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terça-feira, 25 de junho de 2019
quarta-feira, 19 de junho de 2019
Bons encontros e boas leituras!
Marque encontro com os livros Sistema Solar e Documenta
na sua livraria habitual, em www.sistemasolar.pt ou na
Livraria Sistema Solar
domingo, 16 de junho de 2019
sábado, 15 de junho de 2019
sexta-feira, 14 de junho de 2019
quinta-feira, 13 de junho de 2019
quarta-feira, 12 de junho de 2019
Emanuele Coccia I Guimarães, 29 de Junho de 2019
«Os insectos, que são os mestres do casulo e da transformação, enganaram-nos, propõe o filósofo italiano Emanuele Coccia. Os insectos fizeram-nos acreditar que o casulo é uma ferramenta efémera, quando, pelo contrário, ela é a forma como mantêm uma relação com o resto dos vivos e com o planeta. Este professor da École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), em Paris, que coloca a natureza no centro do seu pensamento com obras como A Vida Sensível (2010), O Bem nas Coisas (2013) [Documenta, 2016] ou A Vida das Plantas (2016) [Documenta, 2019] é o convidado do CIAJG [Centro Internacional das Artes José de Guimarães] para a conferência de Junho.»
«[…] é um dos melhores retratos geracionais, culturais e de "mundo" da geração dos anos 60.» I José Pacheco Pereira
«O nosso "team musical", "os da Beatlomania", etc., liderado pelo Luís Pinheiro de Almeida, continua a organizar os fundos vastíssimos do Mundo da Canção. Estão a ser limpos, organizados e inventariados, sendo substituídas as caixas antigas deterioradas por novas. O Luís publicou esta semana um livro de cartas que enviou nos anos 60 com o título Com os Beatles Caro Jó, que, a julgar por algumas cartas lidas ao telefone, é um dos melhores retratos geracionais, culturais e de "mundo" da geração dos anos 60. A dificuldade de ler as cartas ao telefone é grande porque são tão divertidas e "vivas" que o riso é convulsivo. Vamos ter de apresentá-lo em todos os nossos pontos de recolha, a começar pelo Barreiro. Urbi et Orbi.»
José Pacheco Pereira, «Ephemera — Biblioteca e Arquivo de JPP»
domingo, 9 de junho de 2019
Feira do Livro de Lisboa I 9 de Junho de 2019
Livro do Dia 29 / 17,40
«É que nós julgamos saber muita coisa mas, muito socraticamente,
só sabemos que nada sabemos.»
[Jorge Pinheiro]
Promoção 16 / 9,60
«Em tempos que não exigiam aos mundos do trabalho e do êxito social um certificado comprovador de estudos académicos, de bom-tom era mostrar que se dispensavam as más convivências do ensino público, fazendo tudo passar-se em ambientes domésticos e com mestres privativos. Nasceu assim o preceptor.»
[Aníbal Fernandes]
sábado, 8 de junho de 2019
Feira do Livro de Lisboa I 8 de Junho de 2019
Livro do Dia 25 / 15
«talvez possamos conversar um pouco – sobre a vida em geral»
[Mário Cesariny]
Promoção 15 / 9
Uma certa quantidade de gente à procura
de gente à procura de uma certa quantidade
[Mário Cesariny]
Esta edição inclui poemas de Mário Cesariny,
em edição bilingue (português-inglês), com traduções de Jethro Soutar e Richard Zenith
Etiquetas:
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Maria Etelvina Santos,
Mário Cesariny,
Richard Zenith
sexta-feira, 7 de junho de 2019
Beatles na Documenta e na Feira do Livro de Lisboa
Apresentação do livro
Com os Beatles, caro Jó, de Luís Pinheiro de Almeida,
por Fernando Correia de Oliveira.
7 de Junho de 2019
Feira do Livro de Lisboa, Parque Eduardo VII.
Feira do Livro de Lisboa I 7 de Junho de 2019
Livro do Dia 15 / 9
«Rimbaud – Simples como uma floresta virgem, e belo como um tigre.»
[Paul Verlaine]
Promoção 18 / 10,80
«Nesta natureza intacta, cidade imaginária, nos encontramos.»
«Nesta natureza intacta, cidade imaginária, nos encontramos.»
