segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Apresentação de «Anti-Doxa», de Sousa Dias



Sala de Leitura da Biblioteca  Municipal Almeida Garrett – Porto, 25 de Outubro de 2019


Fotografias de Manuela de Matos Monteiro

domingo, 27 de outubro de 2019

José Bento [1932-2019]


José Bento nasceu no dia 17 de Novembro de 1932.
Foi um dos fundadores, nos anos 50, da revista de poesia Cassiopeia.
Organizou e traduziu grandes antologias da poesia espanhola: Antologia da Poesia Espanhola do Siglo de Oro (Renascimento e Barroco), Antologia da Poesia Espanhola Contemporânea, Antologia da Poesia Espanhola das Origens ao Século XIX, Lírica Espanhola de Tipo Tradicional
Traduziu também obras de Antonio Machado, Cernuda, Cervantes, Federico García Lorca, Fernando de Rojas, Francisco Brines, Frei Luis de León, Garcilaso de la Vega, Jorge Luis Borges, Juan Jimenez, Manuel Machado, Miguel de Unamuno, Quevedo, S. João da Cruz, Santa Teresa de Ávila, Vicente Alexandre, entre outros.
Considerado um dos melhores tradutores portugueses, recebeu diversos prémios, inclusivamente o Prémio Cervantes, atribuído pelo governo espanhol pela sua actividade enquanto tradutor.
É também autor de vários livros de poesia, como Alguns Motetos, organizado por José Tolentino Mendonça, ou Sítios, publicados na Assírio & Alvim.
Para a chancela Documenta, traduziu Os Trabalhos de Persiles e Sigismunda, de Cervantes.
Morreu no dia 26 de Outubro de 2019.

domingo, 20 de outubro de 2019

A Filosofia na Era da Comunicação


«A filosofia é coisa unicamente greco-europeia, greco-ocidental, e não o dizemos para fazer nosso o cliché hegelo-heideggeriano. Aquilo que define a filosofia desde os primeiros filósofos gregos, já nos pré-socráticos ou «naturalistas», é, antes de mais, a recusa de toda e qualquer transcendência da Natureza ou do Ser, é a exigência de um pensamento capaz de proceder por imanência […]»

[Sousa Dias, «As 4 idades da Filosofia», Anti-Doxa, p. 46]

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Cáustico Lunar seguido de Ghostkeeper I Malcolm Lowry


Cáustico Lunar seguido de Ghostkeeper
Malcolm Lowry

Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes

ISBN 978-989-8566-11-9 | EAN 9789898566119

Edição: Outubro de 2019
Preço: 13,21 euros | PVP: 14 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 160



«De manhã cedo um homem sai de uma taberna ao pé das docas, com o cheiro do mar no nariz e uma garrafa de uísque no bolso, a deslizar tão levemente na calçada como um navio que abandona a barra.»


Nos últimos dias de vida, em clareiras de lucidez que lhe permitiam o regresso a hábitos de escrita, Malcolm Lowry trabalhou no texto de Cáustico Lunar e desde há quatro anos tinha «parado» o primeiro esboço da novela a que ele quereria chamar Ghostkeeper ou Henrik Ghostkeeper, ou Lost and Found, ou I Walk in the Park, ou But Who Else Walks in the Park?, ou O. K. But What Does it Mean?, ou ainda Wheels Within Wheels, como ficamos a saber pelas hesitações registadas no manuscrito.
Juntar estes dois textos no mesmo livro nada tem de arbitrário. São assombrados ambos por um destroço de barco, carcaça desfigurada pela usura do tempo e que se faz anúncio de uma inevitável mas indescortinável catástrofe.
[…] Malcolm Lowry tinha passado por dois períodos de tratamento psiquiátrico; o primeiro em 1935 — aquele que nos interessa — num hospital de Bellevue em Nova Iorque, internamento de dez dias celebrado à saída com uma vingadora bebedeira de quarenta e oito horas. É a experiência literariamente transposta para Cáustico Lunar, uma hiperlucidez visionária mais tarde diluída em opacidades anuladoras de toda a criação.
[…] Em Cáustico Lunar, o adolescente Garry vive obcecado pelo prenúncio de uma destruição universal sonhada através da imagem da carcaça de uma lancha de carvão anos antes encalhada ao pé de um hospital de Nova Iorque; em Ghostkeeper, Tom Goodheart associa o encontro que tem, com os restos de um salva-vidas naufragado, ao mau presságio que o domina sem nunca definir a sua mensagem nem denunciar a sua dimensão.
Estes barcos destroçados são como que centro emocional em ambas as novelas, o foco que em Cáustico Lunar ilumina a percepção do mundo de Bill Plantagenet, que em Ghostkeeper projecta uma luminosidade sombria sobre o futuro de Tom Goodheart.
[Aníbal Fernandes]

