quinta-feira, 29 de agosto de 2013

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

«Faenas de Tinta», de Boligán


Faenas de Tinta
Boligán


Apresentação de Luís Capucha
Coordenação editorial de António Antunes


ISBN: 978-989-8618-46-7
Edição: Junho de 2013
Preço: 23,58 euros | PVP: 25 euros
Formato: 24×28 cm (encadernado)
Número de páginas: 128 (com reproduções a cores)

[ Em colaboração com a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira ]

«Faenas de Tinta é um livro do maestro do desenho humorístico Angel Boligán (10 de maio de 1965, San Antonio de los Baños, La Habana, Cuba) destinado a bons aficionados. Sinto-me em condições de dizer que os trabalhos agora publicados só poderiam ter sido concebidos e realizados por alguém dotado de grande sensibilidade, de um enorme sentido de humor e muito aficionado aos toiros. Respiram o sentido de beleza e a carga emotiva que as belas-artes partilham com a tauromaquia.
A festa de toiros é a festa da vida. Como todas as festas, é uma realidade que representa outra. É o espaço e o tempo em que se relevam e consagram as crenças, os valores, os mitos, as maneiras de ser, de pensar e de fazer da comunidade que a produz, representando-os numa linguagem simbólica que significa aquilo que somos, aquilo de que gostamos e aquilo com que nos identificamos. A Festa de toiros é, por outras palavras, uma poderosa narrativa metafórica sobre nós próprios, como indivíduos e como sociedade, contando a nossa história, refletindo o nosso presente e projetando o nosso futuro. A Festa sublinha a superioridade da inteligência sobre a força bruta, mas também a nobre atitude da insubmissão e da capacidade de lutar com honra até ao fim. A Festa e os seus elementos centrais, o toiro e o toureiro, são símbolos de fertilidade e de fecundidade, de poder genesíaco e virilidade, de sensualidade e erotismo, evocando os mais profundos arquétipos relativos à relação entre o masculino e o feminino.»
Luís Capucha

«A Torre», de Duarte Belo e Maria Inês Cordeiro


A Torre
Duarte Belo | Maria Inês Cordeiro


ISBN: 978-989-8618-48-1
Edição: Junho de 2013
Preço: 23,58 euros | PVP: 25 euros
Formato: 22x26 cm (encadernado)
Número de páginas: 160 (texto e fotografias a cores)

[ Em colaboração com a Biblioteca Nacional de Portugal ]

«A Torre é um livro e uma leitura da evolução da obra de ampliação da Torre de Depósitos da Biblioteca Nacional de Portugal desde o momento em que foi escavado no solo o grande buraco onde foram assentes as fundações do edifício, até à conclusão da obra. O livro, como uma narrativa paralela à grande obra de betão, é estruturado por sete textos, de Maria Inês Cordeiro, que constituem uma reflexão sobre o espaço, sobre o tempo, sobre a existência de uma grande biblioteca que é entendida como um organismo vivo que habita uma cidade, que está no coração de uma cultura e de uma língua.»

Duarte Belo

«Em vários sentidos, a Biblioteca é uma enorme máquina — da construção do seu habitat ao seu funcionamento no dia-a-dia, passando pela invenção do seu conteúdo. A máquina está na natureza do fazer ou do operar das coisas, complemento do pensamento e vontade humanos. Mas está também no próprio pensamento. Entre a fábrica do edifício e a fábrica de ideias que são os livros há um contínuo de representações de vida, de leitura dos tempos, de desígnios colectivos cuja expressão é, as mais das vezes, difusa e imaterial. Da construção do edifício fica-nos este registo fotográfico que acompanha o que vai desaparecendo de vista na brevidade dos dias, como rápido progresso da obra ao ritmo das tecnologias de hoje. O olhar curioso, atento ou aleatório do fotógrafo transcende a memória dos que participaram nesse processo, ao fixar paisagens, situações e detalhes pouco conhecidos, para criar um imaginário comum, feito de luz captada numa máquina.»

Maria Inês Cordeiro

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

«O Aperto do Parafuso», de Henry James


O Aperto do Parafuso
Henry James


Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes

ISBN: 978-989-8566-10-2
Edição: Julho de 2013
Preço: 15,09 euros | PVP: 16 euros
Formato: 14,5×20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 176

Para entretenimento do período de Natal, o Colliers’Weekly de Nova Iorque propunha a Henry James (1843-1916) que escrevesse «um produto da época», o que desde logo lhe fez pensar no mais interessante projecto de narrativa lúgubre que tinha alguma vez registado e podia apertar até à dimensão de dez episódios a serem publicados pela revista, entre Janeiro e Abril de 1898 (a edição em livro surgiria alguns meses mais tarde). Nos seus cadernos de apontamentos afirma que a história — um «esboço simples, vago e sem pormenores» — lhe foi contada dois anos antes pelo arcebispo de Cantuária, «entre duas chávenas de chá», por sua vez ouvida da boca de uma mulher mantida sob anonimato, e que esta mulher tê-la-ia escutado de um desconhecido.
Mais tarde, estudiosos da obra literária de James vieram a dar esta génese como falsa e apenas destinada «a baralhar as pistas»; porque seria impossível coincidência uma história anónima, chamada «Tentation» e cinquenta anos antes publicada no Frank Leslie’s New York Journal, ter posto em cena crianças violentadas psicologicamente por criados, e uma dessas crianças chamar-se Miles (como a personagem de James), sujeita às maldades de Peter Quin (que na novela de James surge numa posição idêntica e com o nome de Peter Quint); passada numa mansão de Harley Street, a mesma rua onde a preceptora de O Aperto do Parafuso é recebida pelo seu empregador; acrescentando-se a tudo isto Sigmund Freud descrever, em Studien über Hysteria, o caso de uma miss Lucy R., preceptora inglesa de duas crianças nos arredores de Viena, vítima de alucinações idênticas às da preceptora imaginada por James, consequência de uma paixão reprimida pelo seu empregador. Para um grande número de jamesianos são estas as verdadeiras fontes de O Aperto do Parafuso; mas frequentes as tentativas de encontrar outros antepassados a esta novela de James, e destroçar-lhe as ambiguidades; decidir se na história há fantasmas ou apenas uma alucinação da preceptora, uma vez que só ela os vê. A este jogo Pietro Citati chama, no seu livro Il Male Assoluto, «um desporto nacional inglês». 
A.F.