[Duarte Belo]
Pavilhão D16
Parque Eduardo VII, 29 de Maio a 16 de Junho de 2019
Durante o período da Feira do Livro,
faremos os mesmos descontos (livros Sistema Solar e Documenta) na
Livraria Sistema Solar I Passos Manuelfaremos os mesmos descontos (livros Sistema Solar e Documenta) na
Rua Passos Manuel, 67 B, 1150-258 Lisboa,
segunda-sexta: 10h-13h; 14h-19h
telefone 210 117 010; e-mail: livraria.pm(arroba)sistemasolar.pt
segunda-sexta: 10h-13h; 14h-19h
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quinta-feira, 6 de junho de 2019
Feira do Livro de Lisboa I 6 de Junho de 2019
Livro do Dia 15 / 9
Como rei, possuía essa altivez de porte, essa majestade sobranceira que o igualava a Luís XIV e que devia enlouquecer de orgulho a mulher que o visse rendido a seus pés, suplicante e apaixonado.
Promoção 28 / 16,80
Em Interferências é apresentado um importante conjunto de desenhos e pinturas de Jorge Martins, produzidos desde o início da sua carreira até à actualidade, que são testemunhos directos do longo percurso artístico previsto por Vieira da Silva.
Pavilhão D16
Parque Eduardo VII, 29 de Maio a 16 de Junho de 2019
Durante o período da Feira do Livro,
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quarta-feira, 5 de junho de 2019
Feira do Livro de Lisboa I 5 de Junho de 2019
Livro do Dia 16 / 9,60
«O que aqui se pode ler é assim uma descrição dos contextos político, social e cultural da vida de Júlio Pomar, dando importância às suas facetas de crítico e historiador e teorizador da arte.»
[Irene Flunser Pimentel]
Promoção 12 / 7,20
«Ainda que sobre estas terras caia o esquecimento, de uma humanidade que esconde o seu medo da natureza na profundeza frágil das cidades, um dia talvez tenhamos que regressar a estes territórios.»
[Duarte Belo]
Pavilhão D16
Parque Eduardo VII, 29 de Maio a 16 de Junho de 2019
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terça-feira, 4 de junho de 2019
Luís Pinheiro de Almeida, com os Beatles, na Feira do Livro de Lisboa [convite]
Luís Pinheiro de Almeida nasceu e viveu em Coimbra até aos 17 anos. Foi aí que, em 1963, ouviu pela primeira vez os Beatles e partilhou a sua nova paixão com os amigos do Bairro e do Liceu.
Em 1965, quando veio viver para Lisboa, descobriu um novo mundo que passou a relatar, quase diariamente, aos seus amigos de Coimbra.
As cartas que escrevia para o amigo Jó (Jorge Carvalho, falecido em 2017), na altura vocalista do grupo Protões, com o registo do que acontecia em Lisboa sobre discos, rádio, cinema, bailes, jornais, concertos, vivências, tudo, ajudaram, segundo Jó, a encurtar a distância entre Coimbra — uma cidade onde não existia informação — e o Mundo.
Outro amigo de Coimbra, Rui Mesquita Branco, conta que quando recebia as cartas do Luís, o Jó convocava os amigos para sua casa e as novidades eram «devoradas linha a linha» por todos.
Agora, é graças a Jó, que guardou essas cartas durante 50 anos, que podemos descobrir como era, nos anos 60, o dia-a-dia de um miúdo de 17 anos… fã dos Beatles, em Lisboa.
As cartas reunidas neste livro são um verdadeiro documento porque nos falam, na linguagem da época, dos discos, dos tops, dos programas de rádio, dos filmes, dos namoros, das férias de um teenager português numa época muito diferente da de hoje.
O livro de Luís Pinheiro de Almeida — com prefácio do colega de Faculdade do autor, Marcelo Rebelo de Sousa — vai ser lançado sexta-feira, dia 7 de Junho de 2019, às 17h, no Auditório da Feira do Livro de Lisboa.
Feira do Livro de Lisboa I 4 de Junho de 2019
Livro do Dia 21 / 12,60
[...] a poesia de tradição moderna apresenta-se muitas vezes como uma espécie de cinema, uma arte na qual o fluxo das imagens desempenha um papel determinante.
Promoção 40 / 24
«Sentado num degrau da escada estava um sema.
