quarta-feira, 26 de julho de 2017

O Rato da América I Jacques Lanzmann


O Rato da América
Jacques Lanzmann

Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes

ISBN: 978-989-8833-21-1

Edição: Julho de 2017
Preço: 15,09 euros | PVP: 16 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm [brochado, com badanas]
Número de páginas: 240


Viagem ao fim de uma noite.

Se quiseres encontrar-te, começa por te perder, escreveu um dia Jacques Lanzmann. O Rato da América, relato autobiográfico retocado pelas exigências formais e literárias da ficção, é desta fatalidade maior exemplo. Lanzmann […] falanos dos dias em que se perdeu noutro continente, desiludido numa esperança, vergado pelo destino do rato da América – entenda-se a expressão como ajustada ao emigrante ou ao autóctone sul-americano com dias rastejados por baixos expedientes e duras tarefas impostas à sua condição humana.
[…]
O Rato da América pôs a segunda pedra no percurso de um escritor que chegaria ao fim da vida com o respeitável número de quarenta e seis romances e narrativas publicados.
[…]
Os comunistas, jovens e velhos, fizeram do livro um triunfo. Era previsível; através de um herói deserdado eu ocupava-me da luta de classes. Não era, de facto, O Germinal, mas grande parte da sua história desenrolava-se numa mina. Orgulhoso com este apreço das massas trabalhadoras, deixei-me ir na onda de uns e outros, ao ponto de aderir ao Partido alguns dias depois de me casar [com uma fervorosa militante]. Sentiria eu necessidade de estar enquadrado? Talvez estivesse farto de me arrastar pelos cafés.
[…] palavras suas para uma canção de Dutronc tinham avisado: «De tanto bater, o meu coração parou.» O coração de Lanzmann parou de bater em Junho de 2006. Ele tinha acabado de publicar o romance Uma Vida de Família, a vida que a idade acabara por lhe apontar como inevitável e ele vivia calmamente ali, em Montparnasse, rodeado por memórias de uma imparável agitação vital. [Aníbal Fernandes]



Jacques Lanzmann, escritor, produtor, argumentista, jornalista, letrista de canções, nasceu no dia 4 de Maio de 1927, em Bois-Colombes. Era filho de emigrantes judeus do Leste, decoradores e antiquários, e irmão de Claude Lanzmann, o realizador do filme Shoa. Lutou na Resistência, foi preso pelos nazis e chegou a estar numa lista para ser fuzilado, mas conseguiu fugir. «Ladrão de acasos», foi pintor, de quadros e de paredes, camionista, contrabandista, mineiro. Foi membro do Partido Comunista Francês até à sua exclusão em 1957. Morreu no dia 21 de Junho de 2006, em Paris, a cidade que homenageou em «Il est cinq heures, Paris s’éveille».

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