sábado, 28 de dezembro de 2019

Parabéns, Sergio Lima!


Sergio Lima, nome artístico de Sergio Claudio de Franceschi Lima, nasceu no dia 28 de Dezembro de 1939, faz hoje 80 anos, em Pirassununga, São Paulo, Brasil.

Parabéns, Sergio Lima!

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Parabéns, Artur Guerra!



Artur Guerra, tradutor de Tirant lo Blanc para a Documenta, nasceu em Silvã de Cima (Sátão, Viseu) no dia 23 de Dezembro de 1949, faz hoje 70 anos. 

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Gostamos muito de o(a) ver por cá.


LIVRARIA SISTEMA SOLAR
Rua Passos Manuel, 67 B, 1150-258 Lisboa
Telefone 210 117 010 livraria.pm(arroba)sistemasolar.pt 

segunda a sábado: 10h-13h — 14h-19h. 
24 e 31 de Dezembro: 10h-13h — 14h-16h

Encerra: domingos, feriados, 25 e 26 de Dezembro de 2019 e 1 de Janeiro de 2020


Visite-nos. Gostamos muito de o(a) ver por cá.

«Espelho / Mirror», de Rui Sanches [convite]


terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Sinal Respiratório — Cartas para Sergio Lima I Mário Cesariny


Sinal Respiratório — Cartas para Sergio Lima
Mário Cesariny



Apresentação de Sergio Lima
Edição e posfácio de Perfecto E. Cuadrado

ISBN 978-989-9006-02-7 | EAN 9789899006027

Edição: Novembro de 2019
Preço: 15,09 euros | PVP: 16 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 200

Com a Fundação Cupertino de Miranda



Atrasado como estou em dar-lhe sinal respiratório não vou deixar o dia de hoje sem ao menos pôr aqui escrito o abraço ininterrupto que vai de mim para seu 
desde o primeiro dia do nosso contacto.
[Mário Cesariny, carta de 20 de Abril de 1977]



A primeira notícia de Mário Cesariny me foi dada por Aldo Pellegrini, em meados de 1967, quando da nossa troca de cartas para a montagem em São Paulo da I Exposição Surrealista, aliás XIII Exposição Internacional do Movimento dos Surrealistas. De imediato lhe escrevi sobre os planos da exposição. Em seguida enviou todo um material do movimento em Lisboa — envio urgente que Mário me comunicou por telegrama, dia 13 de julho ’67. A partir do que nossa correspondência vai se estender larga e loucamente, com umas poucas interrupções até 1995 e depois, nos últimos anos, torna-se rara e muito espaçada.
Mesmo assim vigorou sempre a parceria e cumplicidades que culminariam com a entrevista em vídeo que lhe fiz — em fins de junho 2006 — por ocasião da apresentação da «boneca» da revista-almanaque A Phala 2. Projeto esse, afinal, de que fora o principal incentivador desde meados de 1987 e que agora tinha em suas mãos.
[Sergio Lima]


O Surrealismo é justamente o mar de descobertas e naufrágios onde navegaram juntos Mário Cesariny e Sergio Lima, junto a muitos outros que sentiram a necessidade e a urgência românticas de sair da caverna à procura da luz e do caminho para a conquista do Absoluto (no conhecer, no sentir e no dizer uma realidade reabilitada, uma realidade poética, isto é, transformada e transtornada pela imaginação, como Cesariny pedia). 
[…] 
As cartas de Mário Cesariny para Sergio Lima, como as enviadas para Laurens Vancrevel ou Cruzeiro Seixas, são um documento importante para a história do Surrealismo e, de maneira muito especial, para a história da intervenção surrealista em Portugal e no Brasil e as suas ligações através do diálogo entre dois dos seus protagonistas maiores.
[Perfecto E. Cuadrado]


Sergio Lima, nome artístico de Sergio Claudio de Franceschi Lima, nasceu no dia 28 de Dezembro de 1939 em Pirassununga, São Paulo, Brasil. Escritor-pintor, envolveu-se, desde 1955, com o surrealismo e o cinema. Em Paris, a partir de Setembro de 1961, passa a participar nas reuniões do grupo surrealista de Paris, no café La Promenade de Vénus, convidado pelo seu fundador André Breton. Desde então, é o responsável pela activação do surrealismo no Brasil e nos países de língua portuguesa, especialmente em Portugal, onde estabeleceu um diálogo muito próximo com Mário Cesariny. Estreou-se com Amore (Massao Ohno, 1963), obra referida na revista surrealista parisiense La Brèche. No Brasil, entre outras actividades, realizou a XIII Exposição Internacional do Surrealismo (1967), traduziu e organizou a antologia de poemas Amor Sublime, de Benjamin Péret (Brasiliense, 1985), e promoveu a exposição «Collage — Homenagem ao Centenário de André Breton (1896-1996)». Em 1995, inicia a publicação de A Aventura Surrealista, projecto de grande fôlego que se propõe compilar as ideias e as produções do movimento surrealista no Brasil e no mundo. Vive em São Paulo, num pequeno bosque verde cercado pelo bares da Vila Madalena.

