quinta-feira, 22 de junho de 2017

Gaspar da Noite – Fantasias à maneira de Rembrandt e Callot I Aloysius Bertrand


Gaspar da Noite – Fantasias à maneira de Rembrandt e Callot
Aloysius Bertrand

Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes

ISBN: 978-989-8833-18-1

Edição: Maio de 2017
Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm [brochado, com badanas]
Número de páginas: 184




Aqui está o meu livro como o fiz e deve ser lido antes de os comentadores o escurecerem com os seus esclarecimentos.


André Breton chamou-lhe – quando quis enunciar no seu Primeiro Manifesto os precursores do movimento – «surrealista no passado». […]
Baudelaire lembrou-se dele quando publicou Le Spleen de Paris e escreveu na dedicatória a Arsêne Houssaye: «Tenho uma pequena confissão a fazer-lhe. Ao folhear pela vigésima vez, pelo menos, o famoso Gaspar de la Nuit de Aloysius Bertrand […] é que tive a ideia de tentar qualquer coisa análoga e de aplicar à descrição da vida moderna, ou antes, a uma vida moderna e mais abstracta, o processo que ele aplicou à pintura da vida antiga e estranhamente grotesca.» […]
Todo o reconhecimento de Aloysius Bertrand é póstumo. E hoje pode ser-lhe colada a etiqueta de «autor de culto», que levanta sempre a suspeita de venerações alheias à verdadeira consciência crítica. Transbordou da literatura. René Magritte lembrou-se dele para um quadro que se inspira em «O Pedreiro», o segundo texto de Gaspar da Noite; e em 1908 Maurice Ravel deu a conhecer em três momentos de piano «Ondine», «Scarbô» e «A Forca» (este pertencente à série dos eliminados pelo autor na edição original). Para se compreender todo este sortilégio vale a pena ouvir de novo André Breton: – «Ele precipita-nos, desde o presente, num passado onde as nossas certezas não tardam a cair em ruínas.» [Aníbal Fernandes]

Aloysius Bertrand [Ceva (Piemonte), 20 de Abril de 1807 – Paris, 29 de Abril de 1841]. Viveu em Dijon, cidade que o marcou profundamente, mas fez algumas incursões em Paris, onde experimentou enormes dificuldades materiais e de relacionamento com o meio literário e editorial. Aí se instalou de 1833 até à sua morte, vítima da tuberculose, e aí foi enterrado na vala-comum do cemitério de Montparnasse. Deixou-nos a obra Gaspar da Noite – Fantasias à maneira de Rembrandt e Callot, editada postumamente pelo seu amigo, o escultor David d’Angers, com a ajuda de Sainte-Beuve. Alguns fragmentos já tinham sido publicados no jornal literário Le Provincial. A sua forma inovadora – «nem-prosa-nem-verso» – causou estranheza nos meios literários. Baudelaire reconheceu a sua influência no Le Spleen de Paris e alguns dos seus textos inspiraram René Magritte e Maurice Ravel.

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