Balkis (A Lenda num Café) I Gérard de Nerval


Balkis (A Lenda num Café)
Gérard de Nerval

Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes

ISBN 978-989-8833-41-9 | EAN 9789898833419

Edição: Outubro de 2019
Preço: 13,21 euros | PVP: 14 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 168



Balkis, a nascida do fogo, como os muçulmanos lhe chamam…
Rainha de Sabá, como aparece na tradição cristã.



Salomão reinou durante quarenta anos. E já entrava, dizem-nos contas por alto, na sua idade madura quando foi visitado por Balkis, a rainha de Sabá.

Com esta rainha, a nebulosa histórica ainda mais espessa se mostra. Temos, para este encontro, palavras da Bíblia e do Corão que chegam para ignorarmos se o reino de Sabá está hoje ocupado pelo Iémen ou pela Etiópia; para nos surpreendermos com a dilatada cultura de uma mulher, numa época em que o sexo feminino era arredado de um saber considerado exclusiva aquisição dos homens.
Balkis deslocou-se a Jerusalém, seguida por um pomposo séquito e camelos vergados com o peso de ofertas ao poderoso rei. Ia fazer de Esfinge; tentaria embaraçar a destreza de Salomão com enigmas que escapassem às malhas da sua cultura. E a mesquinhez deste propósito, posta ao lado do esforço e do incómodo que uma tal viagem exigiria, pode surpreender-nos se não lhe acrescentarmos outras intenções que a tradição de textos orientais lhe atribuem.
A Bíblia e o Corão divergem nos pormenores da sua visita. A verdade histórica (se alguma existir neste episódio) prefere admitir que Balkis, seduzida pela fama da inteligência e da cultura de Salomão, se deslocou a Jerusalém com o propósito de dar um pai com grandes qualidades genéticas a um filho seu, futuro rei de Sabá. E poderia haver nesta estratégia de acasalamento outras motivações. O rei de Israel descendia de Adão e Eva, feitos a partir do barro pelo Eloin Jeová, a raça que mais poder tinha naquela extensão da terra. E Balkis pertencia a uma outra humanidade nascida do fogo, mais nobre neste elemento básico do corpo mas menos bem sucedida no poder terreno. A conjunção destas duas origens garantiria um mestiço com qualidades humanas ímpares e capazes de garantir uma inegável supremacia ao reino de Sabá.
Gérard de Nerval, num dos seus momentos literários de ficção em prosa mais logrados, não permite nenhum êxito a esta heteróclita fusão genética; pede ajuda à imaginação livre dos contadores orientais de histórias para construir uma narrativa que concentra no discurso elementos de grande parte das tradições, sagradas e profanas, ligadas a este episódio.
[Aníbal Fernandes]

Pela Bruma Dentro I Pedro A.H. Paixão, Cristina Robalo


Pela Bruma Dentro — 
Conversa com Cristina Robalo em torno do desenho
Pedro A.H. Paixão, Cristina Robalo

ISBN 978-989-8902-98-6 | EAN 9789898902986

Edição: Outubro de 2019
Preço: 11,32 euros | PVP: 12 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm (brochado)
Número de páginas: 80


Para terminar, gostaria de saber se tens uma ideia do que seria a tua vida sem o desenho?
Seria certamente uma existência sem assombro, como a de uma criança a quem tudo se dá e de tudo se protege, mas em quem a fantasia, que de tudo livra e com a qual ela tudo pode e tudo produz, não daria sinais de vida.

