segunda-feira, 29 de abril de 2019

A arte da dança era a sua vida…


«Isadora amava a vida e a natureza e, consequentemente, amava a liberdade. Não respeitava tradições estéticas para exercer a sua arte, nem acatava ensinamentos. A arte da dança era a sua vida, gozada em liberdade. E também em liberdade gozava a vida social.»

[José Domingos Morais]

Mário Jorge Torres e Luís Mendonça apresentam...

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terça-feira, 9 de abril de 2019

Do Tirar pelo Natural I Francisco de Holanda


Do Tirar pelo Natural
Francisco de Holanda

Apresentação de Paulo Pires do Vale
Edição crítica e introdução de Raphael Fonseca

Esta edição inclui a separata «A Arte de Tirar», de Tomás Maia

ISBN 978-989-8902-30-6 | EAN 9789898902306

Edição: Fevereiro de 2019
Preço: 12,26 euros | PVP: 13 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm (brochado)
Número de páginas: 80 + separata de 32 páginas



Este tratado não é somente sobre o retrato enquanto tal; é especialmente sobre 
o retrato tirado ao natural.


Assim como os retratos individuais precisaram de certo tempo para existir, a reflexão da teoria da arte em torno do retrato e suas especificidades apenas vai ganhar sua primeira abordagem exclusiva em meados do século XVI, precisamente no ano de 1549, com a figura de um não-italiano: Francisco de Holanda, português, autor do texto intitulado Do Tirar polo Natural. Trata-se de um consenso para alguns historiadores da retratística, tais como Lorne Campbell e Shearer West, de que o texto seja o primeiro dedicado unicamente à prática do retrato.
[Raphael Fonseca]


Este livro nasce de um pedido de leitura. Filipa Oliveira, Anísio Franco e eu, convidados para comissariar uma exposição sobre o retrato em Portugal, no Museu Nacional de Arte Antiga, decidimos partir do tratado Do Tirar polo Natural, de modo a homenagear e divulgar a obra do escritor e artista Francisco de Holanda. Queríamos ter no catálogo esse texto e notas à margem, comentários ou digressões, mas de um ponto de vista filosófico-estético, e não histórico. Convidámos, então, Tomás Maia a ler e, livremente, a anotar as margens e as entrelinhas desse tratado.
Por impossibilidade de ter a tradução inglesa do texto de Francisco de Holanda pronta a tempo, tivemos de abandonar a ideia de publicá-lo — e as notas reflexivas que ele originou a Tomás Maia. Essas notas renovavam o texto original, dando origem a um texto de Holanda que antes não podíamos ler. Permitiam que Holanda escrevesse um novo texto. «Tirava-se» assim um texto de dentro do texto anterior — mas qual o primeiro?
[Paulo Pires do Vale]

Há uma língua que pensa o Diálogo de Francisco de Holanda sobre o retrato. Essa língua pensante, porém, nem sempre é pensada pelo próprio autor do Diálogo — e no entanto é ela que, de uma ponta à outra, anima o seu pensamento, justifica os seus preceitos e articula esse português inaudito que escreve Francisco de Holanda.
[Tomás Maia]

Luisa Cunha: O Material Não Aguenta — Conversas com Sara Antónia Matos, Pedro Faro e Hugo Dinis


Luisa Cunha: O Material Não Aguenta — Conversas com Sara Antónia Matos, Pedro Faro e Hugo Dinis
Luisa Cunha, Sara Antónia Matos, Pedro Faro, Hugo Dinis

Introdução de Sara Antónia Matos

ISBN 978-989-8902-52-8 | EAN 9789898902528

Edição: Fevereiro de 2019
Preço: 11,32 euros | PVP: 12 euros
Formato: 12 x 17 cm (brochado)
Número de páginas: 176

Com o Atelier-Museu Júlio Pomar




Júlio Pomar, se ainda estivesse vivo, ter-se-ia divertido à brava com as palavras de Luisa Cunha porque lhe teria reconhecido um lado anti-regra que ele também tinha.


