sexta-feira, 28 de abril de 2017

Manuel António Pina – Uma pedagogia do literário I Rita Basílio


Manuel António Pina – Uma pedagogia do literário

ISBN: 978-989-8834-29-4

Edição: Março de 2017

Preço: 22,64 euros | PVP: 24 euros
Formato: 14,5x20,5 cm [brochado]
Número de páginas: 344



Este não é apenas um texto entre outros publicados e por publicar, pretéritos e futuros, sobre a obra poética de Manuel António Pina. O ensaio de Rita Basílio é o livro que faltava, que era urgente escrever, sobre essa obra […] Com um rigor analítico expressivo da paixão pelo objecto de análise, Rita Basílio restitui-nos em toda a sua complexidade a grandeza desta poesia ao mesmo tempo tão simples e sempre tão bela, desta voz «pós-pessoana» (Eduardo Lourenço) exterior às correntes e genealogias poéticas modernas. O presente ensaio, longe de se arrogar a última palavra sobre a poesia de Manuel António Pina, explicitamente pretende suscitar outras percepções, outras leituras teóricas dessa obra. Mas ele perfila-se desde já como a exigente fasquia com que tais leituras terão doravante de medir-se. [Sousa Dias]

Parto da hipótese que me põe à prova: a de ler uma pedagogia do literário em Todas as Palavras de Manuel António Pina. O autor não se interessa pelas grandes teorias do saber, pelas grandes correntes literárias, pelos conceitos e técnicas maiores, interessam-lhe as relações que, nos e pelos textos, se estabelecem com a língua e com a memória, com a morte e com a infância, com o mundo e com o silêncio. É o menor (esclarecer-me-ei teoricamente com Deleuze) o domínio epistemológico da aprendizagem do literário que esta obra solicita.
É sempre a meio de um lugar aberto por um talvez, um como se, que as hipóteses se ligam à possibilidade de experimentar saber para além – ou para lá – do que é sabido.
Ensaio, neste estudo, alguns modos de dar resposta à solicitação que em Todas as Palavras é aprendizagem de um pensamento sobre a própria literatura, sobretudo enquanto processo que agencia publicamente um não-saber, «um vazio privado» que, por isso mesmo, «há-de querer facultar-se», solicitando acesso. […] [Rita Basílio]

Rita Basílio nasceu em Leiria em 1972. Investigadora. Publicou, entre outros, o livro Mário de Sá Carneiro – Um Instante de Suspensão (2008). Trabalha actualmente sobre a literatura para crianças de Manuel António Pina.

Imagens em Fuga – os fantasmas de François Truffaut I José Bértolo



Imagens em Fuga – os fantasmas de François Truffaut
José Bértolo


ISBN: 978-989-8834-65-2


Edição: Dezembro de 2016

Preço: 12,26 euros | PVP: 13 euros
Formato: 16x22 cm [brochado, com badanas]
Número de páginas: 96

Folhear e ler um excerto


Explorando dinâmicas complexas entre corpo e imagem, realidade e sonho, matéria e fantasma, as personagens de François Truffaut reflectem a instabilidade ontológica própria do cinema, que, como identificou Derrida, se concretiza na aparição e na desaparição de imagens fixas. Persiste a imagem em fuga no ecrã, a que os filmes em estudo neste livro parecem reportar-se por meio da ficção.

«Os filmes que ocupam o centro da minha reflexão – La mariée était en noir (A Noiva Estava de Luto, 1968), La sirène du Mississipi (A Sereia do Mississipi, 1969), L’histoire d’Adèle H. (A História de Adèle H., 1975) e La chambre verte (O Quarto Verde, 1978) – são, porventura, os filmes de Truffaut em que as figuras de representação se manifestam mais concretamente como chaves-mestras de descodificação, abrindo a porta a um entendimento mais apurado dos filmes. Esta abordagem crítica assenta, porém, num pensamento teórico necessariamente mais vasto, e mais ou menos implícito, sobre o que é – ou pode ser – o cinema. Por esta razão, acompanhará o estudo dos filmes de Truffaut uma reflexão sobre questões como a fixidez e o movimento, a realidade e a representação, e ideias de materialidade (das efígies, dos corpos, do cinema).
Interessa-me sugerir que, através de diferentes procedimentos narrativos e figurais, os filmes de Truffaut exploram uma série de ideias relacionadas com a conceptualização do cinema enquanto meio de representação ontologicamente instável, que se constrói convocando em simultâneo a realidade física e a espectralidade do mundo.» [José Bértolo]

José Bértolo desenvolve o doutoramento no Programa Internacional em Estudos Comparatistas PhDComp (Universidade de Lisboa, Universidade Católica de Lovaina, Universidade de Bolonha). Enquanto investigador do Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras de Lisboa, tem desenvolvido investigação nas áreas dos estudos fílmicos e das relações entre o cinema e outras artes, com especial incidência em questões de representação e figuração, ontologia e materialidade da imagem de cinema. Integrou a comissão editorial da revista electrónica Falso Movimento e editou, com Clara Rowland, A Escrita do Cinema: Ensaios (Documenta, 2015).