O seu aspecto era semelhante ao duma salsicha azul-clara.
Todos os que o viam achavam estranho e diziam: é metafísico.
Ninguém reparava que era azul.»
[Ana Hatherly, «Tisana 138», 463 Tisanas]
Pavilhão D16
Parque Eduardo VII, 29 de Maio a 16 de Junho de 2019
Durante o período da Feira do Livro,
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Livraria Sistema Solar I Passos Manuelfaremos os mesmos descontos (livros Sistema Solar e Documenta) na
Rua Passos Manuel, 67 B, 1150-258 Lisboa,
segunda-sexta: 10h-13h; 14h-19h
telefone 210 117 010; e-mail: livraria.pm(arroba)sistemasolar.pt
segunda-sexta: 10h-13h; 14h-19h
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segunda-feira, 3 de junho de 2019
Tirano Banderas — Novela de Terra Quente I Ramón del Valle-Inclán
Tirano Banderas — Novela de Terra Quente
Ramón del Valle-Inclán
Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes
ISBN 978-989-8833-39-6 | EAN 9789898833396
Edição: Maio de 2019
Preço: 18,87 euros | PVP: 20 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 288
À custa de ironia e força demolidora
eficaz retrato do mundo demencial do Tirano.
O tempo pôs em destaque dois momentos altos na sua vasta produção literária. É hoje admirado pelas Sonatas (publicadas entre 1902 e 1905), quatro novelas independentes numa excelente prosa modernista (memórias fictícias do marquês de Bradomín psicologicamente dominadas pelas sucessivas estações do ano), mas ainda mais lido no seu Tirano Banderas, o primeiro «romance de tirano» (1926) entre os que hoje conhecemos com exemplos espalhados pelas várias literaturas da América Latina.
O que escrevi antes de Tirano Banderas é musiquinha de violino, dizia o seu autor, reforçando a sua ideia com esta insistência: digo-vos que «musiquinha», e má musiquinha de violino. Tirano Banderas é a primeira obra que eu escrevo. Começa agora o meu trabalho.
Valle-Inclán procurava, com esta radical visão da sua própria obra, sobrepor-se às vozes que um pouco por todo o lado
faziam críticas nem sempre abonatórias à criação da imaginária Santa Fe de Tierra Firme, que ele deixava fluidamente localizada mas dando-lhe, sem dúvida, um muito forte sabor a México.
[…]
Numa carta ao escritor mexicano Mariano Azuela, Valle-Inclán tentou esclarecer a génese da sua novela: a maior parte dos acontecimentos narrados foram compostos com o material que recolhi em conversas com revolucionários de diferentes classes e matizes, sobretudo das práticas que entre eles existiam, com insuperável interesse pela sua autenticidade e significado. os instintivos deixavam-se adivinhar com grande facilidade, mesmo nos pensamentos mais íntimos que queriam manter ocultos. a minha colheita foi feita em quartéis, hospitais, restaurantes, fandangos, caminhos de carroças, comboios e em todos os lados. Mas muitos acontecimentos estão referidos de uma forma completamente diferente daquela que eu presenciei.
[…]
Grande parte dos seus capítulos foram previamente publicados como textos independentes, reunidos e retocados para formarem a «novela de terra quente» que viria a chamar-se Tirano Banderas e que também cumpre a difícil tarefa de integrar na língua castelhana central os modismos que o autor absorveu durante as suas permanências na América Latina.
[Aníbal Fernandes]
As Portas do Paraíso I Jerzy Andrzejewski
As Portas do Paraíso
Jerzy Andrzejewski
Tradução e apresentação de Diogo Ferreira
ISBN 978-989-8833-40-2 | EAN 9789898833402
Edição: Maio de 2019
Preço: 11,32 euros | PVP: 12 euros
Formato: 14,5 × 20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 128
«o senhor Deus todo-poderoso revelou-me que face à cobarde cegueira dos reis, dos príncipes e dos cavaleiros convém que as crianças cristãs façam graça e caridade à cidade de Jerusalém que está nas mãos dos turcos infiéis, porque mais fortes do que todos os poderes na terra e no mar a fé confiante e a inocência das crianças são capazes de realizar as maiores maravilhas»
O valor que As Portas do Paraíso tem é um tanto caleidoscópico; existe nele uma diversidade de intenções, sentimentos mais ou menos intencionais, que fazem lembrar um esquema cromático. Além disto, a forma como a narrativa se move parece ter o mesmo sentido e ritmo da vida humana que, não sabendo amiúde para onde se dirige, continua.