Luisa Cunha: O Material Não Aguenta — Conversas com Sara Antónia Matos, Pedro Faro e Hugo Dinis insere-se na colecção Cadernos do Atelier-Museu Júlio Pomar e dá seguimento ao projecto de entrevistas que se iniciou com Júlio Pomar: O Artista Fala… [2014], continuou com Rui Chafes: Sob a Pele [2015], Julião Sarmento: O Artista Como Ele É [2016], Pedro Cabrita Reis: A Voragem do Mundo [2017] e Alexandre Melo: Cúmplice dos Artistas [2018].
As entrevistas são feitas por ocasião do programa de exposições do Atelier-Museu, que cruza a obra do pintor com a de artistas convidados, mostrando novas relações daquele com a contemporaneidade. […]
As conversas com Luisa Cunha pretendiam dar a conhecer uma artista com um percurso invulgar, mulher, que começou relativamente tarde a sua carreira, e cuja obra tem recaído eminentemente sobre uma materialização sonora e espacial, pouco comum à época em que começou a fazê-la. Por isso, nas conversas realizadas com a artista, procurou perceber-se se esses factores, bem como os seus posicionamentos pessoais e políticos, quase sempre críticos de uma normalização e de um consenso instituídos, condicionaram o seu reconhecimento e a sua aceitação no sistema da arte, nomeadamente comercial.
A imprevisibilidade subjacente às conversas, durante as quais a autora surge com respostas lapidares e desconcertantes, está também na linguagem que atravessa a sua obra, a qual desconstrói as convenções e os protocolos museológicos, da forma e no momento que menos se espera.
[Sara Antónia Matos]


[…] os romantismos e histórias que os alunos contavam a propósito dos objectos que faziam, com uns discursos cheios de verbosidades e ilusões, não diziam nada do que eles pretendiam. Eu só respondia: o material não aguenta. O material não aguenta tanta historieta. Não se esqueçam de que isto são artes visuais. Não estão a trabalhar no domínio verbal das palavras. E se construírem uma palavra tem de ter uma materialidade visual, ser palavra visual.
[Luisa Cunha]

Anima Mea I Alexandre Conefrey


Anima Mea
Alexandre Conefrey

Textos de João Pinharanda, Maria Filomena Molder

ISBN 978-989-8902-62-7 | EAN 9789898902627

Edição: Fevereiro de 2019
Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm (brochado)
Número de páginas: 112 (a cores)

Com a Galeria Ala da Frente, C. M. Vila Nova de Famalicão

Edição bilingue: português-inglês



Maria Filomena Molder: «Muitas vezes olho para estes desenhos como se fossem desenhos religiosos, místicos.»


Este livro foi publicado por ocasião da exposição «Alexandre Conefrey — Anima Mea», com curadoria de António Gonçalves, realizada na Galeria Ala da Frente, em Vila Nova de Famalicão, de 9 de Fevereiro a 18 de Maio de 2019.


Estes desenhos de Alexandre Conefrey continuam a sua profunda pesquisa em torno do uso dos materiais, de certos temas ou ainda de novas formas de representação. Assistimos ao uso intenso do material mais básico do desenho (o carvão) e ao desafio dos limites máximos das suas possibilidades expressivas. O material satura as superfícies, é esmagado sobre a folha com uma força que parece excessiva.
[João Pinharanda]


Anima mea é o nome que Alexandre Conefrey deu a uma série de vinte e nove desenhos a carvão e pastel, outras tantas variações de dois motivos brueghelianos: a Torre e o moinho. Com origem, respectivamente, em A Torre de Babel de 1563 (versão maior, de Viena), a de 1565 (versão menor, de Roterdão) e A Caminho do Gólgota de 1564. […]
Esse nome, Anima mea, é o coração do primeiro verso do primeiro Coro do Magnificat de Bach: Magnificat anima mea Dominum. Alexandre Conefrey ouvia repetidas vezes esta obra na época em que fez os desenhos. Portanto, acompanhando a sua feitura está o silêncio da Virgem, obedecendo ao anúncio grave, quase assustador (a aceitação de uma gravidez não esperada), que atravessa todos os versos e as vozes de todos os cantores, desde o coro até aos solistas. […]
Mesmo que Alexandre Conefrey não tenha absorvido o hálito das guerras religiosas e os seus venenos e perversões, esse hálito parece agir nas manchas de carvão. Não que os debates teológicos se introduzam nas interrogações sobre o que seja pintar e desenhar, mas as palavras encarnação, morte e ressurreição açoitam tanto a ruína da Torre como os movimentos desvairados das velas do moinho. Muitas vezes olho para estes desenhos como se fossem desenhos religiosos, místicos.
[Maria Filomena Molder]