Durante uma década, Pedro A.H. Paixão criou um amplo corpo de desenho em que usou apenas a cor escarlate. Esse trabalho foi a base deste livro, que percorre algumas das etapas desse período e toca, retrospectivamente, em matérias complementares do seu percurso, tal como as tarefas do estudante, estudioso, docente, videógrafo e editor. Desenvolvida entre Junho de 2015 e Outubro de 2016, esta entrevista em forma de conversa, conduzida por Cristina Robalo, gira em torno do «desenho» e de questões que atravessam não apenas as inquietações e interesses do artista, mas aspectos fundamentais da sua teoria e prática.

Pedro A.H. Paixão (1971) é artista plástico, investigador e editor. Nasceu em Lobito, Angola, e tem vivido entre Lisboa, Chicago, Veneza, Porto e Milão. Tem um mestrado em Belas-Artes e um doutoramento em Filosofia. É membro do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto. O seu trabalho artístico é representado pela Galeria 111, em Lisboa. Fundou e dirige o projecto editorial «disciplina sem nome» para a editora Documenta, com o apoio da Fundação Carmona e Costa. Vive em Milão.

Cristina Robalo (1969) concluiu a tese no âmbito do doutoramento em Arte Contemporânea pelo Colégio das Artes na Universidade de Coimbra. É mestre em Estética pela Universidade Nova de Lisboa. A sua investigação contempla a relação entre fazer e pensar, em directo diálogo com o desenho. Formada em Artes Plásticas e Desenho pelo Ar.Co, expõe desde 2002.

Main Entrance: Quinta do Monte 1983-1988 I Lourdes Castro, Manuel Zimbro


Main Entrance: Quinta do Monte 1983-1988
Lourdes Castro, Manuel Zimbro

ISBN 978-989-8902-95-5 | EAN 9789898902955

Edição: Outubro de 2019
Preço: 45,28 euros | PVP: 48 euros
Formato: 24 x 28,5 cm (brochado)
Número de páginas: 432 (a cores)

Com a Fundação Carmona e Costa

Edição fac-símile



A memória daqueles dias luminosos permanece envolta num halo capaz de resistir a todas as tristezas e traições do esquecimento. [Almeida Faria]

Este livro foi publicado por ocasião da exposição «Lourdes Castro – Manuel Zimbro: Quinta do Monte 1983-1988», realizada na Fundação Carmona e Costa, com curadoria de Paulo Pires do Vale, entre 1 de Outubro e 9 de Novembro de 2019.


Em 1983, Lourdes Castro e Manuel Zimbro deixaram Paris e regressaram a Portugal, à ilha da Madeira, onde a artista nasceu. No dia 21 de Abril desse ano, mudaram-se, então, para a Quinta do Monte, um palacete do início do século XIX, emprestado pela família Rocha Machado para aí residirem enquanto procuravam o lugar onde iriam construir a sua casa. Nesta exposição, concentramo-nos nos cinco anos vividos nessa Quinta, onde Lourdes Castro faz ou projecta as suas últimas obras, dando atenção às sombras do jardim e das suas flores, da casa e dos seus objectos. O nosso ponto de partida foi o Álbum da Quinta do Monte, nunca exposto, onde Lourdes Castro manifesta a prática de recolha recorrente em muitos dos seus livros de artistas, misturando a sua vida, durante a estada naquela Quinta, com a dos anteriores habitantes, cruzando referências e coleccionando indícios. Recolhe fotografias da casa, dos interiores, dos jardins, da vida quotidiana do casal; guarda fotocópias de livros sobre a história da Quinta e das famílias que a habitaram; acumula recortes com notícias relacionadas com o exílio do Imperador austro-húngaro, Carlos de Áustria, que aí morreu em 1922, e os relatos das conversas com os visitantes estrangeiros que iam visitar a última morada do Imperador. Lourdes Castro é uma artista-colectora, uma respigadora incansável, desenvolvendo um trabalho que se situa entre o diário, a investigação e o arquivo. No dia 23 de Maio de 1988, Lourdes Castro e Manuel Zimbro mudaram-se para a casa que construíram no Caniço. Aí continuaram a sua história, iniciaram um novo Álbum.
[Paulo Pires do Vale]