Espelho / Mirror I Rui Sanches


Espelho / Mirror
Rui Sanches

Textos de Delfim Sardo, Sara Antónia Matos e Richard Deacon

Design de Pedro Falcão

ISBN 978-989-9006-00-3 | EAN 9789899006003

Edição: Novembro de 2019
Preço: 33,19 euros | PVP: 35 euros
Formato: 22,3 x 29,7 cm (brochado)
Número de páginas: 280 (a cores)

Com a Fundação Carmona e Costa

Edição bilingue: português-inglês



Este livro documenta a exposição «Espelho/Mirror», de Rui Sanches, que teve lugar em Lisboa, no Torreão Nascente da Cordoaria Nacional entre 29 de Setembro de 2019 e 12 de Janeiro de 2020, com curadoria de Delfim Sardo, e no Museu Coleção Berardo entre 10 de Outubro de 2019 e 12 de Janeiro de 2020, com curadoria de Sara Antónia Matos.


A obra de Rui Sanches tem vindo a desenvolver-se, ao longo dos últimos 35 anos (a sua primeira exposição individual em Portugal teve lugar em 1984), como uma extensa reflexão em torno de três questões fundamentais: a relação da criação moderna e contemporânea com a história e as diferentes linhagens que se foram definindo, a possibilidade de tematizar a questão do ponto de vista (do espectador e dos que a obra em si mesma propõe) — quer em termos físico-percetivos, quer em termos representacionais — e a questão da relação da arte com o mundo, seja por processos de ressignificação, de relação com o contexto, de citação ou paráfrase ou pelo léxico material utilizado. 
[Delfim Sardo]


Cada desenho fixa momentos ou estados, não tanto sobre a figura ou os objectos, antes sobre as suas qualidades líquidas, os movimentos e as vibrações que antecedem a forma. Na obra de Rui Sanches, o desenho parece sair da folha de papel, extravasando as suas margens, para lá dele, como se se estendesse pelo espaço. Assim, em certas circunstâncias, o desenho parece poder ser atravessado pelo espectador: este, não tendo base firme (referências de escala, perspectivas) onde assentar os pés, pode aproximar-se ou afastar-se daquele, afundar-se na janela que abre para o lado de lá ou ficar deste lado e vê-lo à distância.
[Sara Antónia Matos]

Os trabalhos produzidos por Rui Sanches nos últimos dois anos, Os espaços em volta, sugerem que os espaços, como vórtices em água turbulenta ou portais cósmicos (wormholes), se abrem por toda a parte em nosso redor. Dois destes trabalhos, os de maior dimensão, contêm mesmo portas, apesar de a entrada permanecer no domínio do imaginário, não no do possível — o que, aliás, faz todo o sentido, pois se de facto entrássemos, muito provavelmente desapareceríamos. 
[Richard Deacon]

Sérgio Pombo — Obras 1973-2017


Sérgio Pombo — Obras 1973-2017
Sérgio Pombo

Textos de João Pinharanda, Jorge Silva Melo e José Alexandre de São Marcos

ISBN 978-989-9006-08-9 | EAN 9789899006089

Edição: Novembro de 2019
Preço: 18,87 euros | PVP: 20 euros
Formato: 17 x 22 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 208 (a cores)

Com a Fundação Carmona e Costa

Edição bilingue: português-inglês



João Pinharanda: «No seu trabalho ecoam a potência masculina da vida (a vitalidade sujeita à morte) e a potência espiritual feminina (transportadora de vida) […]»


Este livro foi publicado por ocasião da exposição «Sérgio Pombo: Obras 1973-2017», com curadoria de João Pinharanda, realizada na Fundação Carmona e Costa, entre 23 de Novembro de 2019 e 11 de Janeiro de 2020.


Sérgio Pombo exprime a sua subjectividade dominante e o seu «sentimento trágico da vida» através de uma figuração exacerbada; cria o seu próprio tempo e universo mas insere-os num tempo cronológico que os ultrapassa e num campo longo, expressionista (ainda não inteiramente revelado e estudado), da criação artística portuguesa. A sua obra está presa à angústia que os românticos e os modernos deixaram como herança à contemporaneidade: a vã procura do fio de Ariadne deitado ao chão por Teseu. 
[João Pinharanda]


A pintura de Sérgio Pombo — pintura, desenho, com figuras ou sem, a pintura que nele tudo é pintura, irredutivelmente pintura — é tão brilhantemente viva que ofusca, é tão desassombrada que nos assalta o equilíbrio, sofre, o dia em que nasci morra e pereça, dizia Job, amaldiçoa-nos — mas promete-nos o humano, o humano presente, o humano simplesmente, a vida de hoje, esta, sufocantemente bela na sua crueza rápida, na sua imensa solidão. 
Porque Sérgio Pombo, com a rapidez das estrelas cadentes no céu de todas as noites, persegue a beleza, promete-nos que ela aí vem, está a chegar, voluptuosa, fulgurante, escandalosamente nova, de ontem à noite sempre, nua ainda. 
[Jorge Silva Melo]


O Sérgio Pombo está para lá da contemplação, da interrogação, coloca-se sempre no lugar da acção. Não há comodismo, há uma intransigência quase autofágica que vive a inadaptação como elemento para evoluir. A sua pintura é ele, o seu corpo e os corpos que encontra, e pedaços de todos os lugares que se atravessam na vida humana, sempre à escala do ser humano vezes o infinito. 
[José Alexandre de São Marcos]

Uma Luz sobre a Noite seguido de O Pão e a Alma


Uma Luz sobre a Noite seguido de O Pão e a Alma
Paulo Pires do Vale, Rui Serra, Tomás Maia

Apresentação de Ricardo Escarduça

ISBN 978-989-9006-07-2 | 9789899006072

Edição: Novembro de 2019
Preço: 11,32 euros | PVP: 12 euros
Formato: 17 x 24 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 60 (a cores)

Com o Projecto Travessa da Ermida


A arte não transfigura a noite em dia; ela faz luz sobre a noite. O que já é muito — mesmo se, para muitos, pode parecer pouco. Miséria da arte. Mas miséria que alimenta a nossa fome negra.