Tributo às Gravuras do Vale do Rio Côa — As gravuras não sabem nadar






Tributo às Gravuras do Vale do Rio Côa — As gravuras  não sabem nadar
Vários autores*

Organização de Ana Pessoa Mesquita
Textos de Duarte Belo e Pedro Proença
Fotografias de Duarte Belo

ISBN 978-989-8902-67-2 | EAN 9789898902672

Edição: Março de 2019
Preço: 16,98 euros | PVP: 18 euros
Formato: 21 x 28 cm (brochado)
Número de páginas: 98 (a cores)

Com a Fundação Côa Parque

Edição bilingue: português-inglês





Pedro Proença: «As gravuras procuram um tempo muito para lá do seu tempo, e encontraram-nos neste tempo. Não as acolher seria rejeitar uma dádiva que as pressupõe.»


Este livro foi publicado por ocasião da exposição «Tributo às Gravuras do Vale do Rio Côa», organizada por Ana Pessoa Mesquita, realizada no Museu do Côa, em Vila Nova de Foz Côa, de 14 de Março a 28 de Setembro de 2019, com os seguintes artistas: *Manuel Zimbro, Graça Morais, Mário Cesariny, José Pedro Croft, Ângelo de Sousa, Gerardo Burmester, Fernando Calhau, Lourdes Castro, Alberto Carneiro, Albuquerque Mendes, Pedro Cabrita Reis, Rui Sanches, Julião Sarmento, Rui Chafes, Pedro Calapez, Ilda David’, Pedro Proença, Gisella Santi.


O desejo mais ansiado, a preservação das gravuras, acabaria por concretizar-se. Foram momentos felizes, aqueles. 
Por isso, o privilégio é grande, ao ter a oportunidade de proporcionar a outros o reviver daquele(s) momento(s), no espaço que agora é, definitivamente, o das gravuras rupestres do vale do rio Côa, e poder mostrar a arte que a arte despertou.
Felizmente, não necessito de dissertar sobre as gravuras, sobre o seu valor, sobre o que representam para a humanidade, porque já tantos o fizeram e tão bem! Apenas tenho de expressar o sentimento egoísta de quem regressa a casa e pode desfrutar da beleza da paisagem agreste e única, dos seus odores fortes e dos contrastes de luz do fim de dia em qualquer altura do ano.
E das gravuras, pois claro, que, afinal, nunca precisaram de aprender a nadar.
[Ana Pessoa Mesquita]


O Vale do Côa é hoje considerado o mais importante sítio ao ar livre, com gravuras rupestres, no mundo.
Nestas gravuras a céu aberto, temos o registo de uma origem, são como que fotografias, imagens retinianas que ficaram fixas para um tempo longo. É o significado profundo da fixação do visível, que é conhecimento, que é descolamento da realidade e, simultaneamente, a sua duplicação. É a criação de um mundo próprio, a recusa de uma Natureza severa e, em grande medida, hostil. Mas estas gravuras são também o desejo de travar o tempo. São os primeiros passos de uma humanidade que já conhece, conscientemente, a sua condição. Uma espécie que adquire uma poderosa ferramenta de sobrevivência, que está num campo de batalha, que se espraia por um muito extenso território, a descoberta de todo um inteiro mundo.
[Duarte Belo]

289 — Um Projecto de Pedro Cabrita Reis


289 — Um Projecto de Pedro Cabrita Reis
Vários autores*

Textos de Pedro Cabrita Reis, Rogério Bacalhau, José Miranda Justo, Mirian Tavares, João Pinharanda

ISBN 978-989-8902-54-2 | EAN 9789898902542

Edição: Janeiro de 2019
Preço: 26,42 euros | PVP: 28 euros
Formato: 24 x 34 cm (encadernado)
Número de páginas: 196 (a cores), com dois encartes

Edição bilingue: português-inglês



Pedro Cabrita Reis: «Nada é eterno, sabe-se, mas, por vezes certos momentos perduram e, ao longo do tempo, o que deles vai ficando é uma luz que marca um lugar e ilumina as pessoas que por ele passaram.»