A leveza dos verões do passado tinge-os de tons de nostalgia. Uma vaga tranquilidade invade-nos ao ver as fotografias do verão em que tomávamos o pequeno almoço com Lourdes Castro e Manuel Zimbro na Quinta do Monte, sentados em volta da mesa posta no meio de um prado rodeado de altas árvores. Sentíamos que aquele momento estava certo, que tudo no mundo estava ligado, que até o bolo em cima da mesa evocava os bolos pintados por velhos mestres em quadros florentinos ou venezianos.
[Almeida Faria]

Momento à Parte / A Moment Apart I Vasco Araújo


Momento à Parte | A Moment Apart
Vasco Araújo

Textos de Ana Cristina Cachola, Inês Grosso, Ivo Mesquita, Alexandre Melo, André Tecedeiro, André e. Teodósio, Chantal Pontbriand, Colin Perry, Joacine Katar Moreira, João Pinharanda, Josué Mattos, Luísa Duarte, Rafael Esteves Martins, Rosa Lleó.

Design de Ana Luísa Bouza

ISBN 978-989-8902-92-4 | EAN 9789898902924

Edição: Junho de 2019
Preço: 28,30 euros | PVP: 30 euros
Formato: 19 x 24 cm (encadernado com sobrecapa)
Número de páginas: 144 (a cores)

Com o MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia

Edição bilingue: português-inglês


Ana Cristina Cachola: «Na exposição Momento à Parte, como em grande parte da obra de Vasco Araújo, a textualidade, a visualidade e a sonoridade sobrepõem-se para que as múltiplas instâncias discursivas que concorrerem para a criação de um sistema intersígnico revelem a complexidade do mundo.»


No seguimento de uma carreira internacional de vinte anos, marcada numa fase inicial pelo Prémio Novos Artistas Fundação EDP em 2002, a exposição de Vasco Araújo reúne muitas das peças que o artista produziu em torno dos temas da voz, do corpo e da performance— grande parte das quais raramente vistas em Portugal, ou mesmo aqui apresentadas pela primeira vez ao público português. Deste modo, a exposição antológica constitui, a um tempo, um estimulante veículo de rememoração da coesão da totalidade da sua obra, e uma avaliação crítica da sua evolução artística, desde o primeiro vídeo realizado em 2000, O Carteiro Toca Sempre Duas Vezes, até uma performance especialmente produzida para a exposição, Libertas — a qual fez a extraordinária abertura da exposição, com mais de duzentos voluntários a cantarem publicamente o «Coro dos Escravos Hebreus», extraído da ópera Nabucco, de Giuseppe Verdi.
[da Apresentação]

Estes trabalhos não alinham no «novo» enquanto ideia comum. Vasco Araújo colecciona princípios dúplices de construção e destruição: o adorável enquanto terror, o velado enquanto estratégia emancipatória. Evitando apropriação e representação dos outros, evidenciam-se procedimentos culturais, geológicos, dispositivos e performances sociais, etc. intrínsecos a ontologias e comportamentos preponderantes que se tentaram naturalizar como sendo únicos. Diferindo de procedimentos museológicos conservadores, este «projecto expositivo» contínuo não é de afirmação mas de abandono; não um abandono pela demissão de tomada de posição ou neutralização mas pela intensificação da negatividade do projecto identitário.
[André e. Teodósio]

