sexta-feira, 22 de abril de 2016

Visão Invisível I Jean Cocteau



Visão Invisível
Jean Cocteau

Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes

ISBN: 978-989-8833-05-1

Edição: Março de 2016

Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm [brochado]
Número de páginas: 176


Parece-me que a invisibilidade é a condição para a elegância.

A elegância acaba se for notada.


«Tenho uma grande novidade triste a anunciar-te: estou morto. Esta manhã posso falar contigo porque estás sonolento, estás doente, tens febre. Entre nós a velocidade tem muito mais importância do que entre vós. Não falo da velocidade que se desloca de um ponto a outro, mas da velocidade que não se move, da própria velocidade. Mesmo um hélice se vê, faz reflexos; se lá pusermos a mão, corta. Nós não somos vistos, não somos ouvidos, podemos ser atravessados sem magoar. A nossa velocidade é tão forte que nos situa num ponto de silêncio e monotonia. Posso encontrar-te porque não tenho toda a minha velocidade, e porque a febre te dá uma velocidade imóvel, rara entre os vivos. Falo contigo, toco-te. É bom, o relevo! Ainda me lembro do meu relevo. Era uma água em forma de garrafa e que julgava tudo a partir dessa forma. Cada um de nós é uma garrafa que imprime forma diferente à mesma água. Agora, de volta ao lago, colaboro na sua transparência. Sou Nós. Vocês são Eu. […]» [Jean Cocteau]

Jean Cocteau [Maisons-Laffitte, 1889 – Milly-la-Forêt, 1963] foi poeta, dramaturgo, encenador, cineasta, pintor e escultor. Participou em todos os movimentos da sua época, desde os Ballets Russes ao surrealismo, de cujo grupo foi membro activo. Enveredou também pela música e escreveu libretos para obras de Stravinski, Darius Milhaud e Eric Satie. As suas relações de amizade e colaborações incluíam artistas de todas as áreas, entre eles Pablo Picasso, Modigliani, Apollinaire, Satie, Jean Anouilh, Jean Marais, Henri Bernstein e Édith Piaf. Em 1919, publicou o seu primeiro livro, Le Potomak, seguido de Thomas l’imposteur (1923), Orphée (1926), Le Livre blanc (1928), Les Enfants terribles (1929), La Voix humaine (1930), La Machine infernale (1934), Les Parents terribles (1938) e Bacchus (1951), entre romances, peças de teatro e poesia.

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