quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Livro do Ponto


Livro do Ponto 
Ana Claro, Ana Pires, André Pinto, Annet Couwenberg, António Quadros Ferreira, Ariana Moroder, Benedita Pestana, Filipe Rocha da Silva, Filomena Silvano, Guida Fonseca, Helena Loermans, Hugo Ferrão, Isabel Sabino, Jessica Hallett, Jessica Hemmings, Joana Fonseca, Joaquim Pinheiro, Johanna Bramble, José Silva, Kevin Rodrigues, Maria Gimeno, Maria João Ferreira, Nelson Durães, Paula Monteiro, Rita Salvado, Rui Miguel Lobo, Rute Rosas, Sandra Leandro, Sofia Silva, Susana Pires.

Coordenação de Cristina Barrocas Dias, Filipe Rocha da Silva, Córtex Frontal – Residências e oficinas e Susana Pires 
Apresentação de Ana Costa Freitas, Ana Paula Amendoeira, Filipe Rocha da Silva e Sílvia Pinto 

ISBN 978-989-8833-46-4 | EAN 9789898833464 

Edição: Setembro de 2021 
Preço: 20,75 euros | PVP: 22 euros 
Formato: 17 × 23,5 cm (brochado) 
Número de páginas: 320 (a cores) 

Com o apoio da Câmara Municipal de Arraiolos, Direcção Regional de Cultura do Alentejo, Universidade de Évora e outras entidades

Ana Paula Amendoeira: «O saber acumulado que existe no Alentejo, na área dos lanifícios e da arte têxtil, representa um potencial enorme para a criação, produção e transferência de conhecimento, contribuindo objetivamente para assegurar futuro a esta atividade.» 



Recordo o episódio da Odisseia no qual Penélope adia sucessivamente o seu casamento com um dos pretendentes ao lugar de Ulisses, com a desculpa de que tem de terminar primeiro uma peça tecida, na realidade a mortalha para o sogro, Laertes. 
Para além de todas as interpretações que o expediente possa suscitar, ele chama a atenção para um fator sempre presente na história da arte têxtil: o tempo. 
Por ser uma tecnologia imemorial ligada à adaptação e sobrevivência da espécie humana na natureza, ao lar (oikos), aos dispositivos ligados à caça e à pesca; por ser uma superfície meticulosa, prévia e pacientemente executada ponto a ponto, a confeção têxtil acarreta a ideia do planeamento e da extensão no tempo, o contrário da urgência e do oportunismo históricos. 
Como interpretar então a significativa presença que esta forma de arte tem assumido nos últimos anos, comprovada pela sua presença nos grandes fora artísticos mundiais? Como se conjuga o contemporâneo com o intemporal? […] 
O Ponto concentrou-se por isso também na história e na tradição do têxtil: a perenidade e futuro do fenómeno Arraiolos e do têxtil no Alentejo; mas também na sua presença entre os mais profícuos criadores internacionais; nas combinatórias entre o têxtile as mais recentes formas artísticas e tecnológicas, nomeadamente o digital. 
[Filipe Rocha da Silva] 

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