O Material Não Aguenta I Júlio Pomar, Luisa Cunha


O Material Não Aguenta
Júlio Pomar, Luisa Cunha

Textos de Sara Antónia Matos, Manuel Castro Caldas e Pedro Faro
Design de Paula Prates

ISBN 978-989-8902-89-4 | EAN 9789898902894

Edição: Junho de 2019
Preço: 18,87 euros | PVP: 20 euros
Formato: 17 x 21 cm (brochado com badanas)
Número de páginas: 128 (a cores)

Com o Atelier-Museu Júlio Pomar

Edição bilingue: português-inglês



O mais importante, sempre mais importante, lembra-nos a obra de Luisa Cunha e de Júlio Pomar, é manter a liberdade de pensamento.


A preparação da exposição «O Material Não Aguenta» (18.10.2018 – 13.01.2019), com obras de Júlio Pomar e Luisa Cunha, foi iniciada com o pintor ainda em vida. Ambos detentores de sentido crítico, Júlio Pomar reconheceu na obra de Luisa Cunha uma qualidade irónica e até mordaz em relação à realidade, que, segundo o pintor, prometia uma aproximação inesperada da obra de ambos. […]
Ambos resistiram às convenções através da ironia e, sobretudo, Luisa Cunha faz recair esta ironia particularmente sobre as normas e os códigos de apresentação museológicos, desconstruindo os seus protocolos mais tradicionais a partir do seu interior, isto é, não se demitindo deles mas, pelo contrário, colocando-os em derisão através de um comentário subtil e subversivo. […]
Esta exposição, que junta o trabalho de Júlio Pomar a uma companhia porventura inesperada, Luisa Cunha, mostra o quanto a obra deste pintor, em sete décadas de trabalho, recorrendo a meios e suportes diferenciados, abriu avenidas no campo das artes plásticas. […]
A sua obra – tal como a de Júlio Pomar a outros níveis – subverte os consensos e as expectativas dos visitantes dos museus, mas mais do que isso, das próprias instituições, baralhando os códigos e as condutas de funcionamento mais comuns, tornando-os ridículos e, por vezes, irrisórios. […]
«O Material Não Aguenta», título da exposição, deriva de uma conversa com a artista, sublinhando a perda da dimensão icónica, celebrativa e por vezes intocável da obra de arte. […]
A obra de Luisa Cunha é, sobretudo, uma obra que dá relevância ao acto de recepção comum, desafiando a atenção e a acutilância da percepção, convidando o espectador a despir-se e a deixar para trás todo o peso institucional que reveste a sua postura, abraçando a liberdade de pensamento e de acção. O material não aguenta, não resiste a tanta convenção.
[Sara Antónia Matos]

Muitas vezes marquei encontro comigo próprio no ponto zero I Prémio de Curadoria 2018 AMJP/EGEAC


Muitas vezes marquei encontro comigo próprio no ponto zero 
Prémio de Curadoria 2018 AMJP/EGEAC 

Organização de Hugo Dinis
Textos de António Guerreiro, Joaquim Oliveira Caetano, 
Maria de Fátima Lambert, Marta Rema, Sara Antónia Matos 
Design de Paula Prates 

ISBN 978-989-8902-93-1 | EAN 9789898902931 

Edição: Junho de 2019 
Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros 
Formato: 17 x 21 cm (brochado) 
Número de páginas: 140 (a cores) 

Com o Atelier-Museu Júlio Pomar 

Edição bilingue: português-inglês




Curadoria: Marta Rema.
Artistas: Ana Pérez-Quiroga, Ana Pissarra, Cecília Costa, Fernando Calhau, Helena Almeida, João Maria Gusmão e Pedro Paiva, João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira, Jorge Molder, Josef d’Óbidos, Júlio Pomar, Luisa Cunha, Paulo Lisboa, Pedro Vaz, Raul Domingues, Ricardo Jacinto, Rui Chafes, Sandro Resende, Sara & André.


