Tatuagens de Luz — Para uma imagem de Leonor de Almeida
Cláudia Clemente
ISBN 978-989-9006-43-0 | EAN 9789899006430
Edição: Agosto de 2020
Preço: 17,92 euros | PVP: 19 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm (brochado)
Número de páginas: 336 (a cores)
Com a Câmara Municipal do Porto
O que tinha eu, no princípio de tudo? Pouco, muito pouco, quase nada. Um quadro, três nomes, a memória descarnada de uma figura de mulher lá pelos anos 50. Pouco. Duas antologias com poemas e uma revista. Muito pouco. A recordação vaga de um filho na Suécia. Quase nada.
Tudo começou com um quadro: Leonor, esteticista e amiga da minha avó desde os anos 50, vendeu-lhe uma pintura surrealista, de João Moniz Pereira, que teria pertencido a Alexandre O’Neill. Resolvi seguir o rasto da senhora, na esperança de obter mais informações sobre a tela, e descobri Leonor de Almeida — não a Marquesa de Alorna, com quem partilha o nome —, mas uma das mais invulgares poetas do século XX.
Leonor, que se disfarçava usando uma peruca quando trabalhava como esteticista, foi uma autora surpreendente, aclamada pelos mais importantes críticos da época, de João Gaspar Simões («dos melhores poetas portugueses contemporâneos») a Jacinto Prado Coelho («dos casos mais extraordinários da poesia portuguesa»). A sua obra foi incluída em antologias, como a Antologia da Novíssima Poesia Portuguesa (1959), de Maria Alberta Menéres e E.M. de Melo e Castro, ou a Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica (1965), de Natália Correia. Colaborou com poemas, artigos e entrevistas nos principais jornais e revistas dos anos 40 e 50. Viveu em Londres, Paris, Copenhaga. Publicou quatro livros de poesia. Depois desapareceu, e foi esquecida.
[Cláudia Clemente]
Arquitecta de formação, Cláudia Clemente divide o seu trabalho actual entre a escrita e a realização cinematográfica, entre a ficção e os documentários. Nascida no Porto em 1970, estudou arquitectura nessa cidade e cinema em Lisboa e Barcelona. Licenciou-se em arquitectura na FAUP em 1995. Publicou o seu primeiro livro de contos, O caderno negro, em 2003, na Editora Tinta Permanente, e o segundo, A fábrica da noite, na Editora Ulisseia, em 2010. A sua peça Londres foi vencedora do Grande Prémio de Teatro SPA/Teatro Aberto 2011, e editada pela Imprensa Nacional – Casa da Moeda. Publicou o seu primeiro romance, A casa azul, em 2014. Concluiu o curso de Escrita de Argumentos para Longas-metragens da Gulbenkian, com a London Film School, em 2006. Terminou o curso de cinema na Restart, em 2007. Os seus contos foram editados em Portugal, Espanha e Itália. Realizou quatro curtas metragens e um documentário. Foi responsável pelos argumentos, storyboards, realização, direcção de arte, montagem e (na maioria dos casos) produção dos seus próprios filmes. Estes já foram exibidos em Portugal, no Brasil, no Uruguai, na Índia, em Cuba e em Itália, tendo sido premiados em diversos festivais.
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