terça-feira, 25 de setembro de 2018

Eu, Antonin Artaud


Eu, Antonin Artaud 
Antonin Artaud 

Tradução, selecção e apresentação de Aníbal Fernandes 

ISBN 978-989-8833-32-7 EAN 9789898833327 

Edição: Setembro de 2018 
Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros 
Formato: 14,5 x 20,5 cm (brochado, com badanas) 
Número de páginas: 192 

Reproduções, a cores e a preto e branco,  de retratos e auto-retratos de Antonin Artaud.



Eu, Antonin  Artaud, só quero escrever quando já não tiver mais nada para pensar. — Como alguém que comesse o ventre, os ventos do seu ventre por dentro.




Apresentação Um rosto como este...



ANTES DE RODEZ 
Em 1933, Antonin Artaud...
O Teatro e a Peste 
Em 1781, o italiano Seraffino...
O Teatro de Séraphin 


EM RODEZ
Em 23 de Julho de 1937...
O Surrealismo e o Fim da Era Cristã 
[A Vida e o Ópio] (carta a Henri Parisot)
O período de Rodez...
[As «Quimeras» de Nerval] (carta a Georges le Breton) 


DEPOIS DE RODEZ
Em 23 de Maio de 1946...
Alienação e Magia Negra
Quando Antonin Artaud saiu de Rodez...
Carta a Peter Watson 
Em Janeiro de 1947...
Carta a André Breton 
De 4 a 20 de Julho de 1947...
[O Rosto Humano] 
O Teatro e a Ciência 
Na obra escrita de Artaud...
[O Homem-Árvore] (carta a Pierre Loeb) 
[Os Seres…] 


POST SCRIPTUM Quem sou? / De onde venho? / Eu sou o Antonin Artaud, / e se o disser / como sei dizê-lo, / imediatamente / vereis o meu corpo actual / voar em estilhaços / e refazer / com dez mil aspectos / notórios / um corpo novo / onde não podereis / nunca mais / esquecer-me.


Heliogábalo ou O Anarquista Coroado I Antonin Artaud



Heliogábalo ou O Anarquista Coroado 
Antonin Artaud 

Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes 

ISBN 978-989-8833-33-4 EAN 9789898833334 

Edição: Setembro de 2018 
Preço: 11,32 euros | PVP: 12 euros 
Formato: 14,5 x 20,5 cm (brochado, com badanas) 
Número de páginas: 160




Le Clézio: «Quem não leu Heliogábalo não aflorou o verdadeiro fundo da nossa literatura selvagem.»


Artaud fez-lhe um dia notar [ao editor Denoël] que Heliogábalo, reduzido pela História à crueldade demente, realizava anarquicamente em si a identidade dos contrários e professava uma pederastia religiosa com origem numa luta sem tréguas entre o Masculino e o Feminino; e que apenas foi repugnante «por ter perdido esta noção transcendente e soçobrar no erotismo da criação em acto e sexualizada».
Fascinado com esta ideia, e antegozando o que ela poderia oferecer depois de passar pelas complexidades de uma mente e de um talento literário como o de Antonin Artaud, Denoël propôs-lhe que escrevesse uma biografia desse imperador dominada por esta visão «heterodoxa» que beliscava a caução de reconhecidas competências e em muito afrontaria a opinião de conceituados historiadores.
[...]
Pela visão de Artaud, este jovem imperador de tão curto reinado ocupou-se sobretudo em ser altíssimo exemplo de uma anarquia sexual que realizava a identidade dos contrários, respondia à confusão dos sexos e fazia-os regressar à pureza da androginia primordial. Citemos o próprio Artaud: «Heliogábalo é o homem e a mulher. E a religião do sol é a religião do homem mas que nada pode sem a mulher, o duplo onde ele se reflecte. A religião do UM que se parte em DOIS para actuar. Para SER. A religião da separação inicial do UM. UM e DOIS reunidos no primeiro andrógino. Que é ELE, o homem. E ELE, a mulher. Ao mesmo tempo. Reunidos em UM.»
[...]
Ao polémico Heliogábalo, a passagem dos anos fez a desejável justiça. E não podemos, como prova inequívoca, deixar de lembrar o que a seu respeito disse o irreprimível entusiasmo de J.M.G. Le Clézio: «Ora aqui temos o livro mais violento da literatura contemporânea, quero eu dizer de uma violência bela e regeneradora. […] Quem não leu Heliogábalo não aflorou o verdadeiro fundo da nossa literatura selvagem.»
[Aníbal Fernandes]