«Bruges-a-Morta», de Georges Rodenbach


Bruges-a-Morta
Georges Rodenbach


Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes


ISBN: 978-989-8566-30-0
Edição: Julho de 2013
Preço: 11,32 euros | PVP: 12 euros
Formato: 14,5x20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 128


«Um dia, em 1475, o Mar do Norte bruscamente retirou-se; o Zwyn de repente secou, sem que fosse alguma vez possível desassoreá-lo ou voltar a restabelecer uma circulação de água; e Bruges, de ali em diante afastada dessa vasta mama do mar que lhe tinha alimentado os filhos, começou a ficar anémica, e desde há quatro séculos agoniza. Como a cidade é comovente nesta tísica com séculos que a faz escarrar, atingida por um golpe mortal, uma a uma as suas pedras — como pulmões — e sobretudo comovente numa manhã de Novembro outonal, como esta, sob um céu de palidez parecida com a sua…»

Sob o tecto desta nostalgia, já Georges Rodenbach (Bruges, 1855-1898) estava prestes a chegar à história que desde 1892 ficou para momento maior na sua literatura e o fez célebre quando apareceu, como folhetim, em números sucessivos de Le Figaro; sem adivinhar que dezassete anos depois (nove anos depois da sua morte), este mau destino de Bruges seria remediado com um novo canal que a deixaria ligada ao porto de Zeebruge. E se a cidade deixou de ser porto importante, apesar da sua nova ligação ao mar, fez-se animado centro turístico. A sua beleza triste, com velhos edifícios a mirarem-se na água e árvores inclinadas sobre os canais, agita-se com multidões que frequentam as esplanadas da Grand’Place e ali, mesmo ao lado, aguardam a sua vez para entrar em barcos que percorrem motorizadamente um cenário onde melhor ficariam remadores, irmãos dos que persistem em Veneza. (Note-se que a realidade da nova Bruges existe desde 1990 noutro livro com um título oposto; é de Dominique Rolin, explora esta diferença sobrepondo-a à imagem literária que nos resta de Rodenbach, e para tornar claro o impulso que o domina deu-lhe o título provocatório de Bruges-a-Viva.)
Mas «a Morta» é, na Bruges de Rodenbach, uma tristeza de pedra e água que ainda agora persiste, e a memória de uma mulher amada. Nos canais da sua história passa uma inextinguível Ofélia e os seus sinos dobram, transformando em soma preservada imagem de um corpo que teima em não desaparecer. 
 
A.F.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

«Somos filhos da madrugada»


Hoje é um bom dia para folhearmos Estro in Watts - Poesia da idade do rock, de João de Menezes-Ferreira, em jeito de homenagem a José Afonso, nascido em 2 de Agosto de 1029, faz hoje 84 anos.


«Estro in Watts reflecte, naturalmente, essa hegemonia anglo-saxónica, visitando menos demoradamente a música francesa, a brasileira, ou portuguesa (José Afonso, Sérgio Godinho, Rui Veloso/Carlos Tê, Rui Reininho...), sempre consciente de "o inglês se ter tornado o esperanto dos séculos XX e XXI".» 
Gonçalo Frota, Público, 3 de Janeiro de 2013.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

«A edição portuguesa do romance publicado em 1925 recupera o título da ópera de Gershwin, cujo libreto é do próprio Heyward.»


«Quando na literatura americana se nomeia um romance de "sulista", não se atira apenas o autor e a sua obra para uma determinada geografia (e para uma época) mas pressupõe também algumas outras características mais reconhecíveis, sendo a quase sempre tumultuosa relação entre as comunidades brancas e negras, e por vezes os seus cruéis conflitos, uma das mais evidentes. [...] como que a preparar o caminho, surgiu um nome, DuBose Heyward (1885-1940), que ficou conhechecido apenas por um romance (apesar de ter escrito outros), Porgy, publicado em 1925 [....] uma década depois da sua publicação, Gershwin comporia a música para uma ópera (com libreto do próprio Heyward) a que chamaria Porgy and Bess. A recente edição portuguesa do livro aproveitou o título dessa ópera, Porgy e Bess (Sistema Solar, trad. Aníbal Fernandes).
[...]
DuBose Heyward escreveu um romance que, não sendo uma obra-prima da literatura sulista, faz o retrato de uma época e de um grupo social com uma linguagem muito própria, que o tradutor Aníbal Fernandes conseguiu verter para português de maneira quase prodigiosa.»

José Riço Direitinho, «Estranhas Sombras», LER, Julho-Agosto, p.78.