Do Tirar pelo Natural
Francisco de Holanda
Apresentação de Paulo Pires do Vale
Edição crítica e introdução de Raphael Fonseca
Esta edição inclui a separata «A Arte de Tirar», de Tomás Maia
ISBN 978-989-8902-30-6 | EAN 9789898902306
Edição: Fevereiro de 2019
Preço: 12,26 euros | PVP: 13 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm (brochado)
Número de páginas: 80 + separata de 32 páginas
Este tratado não é somente sobre o retrato enquanto tal; é especialmente sobre
o retrato tirado ao natural.
Assim como os retratos individuais precisaram de certo tempo para existir, a reflexão da teoria da arte em torno do retrato e suas especificidades apenas vai ganhar sua primeira abordagem exclusiva em meados do século XVI, precisamente no ano de 1549, com a figura de um não-italiano: Francisco de Holanda, português, autor do texto intitulado Do Tirar polo Natural. Trata-se de um consenso para alguns historiadores da retratística, tais como Lorne Campbell e Shearer West, de que o texto seja o primeiro dedicado unicamente à prática do retrato.
[Raphael Fonseca]
Este livro nasce de um pedido de leitura. Filipa Oliveira, Anísio Franco e eu, convidados para comissariar uma exposição sobre o retrato em Portugal, no Museu Nacional de Arte Antiga, decidimos partir do tratado Do Tirar polo Natural, de modo a homenagear e divulgar a obra do escritor e artista Francisco de Holanda. Queríamos ter no catálogo esse texto e notas à margem, comentários ou digressões, mas de um ponto de vista filosófico-estético, e não histórico. Convidámos, então, Tomás Maia a ler e, livremente, a anotar as margens e as entrelinhas desse tratado.
Por impossibilidade de ter a tradução inglesa do texto de Francisco de Holanda pronta a tempo, tivemos de abandonar a ideia de publicá-lo — e as notas reflexivas que ele originou a Tomás Maia. Essas notas renovavam o texto original, dando origem a um texto de Holanda que antes não podíamos ler. Permitiam que Holanda escrevesse um novo texto. «Tirava-se» assim um texto de dentro do texto anterior — mas qual o primeiro?
[Paulo Pires do Vale]
Há uma língua que pensa o Diálogo de Francisco de Holanda sobre o retrato. Essa língua pensante, porém, nem sempre é pensada pelo próprio autor do Diálogo — e no entanto é ela que, de uma ponta à outra, anima o seu pensamento, justifica os seus preceitos e articula esse português inaudito que escreve Francisco de Holanda.
[Tomás Maia]
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