…] 
Num país tantas vezes sisudo, avesso a riscos, embrenhado na ordem e na hierarquia ou subordinado ao respeitinho, os cartoons e os cartoonistas fazem mais falta do que em outro lado. Ao tornar a seriedade artificial ou institucional risível, ao subverter a noção da respeitabilidade pública ou política, ao exacerbar a hipocrisia pelo traço ou o conservadorismo pela cor, eles ajudam a tornar o nosso espaço público mais habitável e democrático. 
[…] 
Devemos muito aos cartoonistas, aos nossos cartoonistas. Nós, os jornalistas, mas também todos os que se divertem, refletem, indignam, protestam e criticam as suas criações. Porque, em última instância, há no seu mester um irreprimível instinto de liberdade, uma saudável propensão para demolir convenções ou, pelo menos, para as causticar. Um mundo sem este instinto e sem esta propensão seria sem dúvida muito pior. 
[Manuel Carvalho]

Desenhos à Margem – Sideline Drawings

 

Desenhos à Margem – Sideline Drawings 
Osmani Simanca 

Curadoria e coordenação editorial de António Antunes 
Introdução de Fernando Paulo Ferreira 
Apresentação de Hermenegildo Sábat

ISBN 978-989-568-018-4 | EAN 9789895680184 

Edição: Abril de 2022 
Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros 
Formato: 17 x 24 cm (encadernado) 
Número de páginas: 128 (a cores)
Com a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira 

Edição bilingue: português-inglês

Hermenegildo Sábat: «As condições de Osmani Simanca estão à nossa vista: é um excelente cartoonista com grande habilidade cromática. As suas virtudes são: um supremo sentido de humor, uma ironia compassiva e uma percepção dos acontecimentos, sejam felizes ou tristes, que temos de vivenciar. A integração das condições e das virtudes transformou-o numa importante referência do jornalismo continental, numa profissão onde nem sempre se ganha amigos.» 



A par com os Cartoons do Ano, a presença de um cartoonista internacional na Cartoon Xira é já uma componente essencial desta grande mostra dedicada ao desenho humorístico e mordaz. […] Através da Cartoon Xira, a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira continua a divulgar o que de melhor se faz à escala nacional e internacional no âmbito do cartoon. 
[Fernando Paulo Ferreira] 


Osmani Simanca nasceu em 1960 em Santa Clara, Cuba. Formou-se na Academia de Belas-Artes San Alejandro e no Instituto Superior de Arte em Havana. Começou a sua carreira em 1975, no jornal humorístico Dedeté no seu país natal. Foi cartoonista editorial do jornal A Tarde (2002-2017), em Salvador, Bahia, Brasil. Em 1994 recebeu a Distinção pela Cultura Nacional do Ministério de Cultura da República de Cuba. Em 1995 mudou-se para o Brasil, onde se naturalizou brasileiro. Os seus desenhos têm sido publicados em inúmeras revistas e jornais de todo o mundo. Entre os seus prémios destacam-se: Primeiro Prémio Perenquén de Oro, VII Bienal de Caricatura y Dibujo Humorístico de Tenerife, Ilhas Canárias, Espanha (2002); Primeiro Prémio (Gag Cartoon), World Press Cartoon 2009, Sintra, Portugal (2009); Terceiro Prémio, The United Nations Correspondents Association, Ranan Lurie Political Cartoon Award for the Year, Nova Iorque, EUA (2005-2010); Prémio de Jornalismo Vladimir Herzog de Amnistia e Direitos Humanos (categoria Artes), São Paulo, Brasil (2017).