sábado, 18 de agosto de 2018

Sem Título (Intimidade) I Jorge Santos e Pedro Valdez Cardoso


Sem Título (Intimidade)

Texto de Hugo Dinis

ISBN 978-989-8902-22-1 EAN 9789898902221

Edição: Junho de 2018

Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros
Formato: 17 x 23,5 cm (brochado)
Número de páginas: 80

Edição bilingue: português-inglês



Este projecto reflectiu sobre as dicotomias público/privado ou exterior/interior.


Este livro, Sem Título (Intimidade), de Jorge Santos e Pedro Valdez Cardoso, foi publicado por ocasião da exposição com o mesmo título realizada na Galeria Diferença, Lisboa, com curadoria de Hugo Dinis, em Junho de 2018.


Os artistas Jorge Santos (1974) e Pedro Valdez Cardoso (1974) apresentaram trabalhos inéditos na exposição intitulada Sem título (intimidade) na Galeria Diferença. Tendo em consideração a referência aos trabalhos do artista Félix González-Torres (1957-1996), este projecto reflectiu sobre as dicotomias público/privado ou exterior/interior. Uma das estratégias de que o artista cubano se socorria para discutir a relação híbrida entre as esferas pública e privada passava por usar dispositivos específicos e privados, tais como: a cama, as persianas, as luzes. Estes lugares de intimidade, de descanso, mas também de conflito e de poder, quando se estabelecem num espaço público passam a ter uma outra função. Esta passagem não é inocente porque pressupõe uma vontade e uma acção. Neste sentido, o recolocar é de facto um gesto político e um dos mais subtis que há.
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A obra inédita Untitled (Lovers) (2018) de Pedro Valdez Cardoso mimetiza plantas indiferenciadas em pano cru utilizado para moldes. Esta obra é composta por três vasos suspensos com plantas. Como noutros trabalhos anteriores do artista a importância do tecido utilizado revela a pertinência da própria obra. Neste caso, o recurso a pano cru, sem cor e, portanto, sem ideologia, usado para a execução de moldes, denota uma vontade de não conotação com nenhum dogma ou pré-conceito.
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Jorge Santos apresenta a obra inédita Brise-soleil (Cortina de lágrimas) (2018), constituída por uma persiana, pintada de azul celeste e com missangas negras serigrafadas do lado de dentro. A persiana, ao ser colocada junto de uma parede, inverte a sua funcionalidade e a dos espaços adjacentes, tornando o exterior num espaço interior e vice-versa. Esta não-diferenciação permite politizar a fronteira imposta e questionar os limites públicos da intimidade.
[Hugo Dinis]

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