Uma Luz Sobre a Noite, de Paulo Pires do Vale e Tomás Maia, publicado pela Documenta, é apresentado pelo Projecto Travessa da Ermida no contexto do encerramento da exposição «Fome» de Rui Serra. O livro é o corolário de um encontro a dois tempos entre os autores e o pintor, iniciado em Abril de 2017 no âmbito da sua exposição «Todas as Noites», no Museu de Arte Contemporânea de Elvas (colecção António Cachola). 
[Ricardo Escarduça, «Apresentação»]


— … se a Noite é «antiquíssima» — a Noite que nos faz falar —, não será ela então e sempre o antiquíssimo em nós? Quando fazemos uma obra, necessariamente trazida à luz, não estaremos assim a responder à Noite e, ao mesmo tempo, não a chamaremos? Ser chamado e chamar pela Noite, não será isso o que faz a obra dizendo ou ecoando Vem— «Vem, Noite antiquíssima e idêntica»? E, no entanto, essa obra não mostrará também que a Noite recua e se esquiva sempre, cada vez mais longínqua, mais antiga?

— Sim, antiquíssima porque originante — e os mitos da criação sublinham que antes da luz ou do dia, havia a noite: ela é o Anterior. Escuridão que antecede o começo. […]
[Paulo Pires do Vale e Tomás Maia, «Diálogo»]


De que fome se está a falar com este título — «Fome»? E quem pode falar da fome, e a que título? 
Há pelo menos duas fomes, a do animal físico e a do animal metafísico. O humano, se não vir saciada a primeira fome, não pode experienciar a insaciabilidade da segunda. Leio Pascoaes:
Viver é ter fome! A vida é fome: fome de alma e de pão! Fome negra!
Seja de alma ou de pão, a fome é negra. E tal é a primeira experiência desta exposição — que nos convida a entrar e a atravessar um negrume. Travessia da qual não sairemos incólumes: seremos expulsos para ver, a outra luz, a noite. Para rever a noite à luz da arte.
[Tomás Maia, «O Pão e a Alma»]

Uncanny River (The Crossing) I João Biscainho


Uncanny River (The Crossing)
João Biscainho

Textos de Paulo Campos Pinto, Luísa Santos, Peter Hanenberg e Bernardo Barahona Corrêa
Seleta de textos de João Biscainho

Design de Ricardo Assis

ISBN 978-989-9006-01-0 | EAN 9789899006010

Edição: Outubro de 2019
Preço: 11,32 euros | PVP: 12 euros
Formato: 16,8 x 22,5 cm (brochado)
Número de páginas: 96 (com encarte a cores)

Com a Universidade Católica Portuguesa – Colecção Cultura@Católica 2

Edição bilingue: português-inglês



João Biscainho: «A instalação vídeo Uncanny River (The Crossing) (2014-2015), projeta ao espectador vinte e cinco composições simétricas por segundo. A experiência sobre esta peça não é substituível por qualquer descrição.»

Uncanny River (The Crossing) inaugura o espaço de programação Generation Next (GN) da Galeria Fundação Amélia de Mello, dedicado a artistas, curadores, designers emergentes, bem como a projetos de investigação com metodologias research-based art e art-based research, produzidos em contexto académico.
Com uma periodicidade anual, as exposições GN pretendem potenciar e dar visibilidade à investigação e criação artísticas produzidas em modelos de interligação entre teoria e prática, nos domínios das artes plásticas e multimédia, no reconhecimento da prática artística — enquanto resultante do trabalho académico — como criadora de conhecimento qualitativamente relevante, e da validade das metodologias de investigação académica, que convocam a arte e o fenómeno artístico para a produção de saber confiável.
[Paulo Campos Pinto]


O Uncanny River de João Biscainho move-se, precisamente, entre a atração empática e a repulsa à estranheza criados pela justaposição de elementos familiares em combinações inesperados. Perante a imagem dupla de um movimento simétrico, reconhecemos um curso de água, uma travessia de um rio, que vemos de cima como se estivéssemos dentro de um barco a passar de um lado ao outro. Contudo, perante a combinação da imagem e respectivo reflexo simétrico, e pelo facto de nunca podermos ver quaisquer elementos físicos que permitam uma percepção geográfica ou temporal, a esta sensação de familiaridade sobrepõe-se um sentimento de estranheza.
[Luísa Santos]

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Livraria Sistema Solar I Horário de Dezembro de 2019


LIVRARIA SISTEMA SOLAR
Rua Passos Manuel, 67 B, 1150-258 Lisboa
Telefone 210 117 010 livraria.pm(arroba)sistemasolar.pt 

segunda a sábado: 10h-13h — 14h-19h. 
24 e 31 de Dezembro: 10h-13h — 14h-16h

Encerra: domingos, feriados, 25 e 26 de Dezembro de 2019 e 1 de Janeiro de 2020


Visite-nos. Gostamos muito de o(a) ver por cá.

Prémio da Academia Portuguesa de História 2019


Parabéns, Teresa de Campos Coelho!

