segunda-feira, 27 de outubro de 2014

«Os Belos Dias de Aranjuez — Um diálogo de Verão» | Peter Handke


TRADUÇÃO
Maria Manuel Viana

LANÇAMENTO
12 de Novembro, na representação única que terá lugar no CCB,  integrada no programa do 
Lisbon & Estoril Film Festival.  

Peter Handke é um dos convidados da próxima edição do festival.

ENCENAÇÃO
Tiago Guedes
ACTORES
Isabel Abreu | João Pedro Vaz


Brevemente disponível. Marque encontro com os nossos livros na sua livraria habitual

«Žižek, Marx & Beckett — e a democracia por vir» e «O que é Poesia?» | Sousa Dias


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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

«Bom Crioulo» | Adolfo Caminha


Bom Crioulo
Adolfo Caminha

Apresentação de Aníbal Fernandes

ISBN: 978-989-8566-66-9

Preço: 13,21 euros | PVP: 14 euros

Formato: 14,5x20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 160

Um marinheiro crioulo (ou seja, um mestiço de sangues negro e índio), com trinta anos de idade, «muito alto e corpulento, figura colossal de cafre», não resiste à atracção física de um grumete de quinze anos, «belo marinheiro de olhos azuis». Pouco depois está construído um pouco habitual triângulo que na casa da portuguesa D. Carolina (mulher fogosa, com desejos de oferecer à experiência do seu corpo maduro um amante jovem) se faz vórtice numa história de fúria sexual e morte, com elementos inter-raciais e pedófilos, servido com uma frieza descritiva que passa ao lado de qualquer julgamento moral das personagens, tudo isto muito mais do que chegava para ser insuportável aos leitores daquele final do século XIX. Adolfo Caminha foi na sua época atacado pela crítica «oficial», e depois dela pelos que ampliaram os seus defeitos, ridicularizam pormenores de estilo isolando-os do contexto com malévola tendência; e se ele conseguiu fazer sob esta desagradável chuva uma carreira que já galgou um século, nunca descolou de si o rótulo de autor «maldito». [Aníbal Fernandes

Adolfo Caminha [Aracati, 1867 – Rio de Janeiro, 1897] entra para a marinha de guerra em 1883, chegando ao posto de segundo-tenente. Apaixona-se pela esposa de um alferes, que abandona o marido para viver com Caminha. Na sequência do escândalo, vê-se obrigado a deixar a marinha e passa a trabalhar como funcionário público. 
É autor das obras Voos Incertos (1886), A Normalista (1893), No País dos Ianques (1894). Em 1895, firma a sua reputação literária ao publicar Bom Crioulo, obra que provoca grande polémica por abordar o tema da homossexualidade. Já tuberculoso, lança em 1896 o seu último romance, Tentação. Morre prematuramente aos 29 anos.

«O Raposo» | D.H. Lawrence


O Raposo 
D.H. Lawrence 

Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes 

ISBN: 978-989-8566-28-7 

Preço: 11,32 euros | PVP: 12 euros 

Formato: 14,5x20,5 cm (brochado, com badanas) 
Número de páginas: 128

«A minha grande religião é acreditar que o sangue, a carne, são mais sábios do que a inteligência.» Esta valorização do corpo e dos seus instintos, que ele transportava sem nenhuma trégua para a literatura, chegou a incomodar os guardiães da mentalidade vitoriana; a que persistia, depois de Victoria, em determinar comportamentos que preservassem a saúde moral dos Ingleses.

