quarta-feira, 8 de junho de 2016

Os Nomes da Obra – Herberto Helder ou O Poema Contínuo I Rosa Maria Martelo


Os Nomes da Obra – Herberto Helder ou O Poema Contínuo
Rosa Maria Martelo

ISBN: 978-989-8834-19-5

Edição: Abril de 2016

Preço: 10,38 euros | PVP: 11 euros
Formato: 14,5 × 20,5 cm [brochado]
Número de páginas: 96

[em colaboração com o Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa]


«O filme [da alma] é uma secreta murmuração e nela participam obliquamente todas as coisas, há a memória de um crime arcaico, maternal, um baptismo no sangue múltiplo daquilo que vive para morrer, e a paixão, o vento das potências que nos extravia, braços abertos, rosto luzindo, um grito contra a parede. Vê como as folhas das árvores palpitam na claridade! Vê como a noite fecha as tuas janelas! É isto.»
No título Ou o Poema Contínuo, que Herberto Helder usou por duas vezes, a conjunção inicial relaciona-se com o nome de autor e diz-nos como ler a escrita de uma vida. Leia-se em Herberto Helder o outro nome da obra, o outro nome da «canção ininterrupta». O poeta via na escrita um processo de «nomeação física», de montagem das imagens, a invenção de uma «irrealidade objectiva». Em 2013, recuperou um texto anterior para sopesar o caminho percorrido: «cumprira-se aquilo que eu sempre desejara — uma vida subtil, unida e invisível que o fogo celular das imagens devorava. Era uma vida que absorvera o mundo e o abandonara depois, abandonara a sua realidade fragmentária. Era compacta e limpa. Gramatical».

Rosa Maria Martelo [Vila Nova de Gaia, 1957] é professora associada da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e investigadora do Grupo Intermedialidades do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa, a cuja Direcção pertence. Doutorada em Literatura Portuguesa, tem privilegiado o estudo da poesia e das poéticas modernas e contemporâneas. No âmbito da Literatura Comparada e dos Estudos Interartísticos, os seus trabalhos centram-se nas relações palavra/imagem, particularmente nos diálogos da poesia moderna e contemporânea com o cinema. Algumas publicações no âmbito do ensaio: A Forma Informe — Leituras de Poesia (2010) e O Cinema da Poesia (2012).

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