«Fruto de uma dinâmica familiar endógena com características próprias, esta dinastia de arquitectos desenhou a especificidade da arquitectura de todo o século XVII e 
inícios do século XVIII […]»


quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Um momento único com os Beatles no Barreiro


A Associação Cultural Ephemera, e a Associação Desenvolvimento Artes e Ofícios (ADAO) organizam no dia 6 de Dezembro no Barreiro uma sessão dedicada aos Beatles, com a participação, entre outros, dos músicos Fast Eddie Nelson e Francis Mann, do radialista Luís Filipe Barros e do declamador José Zaluar.
A sessão, com início às 21h30 na sede da ADAO, um antigo quartel dos Bombeiros Voluntários Sul e Sueste, inclui duas exposições, uma do fotógrafo Rui Serrano, subordinada ao tema «Ephemera Eterna», e outra sobre os Beatles, com objectos raros e curiosos, como casacas do Sgt Peppers, guitarras e até papel higiénico (limpo) dos estúdios de Abbey Road.
Estará exposto também um tijolo da degradada Estalagem do Gado Bravo onde Paul McCartney e Jane Asher estiveram em 1965, bem como uma maçã que a Apple ofereceu em 1995 em Londres no lançamento da «Anthology» e que tem sido conservada até agora no congelador de um frigorífico doméstico.
Há ainda a exposição da colecção completa das capas portuguesas dos EP dos Beatles, única em todo o Mundo, bem como de todos os conjuntos portugueses que gravaram Beatles nos anos 60.
E haverá surpresas.
Organizada por Luís Pinheiro de Almeida, a exposição tem ainda a participação de outros fãs como Cláudia Ribeiro, Duarte Vilardebó Loureiro, Eduardo Pinto, João Pinheiro de Almeida, Paulo Bastos, Paulo Marques, Teresa Lage e também do Ephemera.
Rui Serrano, fotógrafo-artista, também do Barreiro, apresenta, em forma de exposição fotográfica, a sua visão sobre o quotidiano do último ano de funcionamento do arquivo da Ephemera no Barreiro, projecto a que gosta de chamar: Ephemera Eterna.
A primeira parte de «Beatles no Barreiro» é preenchida pela apresentação do livro Com os Beatles, Caro Jó, uma crónica social dos anos 60 registada por Luís Pinheiro de Almeida, feita por José Pacheco Pereira, cujo arquivo ficará depositário das cartas originais incluídas no livro editado este ano pela Documenta (Sistema Solar).
O declamador José Zaluar lerá uma ou duas cartas para ilustrar o momento.
Segue-se a comemoração dos 50 anos de «Abbey Road», considerado um dos melhores álbuns dos Beatles.
O historiador Filipe Barroso, 34 anos, discorrerá sobre o álbum e a sua importância, enquanto o músico, compositor, produtor e instrumentista, Francis Mann, explicará, com exemplos, como os Beatles fizeram o LP.
Segue-se a música ao vivo, também ela com as suas originalidades.
O experiente e aclamado músico barreirense Fast Eddie Nelson sobe ao palco com a sua banda para um alinhamento brutal de canções únicas de uma das suas influências musicais.
Francis Mann, co-fundador dos Xutos e Pontapés, mas que foi muito mais longe do que isso como, por exemplo, produtor dos Diva, músico convidado na Sétima Legião e artista a solo com êxitos reconhecidos, alinhavou com Duarte Vilardebó Loureiro, que foi de Pedro e os Apóstolos, um inédito «set» acústico que vai ser uma das grandes surpresas da noite.
«Beatles no Barreiro» termina com o radialista Luís Filipe Barros, herói do «Rock Em Stock», que idealizou uma hora de música dos Beatles para deleite da assistência que ainda ouvirá DJ locais a transbordar música do conjunto de Liverpool por nomes da actualidade.

A entrada é gratuita.

Uma Luz sobre a Noite


«30 Nov 2019 | 18:00 | Projecto Travessa da Ermida

O Projecto Travessa da Ermida e a editora Sistema Solar I Documenta 
convidam para a sessão de apresentação do livro 
UMA LUZ SOBRE A NOITE
de Paulo Pires do Vale e Tomás Maia.

A apresentação do livro assinala o encerramento da exposição 
FOME
de Rui Serra.
UMA LUZ SOBRE A NOITE resulta de um encontro a dois tempos entre os autores e o pintor, consistindo numa reflexão sobre a noite enquanto dispositivo poético. A apresentação do livro conta com a presença dos autores e do pintor.»

terça-feira, 26 de novembro de 2019

Mário Cesariny [Lisboa, 9-VIII-1923 – 26-XI-2006]

Mário Cesariny e Manuel António Pina

                                                                         Pois no que vi
                                                                         não ver é que há
                                                                         e eu estou ali
                                                                         não estando lá.


        Mário Cesariny, Pena Capital

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

«Uncanny River (The Crossing)» I João Biscainho


«Quando entramos — na verdade, quando imergimos — no espaço da Galeria tornada  escultura-instalação, somos atraídos de imediato para o abismo que nos recebe. Uma imagem em movimento retroprojectada numa estrutura de vidro, à qual se associa o seu reflexo num espelho a noventa graus, retrata um curso de água impossível que vai e volta em simultâneo.»
[Luísa Santos]

terça-feira, 12 de novembro de 2019

Cartas de Mário Cesariny para Sergio Lima

Fundação Cupertino de Miranda — V. N. Famalicão
28-30 de Novembro de 2019

No sábado, dia 30, às 15h45, será lançado o livro 

Mário Cesariny
Sinal Respiratório — Cartas para Sergio Lima
Apresentação de Sergio Lima
Edição e posfácio de Perfecto E. Cuadrado
Edição Fundação Cupertino de Miranda e Documenta


