Void* – Volume III
Textos de Sara Antónia Matos, Alexandre Pomar
ISBN: 978-989-8834-58-4
Edição português-inglês
Edição: Março de 2017
Preço: 9,52 euros | PVP: 10 euros
Formato: 17x21 cm [brochado]
Número de páginas: 112
[Em colaboração com o Atelier-Museu Júlio Pomar]
Terceira secção do catálogo Void*: Júlio Pomar & Julião Sarmento, publicado por ocasião da exposição que juntou os dois artistas no Atelier-Museu Júlio Pomar, entre 29 de Outubro de 2016 e 12 de Março de 2017, este volume apresenta um extenso conjunto de fotografias a preto-e-branco que mostram obras datadas da segunda metade da década de 1960, quase todas captadas em 1968 (antes ou depois de Maio), no atelier do pintor em Paris.
As imagens que aqui se publicam, com a permissão do artista, disponibilizadas pela Fundação Júlio Pomar especialmente para esta edição, revelam obras em execução ou deixadas inacabadas e outras talvez dadas por concluídas, mas todas igualmente destruídas. As imagens permitem dar a conhecer, por um lado, o cenário privado da residência e atelier do pintor – instalado em 1963 em Paris, na Rue Molitor, n.º 39, XVIe Arrondissement – e, por outro, documentam uma produção datável de 1964 a 1968 com a qual Júlio Pomar deixou então de se identificar e que por isso destruiu, num momento de mudança de processos de trabalho e também de temáticas.
O pendor abstracto das obras que são aqui pela primeira vez apresentadas parece acompanhar uma saturação face às séries e aos meios formais que o pintor vinha a desenvolver anteriormente, num «realismo» de cunho eminentemente gestual, com movimentos amplos e pinceladas livres, sempre com origem na observação directa das cenas e dos espaços. Trata-se de um período de experiências e inovações temáticas, que incluiu o bem-sucedido ciclo das corridas de cavalos, Les Courses, mas também de um tempo de exaustão e de incerteza, a que não terá sido indiferente a instalação no meio francês. [Sara Antónia Matos e Alexandre Pomar]
Júlio Pomar [Lisboa, 1926] vive e trabalha em Paris e Lisboa. Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio e as Escolas de Belas-Artes de Lisboa e do Porto.
No início da sua carreira, foi um dos animadores do movimento neo-realista, desenvolvendo uma larga intervenção crítica em jornais e revistas. Tem-se dedicado especialmente à pintura, mas realizou igualmente trabalhos de desenho, gravura, escultura e «assemblage», ilustração, cerâmica e vidro, tapeçaria, cenografia para teatro e decoração mural em azulejo. Foram-lhe atribuídos vários prémios, nomeadamente o Prémio de Gravura (exaequo) na sua I Exposição de Artes Plásticas, em 1957, o 1.º Prémio de Pintura (exaequo) na II Exposição de Artes Plásticas, em 1961, o Prémio Montaigne em 1993, o Prémio AICA-SEC em 1995, o Prémio Celpa / Vieira da Silva, em 2000, e em 2003 o Prémio Amadeo de Souza-Cardoso. Além de diversos textos publicados em revistas e catálogos, sobre outros artistas e sobre a sua própria obra, Pomar é autor de livros de ensaios sobre pintura.
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