Na sua génese, o livro seguiu o seu caminho. Andrzejewski, na revista Nova Cultura, escreveu isto: «Eu tinha imaginado, durante muito tempo, que poderia abraçar neste livro a história inteira da Cruzada das Crianças. A presente edição d’As Portas do Paraíso devia apenas constituir o primeiro capítulo do romance, capítulo intitulado “A Confissão”. Só quando redigi o terceiro capítulo é que, por sugestão de dois amigos particularmente favoráveis a esse livro, me dei conta que esse primeiro capítulo representava em todos os aspectos um todo acabado, completo.» E catorze anos mais tarde, no dia 1 de Abril, registou assim no seu diário: «(…) penei três anos para escrever este livro, é verdade, arranjando de diferentes formas os fios temáticos enredados. Três semanas bastaram-me para o preparar, assim que tive o todo sob os olhos. Escrito não somente numa só frase mas, por assim dizer, de um só fôlego.»
[Diogo Ferreira]
Nos Passos de Etty Hillesum I Filipe Condado, José Tolentino Mendonça
Nos Passos de Etty Hillesum
Filipe Condado, José Tolentino Mendonça
Fotografias e selecção de textos de Filipe Condado
Traduções do neerlandês de Maria Leonor Raven-Gomes (Diário), Ana Leonor e
Patrícia Couto (Cartas)
ISBN 978-989-8902-79-5 | EAN 9789898902795
Edição: Maio de 2019
Preço: 16,98 euros | PVP: 18 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm (brochado)
Número de páginas: 168 (a cores)
Com o apoio da GIEFARTE
José Tolentino Mendonça: «Filipe Condado é o primeiro autor a concretizar aquilo que está mais perto de ser um projecto de fotobiografia dela [Etty Hillesum].»
[…] fui desafiado pelo José Tolentino Mendonça a participar numa peregrinação à Holanda — Nos Passos de Etty Hillesum —, organizada pela Capela do Rato em Lisboa. Propósito: não apenas conhecer a sua vida e os seus lugares, mas sobretudo entrar na sua espiritualidade e deixar-se transformar por ela.
Além de integrar o grupo como peregrino, tinha a missão de produzir um registo fotográfico que pudesse, mais tarde, com uma escolha de textos do seu Diário, vir a ser materializado num livro ou numa exposição.
[…]
Em Amesterdão hospedei-me perto da casa da Etty, pois queria fazer daí o meu ponto de partida.
No primeiro dia, noite adentro, percorri inúmeras vezes o caminho entre a sua casa e a casa de Julius Spier («o parteiro da sua alma»). Esperava com isso encontrar inspiração, mas nada acontecia. Ao frio e debaixo de chuva, senti-me como um mendigo perdido pelas ruas de Amesterdão. Numa das voltas, sentei-me naquelas escadas do n.º 27 da Courbetstraat, onde Etty também se terá sentado a absorver os progressos que o seu coração ia fazendo. Mas nem aí me saía nada. Senti que era tudo demais para mim.
Voltei ao caminho e, a dada altura, percebi que a chuva intensa me conduzia o olhar para o chão, impedindo-me de ver o que se passava à minha volta.
Levantei a cabeça como quem deixa de olhar para dentro e comecei a fixar-me no interior das casas. O escuro da rua e o enquadramento das próprias janelas criavam a ilusão de estar no cinema a ver filmes de vidas reais: amigos à volta de uma mesa; casais aconchegados no sofá; crianças de pantufas aos saltos na cama. Cenas familiares de um quotidiano feliz e tranquilo.
Quando cheguei de novo a casa da Etty, também olhei para dentro, mas estava tudo apagado.
Então, senti que tinha diante de mim o seu legado.
[…]
Ela, como ninguém, ensinou-me a importância de exercitar a gratidão.
Ela, como ninguém, mostrou-me que é o facto de esperarmos um destino comum que nos faz cúmplices e irmãos na aventura do caminho.
