quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

A Raia na Água — Eduardo Lourenço e o Mundo Hispânico

A Raia na Água — Eduardo Lourenço e o Mundo Hispânico 
Antonio Sáez Delgado, Barbara Fraticelli, Carlos Paulo Martínez Pereiro, Fátima Freitas Morna, Filipa Maria Valido-Viegas de Paula-Soares, Jerónimo Pizarro, João Tiago Lima, Jordi Cerdà, Marco Lucchesi, Margarida I. Almeida Amoedo, Pedro Serra, Roberto Vecchi, Rui Sousa 
Coordenação de Antonio Sáez Delgado e João Tiago Lima 


ISBN 978-989-8833-78-5 | EAN 9789898833785 

Edição: Novembro de 2021 
Preço: 15,09 euros | PVP: 16 euros 
Formato: 16 × 22 cm (brochado, com badanas) 
Número de páginas: 176 

Com o apoio da Embaixada de Espanha 


Eduardo Lourenço: «Os nossos destinos foram sempre paralelos ou cruzados, nunca opostos enquanto culturas, pois, como o viu com nitidez Oliveira Martins, fazemos parte de uma única estrutura, criada séculos antes que os povos que constituem a Península se definissem como nação.» 



A raia na água. Eduardo Lourenço e o mundo hispânico reúne uma dúzia de textos, da autoria de vários especialistas internacionais, que têm em comum o pensamento de Eduardo Lourenço e as suas múltiplas relações com o chamado mundo hispânico. Mesmo que se possa dizer que a temática ibérica não é um dos tópicos principais do ensaísmo de Eduardo Lourenço, a verdade é que, desde cedo, ela atravessa alguns dos seus textos publicados. […] 
Nascido em São Pedro do Rio Seco, pequena aldeia situada no concelho limítrofe de Almeida, rapidamente Eduardo Lourenço tomou consciência da proximidade geográfica e cultural entre Portugal e Espanha. […] 
A vida de Eduardo Lourenço, assim, começa cedo a estar polvilhada por um conjunto notável de relações ou vínculos de diferente natureza com o país vizinho e a sua cultura. Entre elas, destaca-se a importância que teve na vida do ensaísta um acontecimento especialmente marcante, ocorrido já na altura em que frequentava o Colégio Militar em Lisboa, como foi a eclosão da Guerra Civil em Espanha. Contrariamente ao que seria de supor para alguém proveniente de uma família ultracatólica e bastante conservadora, o jovem Eduardo adota uma posição favorável aos republicanos. Tal decisão revelar-se-á fundamental para todo o seu percurso intelectual, fazendo do ensaísta um homem politicamente situado à esquerda. 
A atividade profissional de Eduardo Lourenço, enquanto professor universitário, também é marcada pelas relações ibéricas, uma vez que é nesse contexto que o ensaísta começa a aproximar-se dos textos de um conjunto notável de intelectuais espanhóis, entre os quais se destacam vários nomes que chegarão a transformar-se em referências diretas do seu pensamento, como Miguel de Unamuno ou José Ortega y Gasset. 
[Antonio Sáez Delgado e João Tiago Lima]

Lugares de Fractura

Lugares de Fractura 
Maria José Cavaco


Textos de Victor dos Reis, Maria do Mar Fazenda, João Mourão e Maria José Cavaco 
Design gráfico de ilhas studio 

ISBN 978-989-8833-83-9 | EAN 9789898833839 

Edição: Novembro de 2021 
Preço: 23,58 euros | PVP: 25 euros 
Formato: 16 × 23 cm (brochado, com sobrecapa) 
Número de páginas: 192 (a cores) 

Edição bilingue: português-inglês 

Com o apoio da Câmara Municipal de Ponta Delgada

Maria José Cavaco: «[…] a fractura é a crise que um exterior exerce num interior; e o lugar será um acontecimento, um evento em que convergem espaço e tempo, enquanto um corpo vivo interage com o que o envolve. Este evento é necessariamente transformador.» 


Este livro foi publicado por ocasião da exposição «Lugares de Fractura», de Maria José Cavaco, com curadoria de João Mourão, realizada no Arquipélago — Centro de Artes Contemporâneas de 10 de Julho a 28 de Novembro de 2021. 