* Fernando S. Amaro, Vasco Araújo, Cristina Ataíde, Manuel Baptista, Pedro Barateiro, Paulo Barros, Tiago Batista, Sara Bichão, Diogo Bolota, Paulo Brighenti. Alexandra C., Nuno Cera, Pedro Cabral Santo, Pedro Cabrita Reis, Rui Calçada Bastos, Pedro Calapez, Luís Campos, Rosa Carvalho, Pedro Cavalheiro, Rui Chafes, Catarina Correia, Gil Heitor Cortesão, Vasco Costa, Fernão Cruz, Luisa Cunha, Milita Doré, Armanda Duarte, João Paulo Feliciano, Ângela Ferreira, João Ferro Martins, Norberto Fernandes, Fernanda Fragateiro, Vasco Futscher, Patrícia Garrido, Pedro Gomes, Ângelo Gonçalves, Gat.Uno, Sílvia Hestnes Ferreira, Tomaz Hipólito, Gustavo Jesus, Vanda Madureira, Leandro Marcos, Bertílio Martins, Edgar Massul, Susana de Medeiros, Paulo Mendes, Fátima Mendonça, Tereza Mieiro, José Miranda Justo, Vasco Marum Nascimento, Jorge Neves, Maria José Oliveira, Rodrigo Oliveira, Miguel Palma, Rubene Palma Ramos, Henrique Pavão, Marta Peneda, Francisco Queirós, Jorge Queiroz, Joana R. Sá, Ana Rostron, Rui Sanches, Julião Sarmento, Noé Sendas, Paulo Serra, Fernando Silva Grade, Jorge Mestre Simão, Tânia Simões, Marta Soares, Miguel Soares, João Timóteo, Rui Toscano, Francisco Tropa, Pedro Valdez Cardoso, João Pedro Vale + Nuno Alexandre Ferreira, Francisco Vidal, Ana Vidigal, Xana.


Ao princípio deveriam ser poucos os nomes a convidar. Os meios eram escassos. Mas o entusiasmo não! Foi-se percebendo isso à medida que se avançava na construção da ideia.
Todos os dias, acrescentava-se a alegria e a adesão a este projecto, num lugar inusual, longe dos grandes circuitos, para, entre todos e com todos, lançar esta semente também inusual numa terra ainda fértil, a da possibilidade de se fazerem coisas juntos. A ideia pegou, os artistas tomaram-na em mãos, a cidade juntou-se, da autarquia vieram apoios, outros amigos vieram também, uns pela força das suas palavras escritas ou ditas, outros pela generosidade do trabalho oferecido, as coisas dever-se-iam fazer sempre assim…
[Pedro Cabrita Reis]

Ser Sombra [desenho] I António Bolota


Ser Sombra [desenho]
António Bolota

Organização de Nuno Faria

ISBN 978-989-8902-68-9 | EAN 9789898902689

Edição: Março de 2019
Preço: 28,30 euros | PVP: 30 euros
Formato: 20 x 29 cm (brochado)
Número de páginas: 320 (a cores)

Com a Fundação Carmona e Costa

Edição bilingue: português-inglês



As peças que António Bolota projectou e produziu […] nascem do plano e conquistam o espaço, desdobrando-se em materialidade, sombra e cor.



Este livro foi publicado por ocasião da exposição «Ser Sombra [desenho]», de António Bolota, com curadoria de NunoFaria e realizada na Fundação Carmona e Costa de 30 de Março a 18 de Maio de 2019.

As peças que António Bolota (Benguela, 1962) projectou e produziu para esta exposição estão a meio caminho entre bidimensão e tridimensão, mas a questão que as agrupa não é de escala ou de volumetria; é, antes, a forma como nascem do plano e conquistam o espaço, desdobrando-se em materialidade, sombra e cor.
Partindo da folha como mínimo denominador comum, o espaço potencial e experimental do desenho surge dos desdobramentos, intersecções, divagações geométricas, remissões ou citações mais ou menos voluntárias de momentos-chave da história da arte (o construtivismo russo, o neoplasticismo neerlandês, o suprematismo, os neoconcretistas brasileiros, mas também Ângelo de Sousa ou Sol LeWitt), abstracções concretas ou experimentações materiais num movimento de grande liberdade criativa que engendra a diferença a partir da repetição.
[Nuno Faria]