Fotografia de Eduardo Tomé.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Livro de José Afonso Furtado é uma das «7 (sete) boas sugestões de leitura para este Outono»



«Contaminações. Minas Abandonadas, de José Afonso Furtado

O autor deste Contaminações (Documenta/Sistema Solar, 192 págs., 29 euros), José Afonso Furtado, confessa-se logo a abrir: “Durante quinze anos, desde 1994, não fui de férias, fui para as minas, como se vai para as termas ou como se vai à terra. Não era obrigação ou encomenda, não tinha prazos nem propósito. Quando fui forçado a parar, fiquei com milhares de negativos, com um ligeiro conhecimento do universo mineiro e com vários dados colaterais.” Durante esses anos, sem compromissos, o fotógrafo (que na altura dirigia a Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian) visitou então “áreas mineiras degradadas” do Norte e do Sul do País, com o objetivo de registar paisagens lunares onde não se vê vivalma, estruturas ao abandono, ruínas desoladas, edifícios-fantasma… Entre as minas retratadas, estão as de Argozelo (Vimioso), São Domingos (Mértola), Lousal (Grândola), Rio de Frades (Arouca), Vila Cova (Vila Real), Borralha (Montalegre), Panasqueira (Covilhã e Fundão), Ribeira (Bragança) e Caveira (Mértola). Uma parte dessas imagens dos tempos pré-lítio integra agora este livro cujas fotografias (189, no total) tanto têm de inquietantes quanto de sedutoras. Como escreve a historiadora Maria do Carmo Serén, “neste tempo de saturação do olhar, do ‘já visto’, só mesmo os jogos da linguagem da fotografia nos podem surpreender.” S.B.L.»

Luís Ricardo Duarte, «7 (sete) boas sugestões de leitura para este outono», Visão Sete, 28 de Outubro de 2019.

sábado, 2 de novembro de 2019

Diálogos das Carmelitas I Georges Bernanos


Diálogos das Carmelitas
Georges Bernanos

Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes

ISBN 978-989-8833-42-6 | EAN 9789898833426

Edição: Outubro de 2019
Preço: 13,21 euros | PVP: 14 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 160


Georges Bernanos:
o homem que escreveu e viveu com uma incómoda incandescência interior.


[…] quando as freiras de Compiègne resolvem adoptar o martírio, sem cumprir as ordens da Revolução que as deixariam livres se aceitassem renegar os seus votos e a sua fé, a superiora mostra um desacordo. Ela preferiria uma anuência falsa, que mantivesse secretamente condições para o renascimento da Ordem quando surgissem na situação política condições que o permitissem. Mas é tarde de mais para fazê-las voltar atrás.
[…]
Sente-se no Bernanos de Diálogos das Carmelitas a consciência desta mesma oposição, mas agora com a vitória do Orgulho.
As freiras guilhotinadas caminham para o cadafalso com muito mais orgulho do que fé; vão de cabeça levantada por um orgulho soprado pela Verdade que defendem, sem importar aqui se davam um exemplo de «más carmelitas», como lhes era sugerido pelo bom sensoda sua superiora. Mas Blanche? Quem nos garante que Blanche de la Force, novamente fustigada pelo mundo que não suporta, aterrorizada a todo o momento pelos homens que agora a maltratam e violentam, não o faz por um patológico desespero de mundo onde nada existe da orgulhosa força que suporta uma superior Verdade? Blanche de la Force avança para o cadafalso com um rosto despojado de todo o temor; mas Bernanos também não se esquece de escrever qualquer coisa que parece logo a seguir desajustada a esta aparência de invencível decisão; porque é, no final do seu caminho em direcção ao sacrifício, empurrada para a guilhotina por um grupo de mulheres. Qual é a função dramática deste empurrão, numa personagem que parece tão decidida a enfrentar a guilhotina?
Teremos até ao fim consciência das indecisões que oscilaram entre a duvidosa Blanche da Força, que o seu involuntário nome de baptismo lhe impôs, e a Blanche da Fraqueza, que o seu comportamento quis mostrar; e do texto sairemos — muito ao gosto das contradições caras a Bernanos — sem uma definitiva resposta para dar.
[Aníbal Fernandes]

O Estranho Animal do Vaccarès I Joseph d’Arbaud


O Estranho Animal do Vaccarès
Joseph d’Arbaud

Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes

ISBN 978-989-8833-43-3 | EAN 9789898833433

Edição: Outubro de 2019
Preço: 11,32 euros | PVP: 12 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 116


Os deuses também morrem.