[Filipe Condado]
A Vida das Plantas — Uma Metafísica da Mistura seguido de «Ser o mundo» I Emanuele Coccia
A Vida das Plantas — Uma Metafísica da Mistura seguido de «Ser o mundo»
Emanuele Coccia
Edição de Pedro A.H. Paixão
Tradução de Jorge Leandro Rosa
Iconografia de Carla Filipe
ISBN 978-989-8902-61-0 | EAN 9789898902610
Edição: Maio de 2019
Preço: 16,98 euros | PVP: 18 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm (brochado)
Número de páginas: 228 (a cores)
Com a Fundação Carmona e Costa
Nunca compreenderemos o que é uma planta sem termos compreendido
o que é o mundo.
Entre os catorze e os dezanove anos, fui educado num liceu agrícola da província, isolado nos campos da Itália central. Estava lá para aprender um «verdadeiro ofício». Desse modo, em vez de me consagrar ao estudo das línguas clássicas, da literatura, da história e das matemáticas, como faziam todos os meus amigos, passei a minha adolescência mergulhado em livros de botânica, de patologia vegetal, de química agrária, de cultura hortícola e de entomologia. As plantas, as suas necessidades e doenças, eram o objecto privilegiado de todo o estudo nessa escola. Esta exposição quotidiana e prolongada a seres que estavam, inicialmente, tão distantes de mim marcou de forma definitiva a minha visão do mundo. Este livro é a tentativa de ressuscitar as ideias nascidas nesses cinco anos de contemplação da sua natureza, do seu silêncio, da sua aparente indiferença a tudo o que chamamos cultura.
[…]
A planta encarna o laço mais estreito e mais elementar que a vida pode estabelecer com o mundo. O inverso também é verdadeiro: ela é o observatório mais puro para se poder contemplar o mundo na sua totalidade. Debaixo do sol ou das nuvens, misturando-se com a água e com o vento, a sua vida é uma interminável contemplação cósmica, sem dissociar os objectos e as substâncias, ou, dizendo-o de outro modo, aceitando todas as nuances, até se fundir com o mundo, até coincidir com a sua substância. Nunca compreenderemos o que é uma planta sem termos compreendido o que é o mundo.
[…]
Os seres vivos são para o mundo o que as flores são para as plantas: o seu sexo. Estamos acostumados a entender a sexualidade como um acto puramente orgânico ou uma dimensão exclusivamente biológica. Deveríamos, ao contrário, aprender a considerar a sexualidade biológica como um dos múltiplos reflexos de um fenómeno de dimensão cósmica, no qual o mundo se renova e modifica a sua consistência. O mundo é constantemente rearmado de modo diferente, e é isso que reproduzimos sexualmente. A vida é o sexo do mundo: não alguma coisa que tenha acontecido acidentalmente e a posteriori em algum momento da sua história, mas a sua estrutura originária, o seu dinamismo identitário mais profundo.
[Emanuele Coccia]
O Rei Peste — Uma escultura de Francisco Tropa a partir do conto «King Pest» de Edgar Allan Poe
O Rei Peste —
Uma escultura de Francisco Tropa a partir do conto King Pest de Edgar Allan Poe
Francisco Tropa, Edgar Allan Poe
Tradução para português por José Alberto Oliveira
Tradução para francês por Charles Baudelaire
ISBN 978-989-8902-78-8 | EAN 9789898902788
Edição: Junho de 2019
Preço: 11,32 euros | PVP: 12 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm (brochado)
Número de páginas: 72
Com a Galeria Ala da Frente — Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão
Edição do conto King Pest em português, inglês e francês
Um conto contendo uma alegoria.
Este livro foi publicado por ocasião da exposição «Francisco Tropa — O Rei Peste», com curadoria de António Gonçalves, na Galeria Ala da Frente em Vila Nova de Famalicão, de 1 de Junho a 13 de Setembro de 2019.
À frente de cada um dos parceiros havia uma parte de caveira que servia como copo. Por cima deles estava suspenso um esqueleto humano, por uma corda atada a uma das pernas e apertada a um anel no tecto. O outro membro, desimpedido de tal estorvo, saía do corpo em ângulo recto, causando que todo o conjunto solto e chocalhante balançasse e rodopiasse ao capricho de qualquer sopro ocasional de vento que encontrasse o caminho para o interior do apartamento. No crânio desta coisa horrível havia uma porção de carvão em brasa, que fornecia uma luz inconstante, mas vívida, a toda a cena; caixões e outros apetrechos pertencentes à loja de um cangalheiro estavam empilhados pelas paredes e contra as janelas, impedindo que qualquer raio de luz escapasse para a rua.