Van Gogh o Suicidado da Sociedade I Antonin Artaud


Van Gogh o Suicidado da Sociedade
Antonin Artaud

Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes

ISBN 978-989-8833-31-0 EAN 9789898833310

Edição: Setembro de 2018
Preço: 10,38 euros | PVP: 11 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 96

Reproduções, a cores, de pinturas de Van Gogh.




A consciência geral da sociedade, como castigo de ele se ter extirpado dela, suicidou-o.


Van Gogh apareceu à venda nas livrarias em 15 de Dezembro de 1947, quase dez meses depois de uma escolha significativa das telas do pintor ter sido exposta no museu da Orangerie, em Paris. A Antonin Artaud — saído de um longo internamento em asilos psiquiátricos, a sofrer a fase terminal de um cancro — só restariam três meses de vida. A conjunção deste factor emocional e uma grande surpresa (a atribuição, que lhe foi feita, do prémio Sainte-Beuve na categoria ensaio) talvez possam explicar a tiragem imediata de quase seis mil exemplares, êxito de público sofrível mas desconhecido até à data com uma obra do autor.
Libertado, enfim, do asilo de Rodez, Artaud mostrava a sombra ressequida do actor que muitos tinham conhecido, cravava a sua faca-fetiche em mesas de cafés que lhe consentiam o espectáculo de uma agressividade inofensiva, exibia na rua grandes tempestades verbais.
[…]
A par deste comportamento, Artaud surpreendia os mais próximos com uma lucidez transtornada, um estado de invectiva perante os «normais» alimentado por convulsões poéticas com fascínio mal conhecido na literatura. É, pois, previsível que a exposição da Orangerie surgisse a amigos seus como oportunidade de assistir à detonação deste Artaud crispado perante o desfile de corvos, céus alucinados, faces auto-reflectidas em tensão de um Van Gogh também ele acusado de loucura.
[…]
Artaud surpreendeu. Saía do seu abismo para habitar verdades mal reconhecidas pelos juízos «normalizantes», a falar de si com o pretexto de outro como ele, suicidado pela hostilidade geral aos que preferem ficar doidos, no sentido em que socialmente o entendemos, a envergonhar uma certa ideia superior de honra humana.
A uma luz selvagem Artaud pintava-se já na morte, com a morte de Van Gogh. Entre os outros e o seu corpo tentava interpor aquela dureza que petrifica a alma mantendo-a móvel, disse ele uma vez, e vazia. E surgiu assim num ponto alto (o mais alto, preferem alguns) da sua ebulição interna.
[Aníbal Fernandes]

Fantasmagoriana I Adriana Molder (ed.)


Fantasmagoriana — Aparições, Espectros, Assombrações…
Pinturas e edição de Adriana Molder

Tradução, notas e posfácio de Nuno Fonseca

ISBN 978-989-8902-31-3 EAN 9789898902313

Edição: Setembro de 2018

Preço: 15,09 euros | PVP: 16 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm (brochado)
Número de páginas: 216 (16 páginas a cores)

[Com a Galeria Ala da Frente — Câmara Municipal de Famalicão]




São sete retratos que anseio [...] possam exercer uma atracção infinita: que os seus olhos tenham vida e movimento, façam sentir arrepios involuntários e terrores secretos, mas […] não gostaria que aterrorizassem de morte os leitores.


