quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Biografia e Poesia Reunida de Leonor de Almeida



Apresentação conjunta da biografia e da poesia reunida de

LEONOR DE ALMEIDA

Auditório Sul da Feira do Livro de Lisboa 2020
4 de Setembro de 2020, sexta-feira, às 18 horas


«Tudo começou com um quadro: Leonor, esteticista e amiga da minha avó desde os anos 50, vendeu-lhe uma pintura surrealista de João Moniz Pereira, que teria pertencido a Alexandre O’Neill. Resolvi seguir o rasto da senhora, na esperança de obter mais informações sobre a tela, e descobri Leonor de Almeida — não a Marquesa de Alorna, com quem partilha o nome —, mas uma das mais invulgares poetas do século XX.» [Cláudia Clemente, Tatuagens de Luz, https://www.sistemasolar.pt]

Homónima da Marquesa de Alorna, Leonor de Almeida (1909-1983) publicou, entre 1947 e 1960, quatro livros de poesia aclamados pela crítica: João Gaspar Simões integrou-a no rol «dos melhores poetas portugueses contemporâneos»; Jacinto Prado Coelho saudou-lhe a «personalidade lírica invulgar»; Artur Portela descreveu-a como um «dos casos mais extraordinários da poesia moderna»; em 1951, a revista A Serpente destacou-a como autora dos «mais fortes poemas até hoje assinados por um nome de mulher em Portugal»; E.M. de Melo e Castro e Natália Correia incluíram-na em antologias de referência. Depois, Leonor eclipsou-se numa treva de silêncio e mistério. Este volume [Na Curva Escura dos Cardos do Tempo: Poesia Reunida, https://pontodefuga.pt/) resgata ao esquecimento a obra de uma das mais espantosas poetas do século XX português.


Leonor de Almeida nasceu no Porto, a 25 de abril de 1909. Colaborou com os principais jornais e revistas dos anos 40 e 50. Viveu em Londres, Paris, Copenhaga. Publicou quatro livros de poesia. Depois desapareceu e foi esquecida. Habitou incógnita em Lisboa, onde morreu sozinha, em dia incerto de maio de 1983. Além de poeta, foi enfermeira, fisioterapeuta, esteticista, mãe, viajante, aventureira, corajosa, pioneira, mas, acima de tudo, um espírito livre muito à frente do seu tempo.
 

Cláudia Clemente é arquitecta de formação e estudou cinema em Barcelona e Lisboa. Divide o seu trabalho entre a escrita e a realização cinematográfica, a ficção e os documentários. Publicou dois livros de contos, O Caderno Negro (2003) e A Fábrica da Noite (2010), e a peça Londres (2012), vencedora do Grande Prémio de Teatro da SPA/Teatro Aberto. O seu primeiro documentário, & etc., foi premiado nos festivais Doc Lisboa e IMAGO’07. Estreou-se no romance em 2014, com A Casa Azul

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