À vista desta extraordinária assembleia, e da sua ainda mais extraordinária parafernália, os nossos dois marinheiros não se portaram com o nível de decoro que seria de esperar. Gâmbias, encostando-se à parede junto da qual se encontrava, deixou cair a mandíbula a um nível ainda mais baixo que o habitual e esbugalhou os olhos ao máximo; Hugh Tarpaulin, debruçando-se até o nariz ficar ao nível da mesa, e agarrando os joelhos com as mãos, irrompeu numa longa, alta, estrepitosa gargalhada de um riso inoportuno e imoderado.
[Edgar Allan Poe, O Rei Peste]
Snuff I Alexandre Conefrey, João Jacinto
Snuff
Alexandre Conefrey, João Jacinto
Texto de Pedro Proença
ISBN 978-989-8902-82-5 | EAN 9789898902825
Edição: Maio de 2019
Preço: 13,21 euros | PVP: 14 euros
Formato: 17 x 24 cm (brochado)
Número de páginas: 112 (a cores)
Com a Galeria do Paço — Universidade do Minho
Edição bilingue: português-inglês
Nestas obras de Alexandre Conefrey e João Jacinto o snuff não se vê.
Não fixamos directamente nem o acto de crueldade, nem a grafia da porné.
Não está ali aquilo que se vê num filme, numa fotografia ou no circo romano.
Este livro foi publicado por ocasião da exposição «Snuff», de Alexandre Conefrey e João Jacinto, com curadoria de Carlos Corais, realizada na Galeria do Paço — Universidade do Minho, em Braga, de 10 de Maio a 30 de Junho de 2019.
O assunto desta exposição é um assunto terrível, repugnante, fascinante, e o que aqui se mostra (promete?) é o que se não vê, é o que está lá in absentia, é a elipse que devolve o olhar à fatalidade, à sua predação projectiva.
O pretexto começou por ser a pornografia, a porné, o medusante das imagens dos genitalia entumescidos em acção, pressupondo o medo de olhar, o prazer de transgredir e a talvez felix culpa. A história do temor regista alguns casos, como as Górgones, que eram vislumbradas nos templos a partir de espelhos, ou como fez Perseu em seu escudo espelhado e Adonai YHVH, o deus dos hebreus, que, no seu frente a frente com Moisés, o obrigou a encobrir suas faces, pois temeu fitar Deus. Também com S. Paulo deus só se deu a ver em espelhos e enigmas. O face a face adiado seria o apocalipse, a porné da grande prostituta da Babilónia. As faces talvez sejam o que há de mais apocalíptico.
Da porné, o tema deslizou num ápice para snuff. Dizem-me o Alexandre Conefrey e o João Jacinto que são filmes criminosos feitos com pessoas em situação ilegal e que combinam o terror com a pornografia. Os actores à força destes filmes são mortos. Acabou-se. Trata-se da morte. Da pequena e da grande morte. Questionam-se os atentos se isto será ou não será mito. O termo snuff aparece pela primeira vez no quinto romance de Tarzan, de Edgar Rice Bourrogs, em 1916, como verbo usado pelos vilões para o acto de matar, e generaliza-se como calão quanto a um modo reles de matar. A associação do acto de filmar sexo ao terror, à bestialidade e morte gerou um género a que não faltam condimentos fortes. A morte em directo ou o sexo em directo estão implícitos na cultura contemporânea mediática. Não é difícil encontrarmos precedentes, quer no real, quer na ficção. O panem et circenses, o pão e circo, ou algumas novelas de Sade como os 120 Dias de Sodoma. O devorar, o fornicar, o ver, o nascer, o morrer, o caçar e ser caçado são indissolúveis. É aqui que se situa o acto de desenhar-pintar.