Este livro foi publicado por ocasião da exposição «Adriana Molder — Fantasmagoriana», com curadoria de António Gonçalves, realizada na Galeria Ala da Frente, em Vila Nova de Famalicão, de 22 de Setembro de 2018 a 19 de Janeiro de 2019.


Foi no Inverno de 2007 que li pela primeira vez esta colectânea de contos populares alemães. Alguns deles inspiraram, num espaço também ele habitado por espectros e fantasmas, os primeiros desenhos e, mais tarde, as pinturas que agora aqui se reproduzem. Esta compilação de contos selecionados e traduzidos anonimamente por Jean Baptiste Benoît Eyriès, e por ele chamada Fantasmagoriana, foi também lida por Mary Shelley na Villa Diodati, no Verão de 1816, inspirando-a a escrever Frankenstein. São esses contos que se apresentam agora finalmente traduzidos em português.
[...] 
Longe vai o tempo em que convivíamos com retratos e estes ou nos estarreciam ou nos protegiam, mas nunca nos deixavam indiferentes. Estes sete retratos são também sete momentos inspirados nos contos que se seguem, aos quais procurei dar aquilo que mais procuro, a intensidade, onde o leitor pode conseguir reconhecer-se em rostos que, tal como os fantasmas, não são mais do que vestígios de emoções passadas.
[Adriana Molder]

A Vocação dos Ácaros I José Loureiro


A Vocação dos Ácaros
José Loureiro

Texto de Antonia Gaeta

ISBN 978-989-8902-35-1 | EAN 9789898902351

Edição: Setembro de 2018
Preço: 28,30 euros | PVP: 30 euros
Formato: 20,5 x 32 cm (brochado)
Número de páginas: 272 (a cores)

Edição bilingue: português-inglês

[Com a Fundação Carmona e Costa]




Mas a última palavra é sempre do artista: no seu entender, os ácaros são como o baixo contínuo da música barroca e as sinapses-mortas [desenhos abstractos] funcionam como instrumentos solistas.


Este livro foi publicado por ocasião da exposição «José Loureiro — A vocação dos ácaros», com curadoria de Antonia Gaeta, realizada na Fundação Carmona e Costa, em Lisboa, de 26 de Setembro de 2018 a 3 de Novembro de 2018.


Loureiro repete, refina, ultrapassa as margens, abunda. Apresenta um encaixe sem fim de elementos-guia onde se fundem pensamento, enunciado, ressonâncias rítmicas, metáforas, similitudes, corpos proto-mecânicos. Seduz com a realeza dos ocres, a nobreza transcendente dos azuis e a intensidade do verde e do vermelho. Finalmente, trabalha ao redor da figura do ácaro.
Ácaros estes que irrompem do papel, elegantes e luminosos, numa tensão sem catarse nem solução. Eles são fictio mental, máscara, caverna misteriosa dos instintos, desdobramento de personalidade.Mas são também langor de espasmos e plenitude erótica, encontros amorosos, vaga-lumes, bólides, extraordinária e fecunda maturidade de linguagem e de ideação fantástica, soluções expressivas singulares levadas a cabo pelo artista.
Vistos do alto, os ácaros parecem tanto guerreiros no campo de batalha como feirantes em festas campestres. Ao observar com atenção os trabalhos, retêm-se fragmentos: o estupor e a postura extática, lutadores nus e cintilantes que se aproximam prontos para se baterem, o prenúncio de uma acção sanguinária ou, ainda, coreografias de danças ou a pausa entre um baile e outro. 
[...]
Os seus trabalhos são de um lirismo lucidamente analítico e desprovido de resquícios sentimentais. São a evolução de teceduras cromáticas fluentes, feitas de cores vivas, nas quais o artista parece empenhado em tornar visível o último estádio de dissolução do heróico e do vitorioso.
Loureiro conjuga e associa ácaros num estado de transição entre humano, mineral, vegetal e animal. Espalha detalhes significativos sobre princípios de constelações simbólicas e alegóricas. Ordena-os difusamente.
[Antonia Gaeta]