O Prémio de Curadoria Atelier-Museu Júlio Pomar/EGEAC, criado em 2014-15, tinha como objectivo dar a conhecer novos profissionais da área, introduzindo-os no meio, assim renovando o próprio sistema bem como as perspectivas de abordagem curatorial. Simultaneamente, o prémio, que, além de uma componente monetária, se materializa numa exposição colectiva no espaço do museu, oferecia as condições para que estes novos profissionais, os quais muitas vezes ainda não tinham tido a oportunidade de pôr em prática as suas ideias de exposição, a concretizassem em contexto real, com o apoio financeiro, operacional e tecno-científico da instituição. […]
A exposição resultante da terceira edição do Prémio de Curadoria Atelier-Museu Júlio Pomar/EGEAC, à curadoria de Marta Rema, toma por título a frase «Muitas vezes marquei encontro comigo próprio no ponto zero», de Júlio Pomar, chamando à atenção para a necessidade de uma reflexão interior e de um posicionamento público e político, porventura mais atento, mais sóbrio mas, também, simultaneamente, mais participativo – atitude reflexiva pela qual Júlio Pomar nunca deixou de pugnar através e ao longo da sua obra, como é evidente no conjunto de desenhos patentes na exposição: desenhos da prisão realizados no Forte de Caxias, onde o artista esteve detido de 27 de Abril a 26 de Agosto de 1947.
[…] o Atelier-Museu entende que, no presente, e após a morte do pintor Júlio Pomar em Maio de 2018, faz mais sentido atribuir um incentivo à investigação de fundo que permita revelar novos investigadores, historiadores e ensaístas. […] Certamente que Júlio Pomar, ele próprio detentor de uma carreira ligada à escrita e ao pensamento, aplaudiria esta transformação do prémio de curadoria numa bolsa dedicada à investigação. 
[Sara Antónia Matos]

Canhota Universal I Mariana Gomes


Canhota Universal
Mariana Gomes

Textos de Ana Anacleto e Bruno Marchand

Design de vivóeusébio

ISBN 978-989-8902-86-3 | EAN 9789898902863

Edição: Junho de 201
Preço: 16,98 euros | PVP: 18 euros
Formato: 12,5 x 19 cm (brochado com sobrecapa)
Número de páginas: 416 (a cores)

Com a Fundação Carmona e Costa

Edição bilingue: português-inglês




Os referentes que Mariana Gomes mais preza são aqueles que se situam na faixa particularmente estreita de inteligibilidade que sobrevive entre o banal e o absurdo.


Este catálogo foi produzido no âmbito da exposição «Canhota», de Mariana Gomes, que decorreu na Fundação Carmona e Costa, em Lisboa, entre 31 de Maio e 13 de Julho de 2019.


A obra de Mariana Gomes, e em particular aquela que a artista tem vindo a produzir nos últimos anos, pode ser lida como uma reacção, simultaneamente cândida e informada, a algumas das armadilhas que a situação artística contemporânea lhe oferece. Por um lado, ela dá por provada a vacuidade das discussões académicas relativamente ao grande destino da arte tanto quanto às suas tendências circunstanciais. Por outro, ela parece sentir que a resposta a este panorama de aparente dispersão da função e do impacto social da arte passa por voltarmos a centrar-nos (individualmente, mas como quem pergunta se alguém quer partilhar) naquilo que nos faria falta se um dia toda a arte — a boa, a má, a socialmente engajada, a esteticamente deslumbrada, etc. — deixasse subitamente de existir. Não há grandes dúvidas que, no caso de Mariana Gomes, a parte da arte que mais falta lhe faria seria constituída por obras da lavra de autores que usam de franca liberdade perante as expectativas da correcção artística, por projectos que manifestam doses generosas de criatividade delirante e por objectos artísticos capazes de religar a nossa consciência crítica adulta com os temas, as imagens e os objectos que a dada altura da nossa infância tiveram uma predominância evidente no nosso imaginário e que vieram, muito pouco tempo depois, a ser aquelas em que baseámos a nossa noção partilhada de vergonha, nojo e medo. 
[Bruno Marchand]