Em 1923, Lawrence publicou O Raposo, uma das suas histórias mais célebres e percorrida por uma energia que tem como foco um amor lésbico; mas talvez a sua obra literária mais pessimista sobre a viabilidade do amor entre mulheres, e do amor entre um homem e uma mulher. A que parece negar, a qualquer destas uniões, um direito à réplica do seu venerado exemplo: a «fusão» de David e Jónatas. [Aníbal Fernandes]


David Herbert Lawrence, romancista, contista, poeta, ensaísta e pintor, é uma das grandes figuras literárias do século XX. Nascido em Eastwood, Nottinghamshire, em 1885, D.H. Lawrence estudou na Universidade de Nottingham, publicando em 1911 o seu primeiro romance, The White Peacock. Em 1915, The Rainbow, o seu quarto romance, é proibido por alegada obscenidade. Também os seus quadros são retirados de uma galeria de arte. Em 1926, já com vários romances publicados, D.H. Lawrence começa a trabalhar no que viria a ser o seu romance mais conhecido, O Amante de Lady Chatterley. Também este será proibido no Reino Unido e nos Estados Unidos, por pornografia. A partir de Junho de 1928, data em que abandonou Florença, e até à sua morte em 1930, por tuberculose, Lawrence vagueia de cidade em cidade. Trabalhará até ao fim, completando Apocalypse, livro que viria a ser publicado em 1931.

«Arte e Técnica em Heidegger», de Irene Borges-Duarte



Arte e Técnica em Heidegger
Irene Borges-Duarte

ISBN: 978-989-8566-67-6

Preço: 16,98 euros | PVP: 18 euros

Formato: 16cmx22 cm (brochado)
Número de páginas: 240 (com reproduções a PB e a cores)

[ Em colaboração com o Instituto de Filosofia Prática ]


Entre os grandes motivos de Heidegger, a Arte é decerto um dos mais constantes, originais e, talvez, menos controversos, sendo recorrente em conferências e publicações durante cerca de 40 anos, que revelam até que ponto esta questão é central na sua trajectória filosófica. A esta questão junta-se-lhe a daTécnica que se entrelaça coma primeira, a ponto de podermos afirmar que, em muitos aspectos, é a sua outra face. São como o alfa e o ómega do mostrar-se veritativo do ser nas múltiplas configurações do seu pôr-se em obra, num discurso que não só é língua, mas também imagem, gesto, corpo: manifestação articulada do sentido das coisas e dos humanos no seu tempo e espaço próprios. São as duas cabeças do divino Jano: início e fim duma mesma dinâmica ontológica no espaço-tempo geo-histórico que habitamos. 

Irene Borges-Duarte é professora associada e investigadora do Instituto de Filosofia Prática na Universidade de Évora. Presidente da Associação Portuguesa de Filosofia Fenomenológica (desde 2011). Membro da Heidegger-Gesellschaft e da Sociedad Iberoamericana de Estudios Heideggerianos. Coordenadora do projecto de tradução e investigação «Heidegger em Português».

«Ernesto de Sousa e a Arte Popular – Em torno da exposição Barristas e Imaginários»| Ernesto de Sousa



Ernesto de Sousa e a Arte Popular – Em torno da exposição «Barristas e Imaginários»
Ernesto de Sousa 

Textos de Ernesto de Sousa, Mariana Pinto dos Santos e Nuno Faria

[edição bilingue]

ISBN: 978-989-8566-62-1

Preço: 23,58 euros | PVP: 25 euros

Formato: 16x22 cm (brochado)
Número de páginas: 320 (com reproduções a PB e a cores)

[ Co-edição: A Oficina, CIPRL ]


Catálogo publicado por ocasião da exposição «Ernesto de Sousa e a Arte Popular» [26 de Abril de 2014 – 6 de Julho de 2014, na Plataforma das Artes e da Criatividade / CIAJG, Guimarães], produzida pelo Centro Internacional das Artes José de Guimarães.