Spielraum I Miguel Ângelo Rocha


Spielraum

Texto de Maria do Mar Fazenda

ISBN 978-989-8902-21-4 EAN 9789898902214

Edição: Julho de 2018
Preço: 18,87 euros | PVP: 20 euros
Formato: 21 x 29,7 cm (brochado)
Número de páginas: 144 (a cores)

Edição bilingue: português-inglês



«A obra é algo que está sempre em curso – refiro-me ao movimento enquanto desobediência, enquanto actualização.»
Miguel Ângelo Rocha, Trabalho, 2015


Este livro é publicado na sequência da exposição «Spielraum», de Miguel Ângelo Rocha, realizada na galeria águas-livres 8, em Lisboa, de 3 a 24 de Março de 2018 (momento 1) e de 29 de Março a 21 de Abril de 2018 (momento 2).


Spielraum é uma palavra alemã com diversos significados. Entre as traduções mais comuns estão «campo de acção», «campo de manobra» e «folga», mas facilmente esta lista é extensível a outras acepções como «margem», «latitude», «alcance», playground… 
[…]
Talvez pelas razões apontadas na abertura deste texto sobre os diferentes usos ou possibilidades da palavra Spielraum, o projecto expositivo rapidamente ganhou contornos amplos mas bem definidos: uma exposição que se desdobraria em duas. Se, por um lado, seriam apresentadas obras que seriam pontos de comunicação e de ligação entre as duas exposições (que em rigor é uma só), por outro lado, a exposição abarcaria obras em diversos suportes, conectando pontos surpreendentes na prática de M.A.R.
A dois tempos, num mesmo espaço, a galeria águas-livres 8 localizada no Bloco das Águas Livres – um projecto de Nuno Teotónio Pereira e Bartolomeu Costa Cabral, e acrescente-se agora um terceiro momento expositivo e um segundo espaço: o deste livro – que entendemos como documento e extensão da exposição, em que se reúne um conjunto heteróclito de trabalhos nos diversos suportes da escultura, desenho e fotografia, passando também pelo som. Os trabalhos reunidos correspondem a um largo arco temporal na prática de M.A.R.: desde o desenho realizado (e posto de parte) no final dos anos 80, até obras concebidas especificamente para a exposição, passando por um mapeamento de outros trabalhos mais ou menos recentes. Não tendo uma direcção retrospectiva, a exposição adoptou antes a imagem do salto de tigre entre tempos díspares que se interconectam por acção de uma energia ou pela mão de quem desenha, conecta: pensa.
[Maria do Mar Fazenda]


quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Medalha de Mérito Cultural para Maria da Graça Carmona e Costa

Tendo iniciado o seu percurso na Galeria Quadrum (anos setenta), a fundadora da Giefarte (anos oitenta) e da Fundação Carmona e Costa (1997) resiste e persiste no seu apoio às artes através da atribuição de bolsas de estudo em arte contemporânea, da aquisição de obras para a colecção da fundação, bem como da regular produção de exposições.
Saudamos a atribuição, por parte do governo português, da Medalha de Mérito Cultural a Maria da Graça Carmona e Costa, a quem endereçamos os nossos parabéns pelo extraordinário e meritório trabalho que tem vindo a desenvolver e por tão justo reconhecimento. 
Parabéns, Maria da Graça Carmona e Costa!


segunda-feira, 17 de setembro de 2018

José Loureiro I «A Vocação dos Ácaros»

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Fundação Carmona e Costa, em Lisboa

Inauguração: 22 de Setembro de 2018, às 18 horas
26 de Setembro de 2018 — 3 de Novembro de 2018

sábado, 15 de setembro de 2018

Adriana Molder I «Fantasmagoriana»

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Ala da Frente, em V. N. Famalicão

Inauguração: 22 de Setembro de 2018, às 18 horas
22 de Setembro de 2018 — 19 de Janeiro de 2019