As palavras de O Estranho Animal do Vaccarès nunca associam a sua criatura nominalmente a Pã, embora tudo façam para nos lembrarmos dele: descrevem-na com a sua forma caprina, dão-lhe uma flauta que encanta os animais; mas deslocam-no para a Camarga medieval e mostram-no ali com uma velhice de deus decrépito e fora de época, nostalgicamente anulado no seu poder e destinado à morte de todos os deuses quando o progresso cultural dos homens os destrói para encontrar outros adaptados à sua necessidade de fé, mas compatíveis com o avanço da sua cultura e do seu progresso civilizacional.
[…]
No canto selvagem de D’Arbaud, esta Camarga de silêncios, de animais e deuses é o cenário adequado ao envelhecimento de um grande mito, para as infinitas águas e as lonjuras de que não vemos nenhum fim, para um calor que abrasa, para caminhos de sonho, para águas que cintilam. E o seu animal de poesia e lenda — saído de uma elegia pânica que o faz aparecer e desaparecer sem sabermos de onde veio e para onde vai partir, talvez expulso de velhos países com uma religião morta que já não o abriga nem reconhece — escolhe uma terra que ainda não perdeu o seu travo primitivo, onde o seu resto de deus talvez possa viver e confundir-se com ela. Mas tudo isto — mesmo no século XV desta história — não passa de uma ilusão. Esta Camarga de cavalos e touros que um Pã envelhecido ainda seduz com a sua flauta, nega-se à sua pretendida e desesperada extensão de vida; esta Camarga de lama, húmus e areia só consegue oferecer-se como cenário do seu fim.
D’Arbaud chegou ao Estranho Animal do Vaccarès depois de ele próprio procurar, como o seu fauno, uma possibilidade de vida fantástica na Camarga de irreal atmosfera, com auroras, noites, sombra adormecida, e arrepio de folhas no silêncio, como ficou descrita num dos seus poemas.
[Aníbal Fernandes]

Anti-Doxa — A filosofia na era da comunicação I Sousa Dias


Anti-Doxa — A filosofia na era da comunicação

Sousa Dias


ISBN 978-989-8902-99-3 | EAN 9789898902993

Edição: Outubro de 2019
Preço: 15,09 euros | PVP: 16 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm (brochado)
Número de páginas: 260



A filosofia é coisa unicamente greco-europeia, greco-ocidental, e não o dizemos para fazer nosso o cliché hegelo-heideggeriano. Aquilo que define a filosofia desde os primeiros filósofos gregos, já nos pré-socráticos ou «naturalistas», é, antes de mais, a recusa de toda e qualquer transcendência da Natureza ou do Ser, é a exigência de um pensamento capaz de proceder por imanência […]

A presente colectânea reúne, com inúmeras modificações substanciais até por vezes do respectivo título, todos os textos de Estética do conceito (1998) e alguns de Questão de estilo (2004), ambos publicados pela extinta Pé de Página Editores, de Coimbra, e que não serão reeditados. Acrescenta-lhes novos textos, um dos quais, sobre as idades da filosofia, inédito.

Informação, pensamento e criação, cultura comunicacional e filosofia: o desastre do pensamento na era da comunicação, dos media e do marketing — as co-dimensões lógica e estética, intelectual e perceptual, do conceito filosófico — afinidade da filosofia com a arte — as 4 idades históricas da filosofia — do fundamento ao «afundamento» da metafísica: do problema da fenomenologia à questão do ser — a ultrapassagem desta questão nos últimos escritos de Heidegger — Michel Serres, René Thom, a teoria da ciência e os critérios de cientificidade: para acabar de vez com a epistemologia — pintura e filosofia: Álvaro Lapa — a filosofia como descomunicação: teoria da argumentação e prática filosófica — a filosofia escolar: ensinar o ensinável.


Sousa Dias nasceu em 1956. Professor de Filosofia no ICAFG (Porto). Publicou, entre outros livros, Lógica do Acontecimento — Introdução à filosofia de Deleuze, O Que É Poesia?, Grandeza de Marx — Por uma política do impossível, Žižek, Marx & Beckett — E a democracia por vir, O Riso de Mozart — Música, pintura, cinema, literatura, Pre-Apocalipse Now — Diálogo com Maria João Cantinho sobre política, estética e filosofia e Teologia da Carne — A pintura de António Gonçalves. Traduziu para a Documenta: Gilles Deleuze, A Imagem-Tempo — Cinema 2, A Imagem-Movimento — Cinema 1.

Tudo É Outra Coisa I Rui Chafes



Tudo É Outra Coisa
Rui Chafes

Texto de Manuel de Freitas

ISBN 978-989-8902-94-8 | EAN 9789898902948

Edição: Outubro de 2019
Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros
Formato: 13,5 x 20,5 cm (encadernado)
Número de páginas: 64

Com a Câmara Municipal de Almada

Edição bilingue: português-inglês




Manuel de Freitas: 
«Na sala de exposições, o Verão e o Inverno dialogam frontalmente, materializando-se (ou desafiando-se?) em duas estruturas ondulantes que se completam e que têm a nobreza firme de armaduras medievais.»

Este livro foi publicado por ocasião da exposição «Tudo é Outra Coisa» de Rui Chafes, com curadoria de Filipa Oliveira, encomendada e produzida pela Câmara Municipal de Almada, a qual teve lugar no Convento dos Capuchos, entre 16 de Março a 19 de Outubro 2019.

[…] O que esta exposição me ensinou passa, seguramente, por uma funda noção de humildade e por um extremo respeito pelo espaço sagrado ou natural em que acontecem as esculturas de Rui Chafes. Senti-o noutras exposições, noutros espaços, por exemplo na igreja de São Cristóvão ou no Jardim da Sereia (onde o meu nome e o do Rui por acaso se cruzaram, muito antes de nos conhecermos).
Mas eu não acredito em acasos, para ser franco. Há cerca de dez anos, um amigo meu perguntou-me se queria ficar com o número de telemóvel do Rui. Disse-lhe que não; caso tivéssemos de nos conhecer, isso aconteceria naturalmente, sem que nenhum de nós procurasse o outro. Assim foi.
Assim, creio, terá acontecido sempre nesta terra gasta, onde tantas vezes os nossos verdadeiros contemporâneos morreram há muito — mas revivem em nós através de gestos, palavras, sílabas de metal, silêncios.