A exposição reactiva as investigações de Ernesto de Sousa [Lisboa, 1921-1988] em torno da arte popular e da escultura portuguesa e tem como pano de fundo a exposição «Barristas e Imaginários: quatro artistas populares do Norte», que o autor concebeu e apresentou na Galeria Divulgação, em Lisboa, em 1964, com obras de Rosa Ramalho, Mistério, Franklin Vilas Boas e Quintino Vilas Boas Neto. […] Estamos, assim, perante uma exposição sobre outra exposição. Faz coabitar fotografias e textos de Ernesto de Sousa com objectos dos artistas por ele estudados, procurando reactivar as múltiplas e fecundas relações e estratos de sentido que o inquieto investigador (ou operador estético, designação que mais tarde reivindicaria) produzia, a partir de métodos analíticos invulgarmente excêntricos para o contexto de então, dominado, no campo da história da arte, por leituras conservadoras e disciplinares. A arte popular ou, como Ernesto de Sousa preferia designar, «de expressão ingénua», foi alvo de um considerável interesse desde os últimos anos da década de 50, com diversos contactos e investigações, quer no campo da etnologia, quer da arquitectura, passando pelo interesse em artistas populares «descobertos» de forma mais ou menos ocasional por artistas como António Quadros (que foi o primeiro a reconhecer a idiossincrasia do trabalho de Rosa Ramalho) ou por diversos arquitectos. Vindo do neo-realismo, no qual pontifica Dom Roberto, filme que realizou em 1962, Ernesto de Sousa chega à arte popular através de um profícuo desvio pela arte primitiva africana, à qual, de resto, aproximará alguns objectos de Franklin, por exemplo. [Nuno Faria]

«Um Homem tem Duas Sombras – Paisagens, (auto)retratos, objectos e animais» | Carlos Relvas

Um Homem tem Duas Sombras – Paisagens, (auto)retratos, objectos e animais 
Carlos Relvas

Textos de Luís Pavão e Nuno Faria 

 [edição bilingue] 

ISBN: 978-989-8474-24-7 

Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros 

Formato: 16x22 cm (brochado) 
Número de páginas: 264 (com reproduções a PB e a cores) 

[ Co-edição: A Oficina, CIPRL ]


Catálogo publicado por ocasião da exposição «Um homem tem duas sombras» [26 de Abril de 2014 – 8 de Junho 2014, na Plataforma das Artes e da Criatividade / CIAJG, Guimarães], produzida pelo Centro Internacional das Artes José de Guimarães em parceria com a Casa-Estúdio Carlos Relvas.

A exposição aborda o trabalho em fotografia de Carlos Relvas [1838-1894], procurando mostrar a singularidade de uma obra que, na segunda metade do século XIX, surgiu como um clarão no contexto da eclosão da fotografia em Portugal e na Europa. Mostra e publicação procuram dar a ver o universo autoral de Carlos Relvas à luz da contemporaneidade onde, apesar da paralaxe temporal, pertence por vocação. Constitui-se seguramente como um dos mais fascinantes e obscuros casos de estudo do panorama artístico em Portugal e pertence por direito ao campo das excepções. Nascido na Golegã em 1838, o autor aí desenvolve a sua actividade criativa entre 1862 e a sua morte, em 1894. Durante esse período concebeu e acompanhou a construção de dois estúdios – o segundo pontifica, ainda, como um dos mais notáveis exemplos arquitectónicos de estúdio fotográfico – e desenvolveu uma prática singular no campo da fotografia, pautada pelo desenvolvimento de inúmeros procedimentos técnicos e por uma sistemática e obsessiva busca em torno das possibilidades da imagem. A obra de Carlos Relvas incorpora uma dupla descoberta: da própria fotografia e do mundo – duas realidades simultaneamente íntimas e estranhas uma à outra.
Assim, podemos dizer que Carlos Relvas explora, como dois vasos comunicantes, a imagem da realidade e a realidade da imagem: utiliza a câmara para captar vistas do entorno, essa realidade sempre transitória e impermanente, aprende e desenvolve processos técnicos que lhe permitem fixar e revelar essas imagens. Mas, mais importante ainda, define e constrói a sua perspectiva sobre aquilo que o rodeia, constituindo-se, a partir daí, como indivíduo no mundo – a fotografia é uma forma de filosofia, de procura de conhecimento. [Nuno Faria]