Uma característica que nos parece interessante e que ajuda a conferir à obra de Mariana Gomes aquilo a que chamaríamos uma pretensão para a despretensão, é a forma como introduz factores de humor no seu trabalho, recorrendo em muitas situações a referências estilísticas próximas da ilustração ou do cartoon, ou na forma como faz uso da alegoria, parecendo algumas das suas obras pregar-nos partidas, piscarem o olho à menos sofisticada das banalidades ou cortejarem uma qualquer
vulgaridade sentimental. 
[Ana Anacleto]

Uma Conversa I Luís Paulo Costa, Julião Sarmento


Uma Conversa
Luís Paulo Costa, Julião Sarmento

Design de Vera Velez

ISBN 978-989-8902-90-0 | EAN 9789898902900

Edição: Junho de 2019

Preço: 11,32 euros | PVP: 12 euros
Formato: 19 x 25 cm (brochado)
Número de páginas: 48 (a cores)

Com o apoio da Fundação Carmona e Costa
Edição bilingue: português-inglês




Uma conversa sem palavras.



Este livro foi publicado por ocasião da exposição «Uma Conversa», de Luís Paulo Costa e Julião Sarmento, realizada na Museu José Malhoa, em Caldas da Rainha, de 1 de Junho a 1 de Setembro de 2019.

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

PEDRO A.H. PAIXÃO PELA BRUMA DENTRO [convite]

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Durante uma década, Pedro A.H. Paixão (Angola, 1971) criou um amplo corpo de desenho em que usou apenas a cor escarlate. Esse trabalho foi a base deste livro, que percorre algumas das etapas desse período e toca, retrospectivamente, em matérias complementares do seu percurso, tal como as tarefas do estudioso, docente, videógrafo e editor. Esta entrevista em forma de conversa, conduzida por Cristina Robalo, gira em torno do «desenho» e de questões que atravessam não apenas as inquietações e interesses do artista, mas aspectos fundamentais da sua teoria e prática.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Peter Handke I Prémio Nobel da Literatura 2019


Um homem e uma mulher num diálogo comovente e cúmplice sobre o amor, que deixa adivinhar uma intimidade de vários anos. A troca de recordações íntimas, a primeira vez. As banalidades, às vezes uma certa rudeza, do amor. Ou o que nele nos eleva e ilumina.

Este livro, traduzido por Maria Manuel Viana, foi publicado por ocasião da representação da peça na 8.ª edição do Lisbon & Estoril Film Festival, a 12 de Novembro de 2014, com encenação de Tiago Guedes e a participação dos actores Isabel Abreu e João Pedro Vaz. A representação única contou com a presença do escritor e realizador Peter Handke.

A peça Os Belos Dias de Aranjuez marca o regresso em grande de Peter Handke à escrita teatral. Um homem e uma mulher num diálogo comovente e cúmplice sobre o amor, que deixa adivinhar uma intimidade de vários anos. A troca de recordações íntimas, a primeira vez. As banalidades, às vezes uma certa rudeza, do amor. Ou o que nele nos eleva e ilumina. E, como acontece sempre na escrita de Handke, à mistura com estas recordações, uma atenção singular ao mundo, à natureza, aos pequenos sinais quase imperceptíveis que são indissociáveis dos mistérios do amor. Escrita por Handke directamente em francês, Os Belos Dias de Aranjuez teve estreia mundial, na versão alemã, no Festival de Viena, numa encenação de Luc Bondy, que depois abriria também a temporada do Odéon, em Paris. O realizador Wim Wenders realizou um filme a partir da versão francesa, co-produzido por Paulo Branco.