[Pedro Proença]
Le Lait de la Voie Lactée | O Leite da Via Láctea
Le Lait de la Voie Lactée | O Leite da Via Láctea
Manuel Zimbro
ISBN 978-989-8902-77-1 | EAN 9789898902771
Edição: Junho de 2019
Preço: 22,64 euros | PVP: 24 euros
Formato: 24 x 32 cm (brochado)
Número de páginas: 96 (a cores)
Sistema Solar | Documenta
EGEAC | Galerias Municipais (Lisboa)
Paraguay — Association Section Sept (Paris)
João Fernandes: «Tudo quanto o Manuel fez é para mim como o cheiro da terra depois da chuva, como a gota de orvalho numa folha, como um arco-íris inesperado ao fim do dia.»
Este livro foi realizado no contexto da exposição «história secreta da aviação e alguns meteoritos» na Galeria Quadrum das Galerias Municipais de Lisboa em 2019, e reproduz em fac-símile as pranchas da banda desenhada parcialmente deixada por terminar no início dos anos 80, quando Manuel Zimbro habitava em Paris.
Dans ce livre il y a une carte, qui tout en étant un abrége de l’action, la situe en hauteur et en profondeur. Le rapport du dessin entre les deux elements, — livre, carte — est, tant que faire se peut identique. Alors son déchiffrage invite l’Imagination et la lecture, si j’ose dire, se fait en trois dimentions.
Manuel Simões [Manuel Zimbro]
A Lourdes [Castro] contou-me um dia que o Manuel, quando criança, queria ser invisível, em vez de ser arqueólogo, cientista, aviador ou bombeiro, como tantos de nós. Todos quantos o conheceram sabem que o conseguiu… O Manuel não gostava de dar nas vistas. Por isso fazer coisas era para ele um modo de se integrar no mundo, descobrindo algumas das coisas que ao mundo faziam falta para nele se estar bem. O Manuel sempre teve um grande cuidado em não acrescentar a nada mais do que o necessário, dispensando com grande lucidez tudo quanto nos possa distrair de ser e existir. Por isso ele renunciou a deixar vestígios de si para além dos momentos que construía com as suas palavras, com os seus silêncios, com o seu olhar, com as suas mãos, que sabiam descobrir coisas na vida mais do que acrescentar coisas à vida.
[João Fernandes]
Os Olhos Escutam | The Eyes Listen
Os Olhos Escutam | The Eyes Listen
Corita Kent, Detanico & Lain, Dora Garcia, Fernanda Fragateiro, Tomás Cunha Ferreira
Textos de Isabel Capeloa Gil, Paulo Campos Pinto, Paulo Pires do Vale, Jorge Vaz de Carvalho
Antologia de textos sobre arte e palavra organizada por Maria Isabel Roque
ISBN 978-989-8902-84-9 | EAN 9789898902849
Edição: Abril de 2019
Preço: 18,87 euros | PVP: 20 euros
Formato: 21 x 28 cm (brochado)
Número de páginas: 112
(a cores, com um encarte desdobrável)
Colecção Cultura@Católica 1 — Com a Universidade Católica Portuguesa
Edição bilingue: português-inglês
Jorge Vaz de Carvalho: «Fomos expulsos da nossa inocência: as imagens e as palavras que usamos, afinal, não dão um acesso directo ao mundo, não mostram de forma exacta, franca, sincera, confiável, não são inócuas, óbvias, limpas, puras.»
A exposição «Os Olhos Escutam», comissariada por Paulo Pires do Vale, docente das Faculdades de Teologia e de Ciências Humanas, foi a primeira exposição do novo espaço de exposições temporárias da Universidade Católica Portuguesa, no campus de Lisboa da UCP e decorreu entre 1 de Fevereiro e 30 de Abril de 2019.
Somos feitos de palavras. Com elas damos sentido aos dias, nomeamos e significamos o mundo, narramos o nosso passado, projetamos e antecipamos futuros, tentamos controlar o tempo, abrimos fendas na realidade. Nascer é ser lançado num emaranhado de palavras, numa teia de muitas histórias: as que os pais contam ao adormecer, os mitos fundadores da cultura a que pertencemos, os livros que lemos, os filmes que nos marcaram, as canções que nos acompanham… E essas palavras que nos antecedem, sustentam e constroem são ambíguas, pobres, frágeis. À nossa imagem — ou nós à imagem delas. Capazes de dar a vida ou a morte. De religar ou cindir. De serem ruído ou silêncio — e felizes aqueles que podem dizer, como António Ramos Rosa, «escuto na palavra a festa do silêncio». […]
Se no princípio era o Logos, e essa Palavra se fez carne, então também a carne tem de se fazer palavra. Dizer-se, escrever-se. Mas que relação estabelecemos ainda com a língua numa época de iconocracia? Qual o papel do discurso hoje, quando imperam as imagens? Onde ressoará ainda a palavra?