*

Temos pouco tempo, como é sabido. O mais provável é que eu nunca mais regresse ao Convento dos Capuchos da Caparica. Foi um dia de sol. E seria uma redundância dizer que foi um dia irrepetível ou inolvidável, embora isso em nada faltasse à verdade. Também a verdade é uma coisa extremamente frágil.
Vê-se, mas talvez não se possa provar. Tal como não se pode cientificamente demonstrar que a luz atravessa o ferro (mas atravessa) ou que só havia mar e árvores à espera do nosso olhar, enquanto o ferro cantava. Mas foi assim, este dia.
[Manuel de Freitas]

Lugares de Sophia I António Jorge Silva, Duarte Belo, Pedro Tropa


Lugares de Sophia
António Jorge Silva, Duarte Belo, Pedro Tropa

Textos de Federico Bertolazzi e José Manuel dos Santos

ISBN 978-989-8902-96-2 | EAN 9789898902962

Edição: Setembro de 2019
Preço: 13,21 euros | PVP: 14 euros
Formato: 17 x 22 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 96, a cores

Com o Centro Nacional de Cultura

Edição bilingue: português-inglês



António Jorge Silva escolheu um verso de Sophia que fala da alma e da maresia da sua metade. […] Pedro Tropa fez seu um verso dela que diz a construção como promessa da destruição. […] Duarte Belo guarda a memória do único encontro que teve com ela. […] — e dessa memória faz um fio de Ariadne num labirinto de lugares iluminados pela luz e pela sombra das cores.

Este livro foi publicado por ocasião da exposição «Lugares de Sophia», de António Jorge Silva, Duarte Belo e Pedro Tropa, com curadoria de Federico Bertolazzi e José Manuel dos Santos, realizada no Centro Cultural de Lagos entre 14 de Setembro e 26 de Outubro, na ala sul do Claustro do antigo Convento do Carmo, actual Parada de Cavalaria do Quartel do Carmo entre 12 de Novembro e 27 de Dezembro de 2019 e na Biblioteca Municipal de Loulé entre 21 de Março e 9 de Maio de 2020.


Para Sophia de Mello Breyner Andresen a poesia sempre principiou na concretude do real. A sua atenção, concentrada nas coisas, almeja o desvelamento da verdade primordial do ser no seio do aparecer, num processo de nomeação exacta no qual a beleza e a verdade coincidem.
É este, como ela própria diz, o «estar-ser-inicial», o brilho que, no rolar da vida, suspende o tempo, ou, sempre com palavras de Sophia, o «instante que surpreende e fita e enfrenta a eternidade».
Assim, o poeta cria o domínio da «terrível pureza», domínio em que não há lugar para a mentira, e a verdade reina e impõe o seu clarão. 
[Federico Bertolazzi]

Cada um dos três fotógrafos tem mais olhares no seu olhar do que o olhar desse próprio olhar — e o encontro de todos eles nesta exposição dá-nos uma multiplicação e não uma soma. Eles implicam-se e explicam-se uns nos outros, multiplicam-se uns pelos outros, intensificam-se, acrescentam-se, aumentam-se, abrem-se, desdobram-se, conluiam-se e concluem-se uns aos outros, reflectindo as suas visões volúveis e veementes num espelho sem superfície e ecoando as suas vozes visuais e votivas num túnel sem saída.
Cada um dos fotógrafos não olha apenas os lugares da vida e da obra de Sophia com um olhar único e fitado. Cada um deles olha esses lugares com o seu olhar e olha também, neles, o olhar de Sophia a olhá-los.
[José Manuel dos Santos]

Júlio Pomar: Ver, Sentir, Etc. — Obras do acervo do Atelier-Museu Júlio Pomar


Júlio Pomar: Ver, Sentir, Etc. — Obras do acervo 
do Atelier-Museu Júlio Pomar
Júlio Pomar

Textos de Jorge Macau, Sara Antónia Matos, Júlio Pomar

ISBN 978-989-8902-97-9 | EAN 9789898902979

Edição: Outubro de 2019
Preço: 11,32 euros | PVP: 12 euros
Formato: 17 x 21 cm (brochado)
Número de páginas: 72 (a cores)

Com o Atelier-Museu Júlio Pomar

Júlio Pomar: «A arte não é outra coisa senão um poderoso e apaixonado meio de conhecimento, uma forma superior de comunicação, um instrumento que o homem tem ao seu alcance na luta contra a alienação.»



A exposição «Júlio Pomar: Ver, Sentir, Etc. — Obras do Acervo do Atelier-Museu Júlio Pomar», no espaço museológico do Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos [24-X-2019 a 16-II-2020, com curadoria de Sara Antónia Matos e Pedro Faro], mostrando obras de várias épocas e apropriando-se do título de um texto escrito pelo artista em 1951, chama à atenção para a importância da familiarização com a obra de arte, da participação da experiência estética na formação do conhecimento e dos actos perceptivos — particularmente ver e sentir — nesse processo.
[…] 
O que Júlio Pomar faz reequacionar é uma outra relação entre espaço óptico e espaço háptico, dito de outro modo, o ver e o sentir, em que a experiência do desenho e da pintura não é apenas mental e ocular. Existe uma permeabilidade evidente entre interior e exterior do corpo, tornando-se este indispensável na apreensão do meio envolvente. É este corpo, do artista e do observador, nosso corpo irregular, de relevos e texturas irrepetíveis, que a arte põe em movimento. Ela gera pontos de atracção que actuam não apenas sobre o intelecto mas sobre todo o ser somático, recobrindo-o de interrogação e pondo-o em movimentação.
Para sintetizar, pode dizer-se que a obra de arte põe em jogo um movimento dialéctico entre saberes e não-saberes, raciocínios e fantasias, metáforas e metamorfoses, revelando a erupção da visceralidade, dos desejos e do erotismo do corpo. Assim, a obra de arte é, como defendem Georges Didi-Huberman e José Gil, mencionados ao longo deste texto, uma superfície de conversão através da qual o corpo manifesta os seus sintomas, dando corpo e materialidade sensível à expressão e vertendo nela um sentido incorporado de vivência e significado.
[Sara Antónia Matos]

