sábado, 5 de abril de 2014

«Notas Sobre uma Arte Útil» e «Da Cegueira dos Pintores», de Júlio Pomar


Notas Sobre uma Arte Útil – Parte escrita I (1942-1960) 
Júlio Pomar 

Introdução de Sara Antónia Matos 
Organização de Pedro Faro 

ISBN: 978-989-8566-42-3 

Edição: Março de 2014 

Preço: 15,09 euros | PVP: 16 euros 
Formato: 16x22 cm (brochado, com badanas) 
Número de páginas: 328

A publicação dos textos críticos de Júlio Pomar procura trazer ao conhecimento do público uma parte fundamental da sua obra, muitas vezes esquecida em detrimento dos seus desenhos e pinturas. Os textos críticos que produziu, o pensamento que neles se materializa, certificam o autor, não apenas como artista, mas também como um sujeito da escrita e um agente profundamente inquieto que não evita tomar posições. A edição em três volumes abrange os primeiros textos, tinha o artista 16 anos de idade, passando pela sua fase madura, indo até ao último texto, escrito em 2013. Notas Sobre uma Arte Útil, Parte Escrita I (1942-1960); Da Cegueira dos Pintores, Parte Escrita II (1985); Temas e Variações, Parte Escrita III (1968-2013), dão a conhecer o pensamento crítico do pintor, as relações que o artista estabeleceu com as obras dos seus pares, com a história da arte, mostrando que os desenvolvimentos da arte moderna não se produzem isoladamente. Particularmente, Notas Sobre uma Arte Útil, este primeiro volume da Parte Escrita, abarca textos de teor político, incluindo os do período neo-realista, escritos até 1960 (momento em que o artista parte para Paris), nos quais se evidencia uma vinculação da arte à utilidade. A arte e a escrita têm, entre outros, o propósito da denúncia, da resistência, do comentário social e de veicular correntes ideológicas. [Sara Antónia Matos



Da Cegueira dos Pintores – Parte escrita II (1985) 
Júlio Pomar 

Tradução de Pedro Tamen 
Introdução de Sara Antónia Matos 
Organização de Pedro Faro 

ISBN: 978-989-8566-43-0 

Edição: Abril de 2014 

Preço: 9,43 euros | PVP: 10 euros 
Formato: 16x22 cm (brochado, com badanas) 
Número de páginas: 134

Da Cegueira dos Pintores, Parte Escrita II (1985) repõe nas mãos do público um conjunto de ensaios irrepetíveis sobre a pintura, sobre a actividade artística e sobre a própria natureza do olhar. Este conjunto de ensaios, que se pode considerar também uma cartilha para os profissionais, reveste-se de um teor literário e estético que coloca a actividade artística, sobretudo a pintura, ao nível do pensamento filosófico. [Sara Antónia Matos

Não é fácil o autor falar da sua própria pintura, mesmo olhando-a «com olhos frios», como um «intruso», já que, segundo o pintor-escritor, «a pintura começa onde já não se pode falar dela, onde as palavras fracassam e vogam à deriva». Este livro não é a resposta à pergunta nunca feita («E que pensa você de si mesmo?») mas uma deambulação, ou preferencialmente «uma ruminação no vazio», que é a decomposição das imagens pela palavra. […] Partindo da sua obra, a «imagem deu origem a outras imagens» em «sucessivos encaixes ou desencaixes», até atingir as raízes da arte contemporânea. Passando por Bacon, para dissecar Matisse e Cézanne, o pintor-escritor escapa do vazio da palavra-discurso, para analisar «o diálogo entre o que o pintor quer e o que o pintor faz». Neste itinerário literário, o artista expôs-se a numerosos perigos, mas, tal como um «herói da ficção», escapou ao perigo da autocontemplação, ou ao deserto da análise-vazio-estético. E tudo termina bem quando reconhece «a paixão do pintor: quotidiana partida do mundo (partida no sentido de pregar partidas?). Rito solitário, festa mistério, calvário, droga, bebedeira. Merda para os pintores aplicados (eu incluído)». [Osvaldo de Sousa, «Da cegueira dos pintores», in Diário de Notícias, supl. «Cultura», Lisboa, 1986]


Júlio Pomar [Lisboa, 1926] vive e trabalha em Paris e Lisboa. Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio e as Escolas de Belas-Artes de Lisboa e do Porto. No início da sua carreira, foi um dos animadores do movimento neo-realista, desenvolvendo uma larga intervenção crítica em jornais e revistas. Tem-se dedicado especialmente à pintura, mas realizou igualmente trabalhos de desenho, gravura, escultura e «assemblage», ilustração, cerâmica e vidro, tapeçaria, cenografia para teatro e decoração mural em azulejo. Foram-lhe atribuídos vários prémios, nomeadamente o Prémio de Gravura (ex-aequo) na sua I Exposição de Artes Plásticas, em 1957, o 1.º Prémio de Pintura (ex-aequo) na II Exposição de Artes Plásticas, em 1961, o Prémio Montaigne em 1993, o Prémio AICA-SEC em 1995, o Prémio Celpa / Vieira da Silva, em 2000, e em 2003 o Prémio Amadeo de Souza-Cardoso. Além de diversos textos publicados em revistas e catálogos, sobre outros artistas e sobre a sua própria obra, Pomar é autor de livros de ensaios sobre pintura.


CADERNOS DO ATELIER-MUSEU JÚLIO POMAR

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