[Paulo Pires do Vale]
Secularização e Teologia Política
Secularização e Teologia Política
Alexandre Franco de Sá, António Bento, António Campelo Amaral, Genildo F. da Silva, Jaume Aurell, José Antônio de C.R. de Souza, José António Domingues, José Maria Silva Rosa, Montserrat Herrero, Pedro H. Villas Bôas Castelo Branco.
Coordenação e organização de António Bento, José Maria Silva Rosa e José António Domingues
ISBN 978-989-8902-73-3 | EAN 9789898902733
Edição: Abril de 2019
Preço: 16,98 euros | PVP: 18 euros
Formato: 16 x 22 cm (brochado)
Número de páginas: 208
Colecção Ethos e Polis / 8
Com o Grupo de Filosofia Prática
Que sentido ainda para a «secularização»?
É a «secularização» uma categoria de leitura caduca?
Ainda tem futuro? Que futuro?
No sentido geral que este termo adquiriu — quer no seu uso metafórico enquanto instrumento de uma política das ideias, quer na função estratégica que desempenha na história e na cultura modernas — pode dizer-se que a noção de «secularização» é uma categoria hermenêutica que procura traduzir o processo global de emancipação — filosófica, ética, política, jurídica, económica, social — da Modernidade de qualquer tutela religiosa e transcendente, reivindicando o direito de organizar a vida civil dentro dos limites da simples razão.
[…]
Ao contrário dos muitos manifestos sobre o sentido da terra e da recusa em organizar a vida política e social a partir de qualquer sagrado, vemos que o sonho das Luzes não apenas não se cumpriu, como se obscureceu significativamente. Daí uma pergunta — entre tantas outras possíveis — que o presente livro se propõe formular, e à qual, se possível, deve procurar responder: Que sentido ainda para a «secularização»? É a «secularização» uma categoria de leitura caduca? Ainda tem futuro? Que futuro?
[António Bento, José Maria Silva Rosa, José António Domingues]
Feira do Livro de Lisboa I 3 de Junho de 2019
Livro do Dia 14 / 8,40
«O livro não se dirige aos europeus ocidentais que, pelo facto de terem crescido com elevadores e sanitas, inferem o direito de contar anedotas de mau gosto sobre os piolhos romenos, percevejos galicianos e pulgas russas.»
[Joseph Roth]
Promoção 38 / 22,80
O «Livro da Luz, poema-meditação-desenho-canção» apresenta o manuscrito do poema, as imagens e desenhos de três cantos e doze canções, assim como um CD com os poemas ditos por si em conversa musical com Ibu Galissá (kora), Bruno Sangareau (guitarra portuguesa) e Nuno Estevens (guitarra clássica).
Pavilhão D16
Parque Eduardo VII, 29 de Maio a 16 de Junho de 2019
Durante o período da Feira do Livro,
faremos os mesmos descontos (livros Sistema Solar e Documenta) na
Livraria Sistema Solar I Passos Manuelfaremos os mesmos descontos (livros Sistema Solar e Documenta) na
Rua Passos Manuel, 67 B, 1150-258 Lisboa,
segunda-sexta: 10h-13h; 14h-19h
telefone 210 117 010; e-mail: livraria.pm(arroba)sistemasolar.pt
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domingo, 2 de junho de 2019
Feira do Livro de Lisboa I 2 de Junho de 2019
Livro do Dia 28 / 16,80
Voltaire transformou (...) o artigo de dicionário num género literário.
[José Domingos Morais]
Promoção 17 / 10,20
Textos de
António Fernando Cascais, Filipe Figueiredo, Luís Mendonça, Margarida Medeiros, Maria Augusta Babo, Maria Irene Aparício, Maria João Baltazar e Fátima Pombo, Miguel Mesquita Duarte, Nélio Conceição, Siegfried Kracauer, Susana Lourenço Marques, Susana S. Martins, Teresa Castro, Victor dos Reis, Victor Flores.
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