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Apresentação de «Anti-Doxa», de Sousa Dias



Sala de Leitura da Biblioteca  Municipal Almeida Garrett – Porto, 25 de Outubro de 2019


Fotografias de Manuela de Matos Monteiro

domingo, 27 de outubro de 2019

José Bento [1932-2019]


José Bento nasceu no dia 17 de Novembro de 1932.
Foi um dos fundadores, nos anos 50, da revista de poesia Cassiopeia.
Organizou e traduziu grandes antologias da poesia espanhola: Antologia da Poesia Espanhola do Siglo de Oro (Renascimento e Barroco), Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea, Antologia da Poesia Espanhola das Origens ao Século XIX, Lírica Espanhola de Tipo Tradicional
Traduziu também obras de Antonio Machado, Cernuda, Cervantes, Federico García Lorca, Fernando de Rojas, Francisco Brines, Frei Luis de León, Garcilaso de la Vega, Jorge Luis Borges, Juan Jimenez, Manuel Machado, Miguel de Unamuno, Quevedo, S. João da Cruz, Santa Teresa de Ávila, Vicente Alexandre, entre outros.
Considerado um dos melhores tradutores portugueses, recebeu diversos prémios, inclusivamente o Prémio Cervantes, atribuído pelo governo espanhol pela sua actividade enquanto tradutor.
É também autor de vários livros de poesia, como Alguns Motetos, organizado por José Tolentino Mendonça, ou Sítios, publicados na Assírio & Alvim.
Para a chancela Documenta, traduziu Os Trabalhos de Persiles e Sigismunda, de Cervantes.
Morreu no dia 26 de Outubro de 2019.

domingo, 20 de outubro de 2019

A Filosofia na Era da Comunicação


«A filosofia é coisa unicamente greco-europeia, greco-ocidental, e não o dizemos para fazer nosso o cliché hegelo-heideggeriano. Aquilo que define a filosofia desde os primeiros filósofos gregos, já nos pré-socráticos ou «naturalistas», é, antes de mais, a recusa de toda e qualquer transcendência da Natureza ou do Ser, é a exigência de um pensamento capaz de proceder por imanência […]»

[Sousa Dias, «As 4 idades da Filosofia», Anti-Doxa, p. 46]

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Cáustico Lunar seguido de Ghostkeeper I Malcolm Lowry


Cáustico Lunar seguido de Ghostkeeper
Malcolm Lowry

Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes

ISBN 978-989-8566-11-9 | EAN 9789898566119

Edição: Outubro de 2019
Preço: 13,21 euros | PVP: 14 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 160



«De manhã cedo um homem sai de uma taberna ao pé das docas, com o cheiro do mar no nariz e uma garrafa de uísque no bolso, a deslizar tão levemente na calçada como um navio que abandona a barra.»


Nos últimos dias de vida, em clareiras de lucidez que lhe permitiam o regresso a hábitos de escrita, Malcolm Lowry trabalhou no texto de Cáustico Lunar e desde há quatro anos tinha «parado» o primeiro esboço da novela a que ele quereria chamar Ghostkeeper ou Henrik Ghostkeeper, ou Lost and Found, ou I Walk in the Park, ou But Who Else Walks in the Park?, ou O. K. But What Does it Mean?, ou ainda Wheels Within Wheels, como ficamos a saber pelas hesitações registadas no manuscrito.
Juntar estes dois textos no mesmo livro nada tem de arbitrário. São assombrados ambos por um destroço de barco, carcaça desfigurada pela usura do tempo e que se faz anúncio de uma inevitável mas indescortinável catástrofe.
[…] Malcolm Lowry tinha passado por dois períodos de tratamento psiquiátrico; o primeiro em 1935 — aquele que nos interessa — num hospital de Bellevue em Nova Iorque, internamento de dez dias celebrado à saída com uma vingadora bebedeira de quarenta e oito horas. É a experiência literariamente transposta para Cáustico Lunar, uma hiperlucidez visionária mais tarde diluída em opacidades anuladoras de toda a criação.
[…] Em Cáustico Lunar, o adolescente Garry vive obcecado pelo prenúncio de uma destruição universal sonhada através da imagem da carcaça de uma lancha de carvão anos antes encalhada ao pé de um hospital de Nova Iorque; em Ghostkeeper, Tom Goodheart associa o encontro que tem, com os restos de um salva-vidas naufragado, ao mau presságio que o domina sem nunca definir a sua mensagem nem denunciar a sua dimensão.
Estes barcos destroçados são como que centro emocional em ambas as novelas, o foco que em Cáustico Lunar ilumina a percepção do mundo de Bill Plantagenet, que em Ghostkeeper projecta uma luminosidade sombria sobre o futuro de Tom Goodheart.
[Aníbal Fernandes]