quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

O Hóspede da Casa do Infinito


O Hóspede da Casa do Infinito
Avelino Sá

Textos de Bernardo Pinto de Almeida, Carlos Antunes, Eduardo Calheiros Figueiredo e João Barrento
Fotografia de Pedro Lobo

ISBN 978-989-568-031-3 | EAN 9789895680313

Edição: Dezembro de 2022
Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros
Formato: 17 × 24 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 104 (a cores)

Com a Galeria Fernando Santos


João Barrento: «No universo de Avelino Sá, enveredamos sempre por caminhos que nos levam para espaços culturais distantes daqueles que nos são mais familiares, mas que são terreno fértil para interrogações e para o autoconhecimento.»




Avelino Sá define o seu universo conceptual, os seus sujeitos/objectos de relação através de uma «comunidade de vagabundos», como gosta de lhes chamar, que partilham entre si características como a humildade ou a generosidade: Friedrich Hölderlin, Robert Walser, Matsuo Bashō, Álvaro Lapa, personagens da sombra, da meia-luz, com os quais partilha afinidades electivas e que voluntariamente se arredaram do espectáculo luminoso da arte e da cultura, «porque a luz intensa às vezes também cega».

[Carlos Antunes]

 

O trabalho de criação de Avelino Sá elabora-se, desde há longos e produtivos anos, a partir de um intenso e profícuo diálogo com a Poesia. Não se trata, ainda assim, e neste aspecto todo o rigor é sempre pouco, de proceder ao que seria um exercício mais no âmbito daquilo a que a teoria da literatura designa como centrando-se numa relação de ekphrasis, ou ecfrástica, nem, muito menos, de restabelecer os termos da famosa máxima horaciana da Ut pictura poesis, longamente comentada ao longo dos séculos.

Bem pelo contrário, na pintura do artista, aquilo de que se trata é justamente de procurar perceber, através das formas, gestos e matéria próprios da pintura, de que modo se pode reconstituir um espaço e um tempo que antes se deram a compreender pela poesia. Não se trata, portanto, de traduzir uma expressão na outra, ou de a comentar, como é próprio da ekphrasis, mas, ao contrário, de simplesmente transferir um certo sentimento, colhido numa expressão fechada e com leis próprias como a poesia, para uma outra expressão, igualmente fechada e com as suas próprias e distintas leis como a pintura.

[Bernardo Pinto de Almeida]

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