Peter Handke nasceu na Áustria, em 1942. Com uma obra literária que se desenvolveu desde o início entre a ficção narrativa e o teatro, Peter Handke é um dos maiores autores da literatura contemporânea, que se revelou também no ensaio, na prosa de reflexão e na poesia. Muitos dos títulos que o tornaram célebre foram traduzidos em português, entre eles, A Angústia do Guarda-Redes Antes do PenaltyUma Breve Carta para Um Longo AdeusPara Uma Abordagem da FadigaO Chinês da DorNuma Noite Escura Saí da Minha Casa Silenciosa, ouPoema à Duração. No cinema, para além de uma extensa e profícua colaboração com Wim Wenders, destaca-se a realização dos filmes A Ausência e A Mulher Canhota. Foi laureado com o Prémio Nobel da Literatura 2019.

terça-feira, 1 de outubro de 2019

«Lourdes Castro é uma artista-colectora, uma respigadora incansável […] I Paulo Pires do Vale


Este livro foi publicado por ocasião da exposição «Lourdes Castro – Manuel Zimbro: Quinta do Monte 1983-1988», realizada na Fundação Carmona e Costa, em Lisboa, com curadoria de Paulo Pires do Vale, entre 1 de Outubro e 9 de Novembro de 2019.


Em 1983, Lourdes Castro e Manuel Zimbro deixaram Paris e regressaram a Portugal, à ilha da Madeira, onde a artista nasceu. No dia 21 de Abril desse ano, mudaram-se, então, para a Quinta do Monte, um palacete do início do século XIX, emprestado pela família Rocha Machado para aí residirem enquanto procuravam o lugar onde iriam construir a sua casa. Nesta exposição, concentramo-nos nos cinco anos vividos nessa Quinta, onde Lourdes Castro faz ou projecta as suas últimas obras, dando atenção às sombras do jardim e das suas flores, da casa e dos seus objectos. O nosso ponto de partida foi o Álbum da Quinta do Monte, nunca exposto, onde Lourdes Castro manifesta a prática de recolha recorrente em muitos dos seus livros de artistas, misturando a sua vida, durante a estada naquela Quinta, com a dos anteriores habitantes, cruzando referências e coleccionando indícios. Recolhe fotografias da casa, dos interiores, dos jardins, da vida quotidiana do casal; guarda fotocópias de livros sobre a história da Quinta e das famílias que a habitaram; acumula recortes com notícias relacionadas com o exílio do Imperador austro-húngaro, Carlos de Áustria, que aí morreu em 1922, e os relatos das conversas com os visitantes estrangeiros que iam visitar a última morada do Imperador. Lourdes Castro é uma artista-colectora, uma respigadora incansável, desenvolvendo um trabalho que se situa entre o diário, a investigação e o arquivo. No dia 23 de Maio de 1988, Lourdes Castro e Manuel Zimbro mudaram-se para a casa que construíram no Caniço. Aí continuaram a sua história, iniciaram um novo Álbum.
[Paulo Pires do Vale]

«Lourdes Castro – Manuel Zimbro: Quinta do Monte 1983-1988»



A memória daqueles dias luminosos permanece envolta num halo capaz de resistir a todas as tristezas e traições do esquecimento. 
[Almeida Faria]



INAUGURA HOJE
1 de Outubro de 2019, às 18 horas

«Lourdes Castro – Manuel Zimbro: Quinta do Monte 1983-1988»
Curadoria de Paulo Pires do Vale

Fundação Carmona e Costa – Lisboa
[1 de Outubro de 2019 – 9 de Novembro de 2019]