Foi precisamente a pensar no lugar da exposição enquanto campo de possibilidade de nos relacionarmos com um objecto artístico que o título também me fez sentido. Sempre associei a ideia de fractura, também pensada enquanto rompimento, ao «museu», ou melhor, à exposição. 
[João Mourão]

Viajar sem sair do mesmo lugar: sem sair da ilha porque tudo está aferido a ela. A obra de Maria José Cavaco é essa extraordinária celebração da ilha em que vive e, ao mesmo tempo, a tácita e melancólica aceitação do seu aprisionamento nela. Nesse sentido, cada viagem para fora é apenas uma alvoraçada e eufórica viagem dentro dela, exactamente como quando viajamos num baloiço ou numa roda de feira gigante. 
[Victor dos Reis]

A sua tese e a exposição que Maria José agora apresenta partilham o mesmo título: «Lugares de Fractura». A escrita, mas também a arte como mapeamento, percurso e viagem, localização e posicionamento dos nossos lugares no mundo, é uma tradução da relação entre o nosso corpo e o lugar que habita a cada momento — poderão ser estes momentos/lugares de fractura de nós em relação ao mundo, também de recuperação? 
[Maria do Mar Fazenda]

O Desenho Impreciso de Cada Rosto Humano, Reflectido! — Retratos de Júlio Pomar

O Desenho Impreciso de Cada Rosto Humano, Reflectido! — Retratos de Júlio Pomar 
Textos de Ana Anacleto, Alexandre Pomar, André Silveira, Carolina Machado, Joana Batel, Laura Castro, Pedro Faro, Sara Antónia Matos, Susana Pomba 


Design gráfico de ilhas studio

ISBN 978-989-8833-85-3 | EAN 9789898833853 

Edição: Setembro de 2021
Preço: 23,58 euros | PVP: 25 euros 
Formato: 17 × 21 cm (brochado) 
Número de páginas: 280 (a cores) 

Com o Atelier-Museu Júlio Pomar e o apoio da EGEAC


Esta exposição, particularmente difícil de montar pela pluralidade de obras disponíveis e pela quantidade possível de mostrar no Atelier-Museu, foi um momento extremamente desafiante para a equipa do museu, que, de certa forma, trouxe para mais perto não apenas os amigos e retratados pelo pintor, como também o próprio Júlio Pomar. O seu rosto, e sobretudo o seu sorriso, estavam nela reflectidos através dos outros semblantes! 



A exposição «O desenho impreciso de cada rosto humano, reflectido! Retratos de Júlio Pomar», com curadoria de Sara Antónia Matos e Pedro Faro, incide sobre o modo como Júlio Pomar pensou o género artístico do retrato ao longo dos mais de setenta anos que compõem a carreira do pintor. A exposição procurou assim reunir retratos de diversas fases de criação, desde o neo-realismo, na década de 1940, até 2018, ano em que morreu. Não sendo possível mostrar, numa só exposição, no espaço do Atelier-Museu, todos os trabalhos realizados neste domínio por Júlio Pomar, procurou seleccionar-se retratos que marcaram a passagem entre «fases» e retratos menos vistos, menos icónicos, por serem abordagens prévias, ou até estudos das obras mais conhecidas. Desse modo, conseguiu abranger-se um maior número de personalidades. […] 
Houve ainda outro critério que orientou a selecção de obras para a exposição e que, salvo raras excepções, quando isso não prejudicou a relação indissociável entre pintura e desenho, passou por não repetir retratos da mesma personalidade, sobretudo quando os mesmos pertenciam ao mesmo período estilístico. […] 
A pintura e o desenho de retrato dão conta das várias relações que o artista foi estabelecendo com pessoas do seu círculo de contacto mais pessoal, e com figuras notáveis de diversos domínios da sociedade portuguesa, desde artistas, seus «pares» e companheiros, a escritores, políticos e protagonistas de fado. Estas abordagens das últimas décadas foram reunidas no piso superior do Atelier-Museu, criando um atlas de ligações, encimadas pela figura alegórica da «República», protagonizada pelo rosto de Cristina Branco. Além disso, a exposição inclui vários auto-retratos, de diferentes momentos da vida do artista, deixando perceber o seu avanço de idade. 
[Sara Antónia Matos e Pedro Faro]