A Ideia de Felicidade na Cultura Europeia
Eticidade, Moralidade e Transcendência
Manuel Afonso Costa
ISBN 978-989-9006-62-1 | EAN 9789899006621
Edição: Maio de 2021
Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros
Formato: 14,5 × 20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 224
Porque é que a promessa de felicidade se transformou progressivamente num imenso
pesadelo? Não num pesadelo total, mas mesmo assim pesadelo o suficiente para se
falar reiteradamente de fracasso e falência da aventura da modernidade.
O que é que o homem procura quando procura a felicidade? O que é que o homem encontra quando encontra (ou pensa
que encontra) a felicidade? Estas são perguntas sem resposta objectiva. Em boa verdade são perguntas às quais não espero
nem esperava responder. Espero, todavia, que através de sucessivas aproximações temáticas aos conteúdos que as perguntas
subentendem, quer dizer, aos domínios onde a ideia de felicidade se encontra implicada directa ou indirectamente, de forma
próxima ou apenas remota, o tema e os problemas possam dilucidar-se por si mesmos. O esboço de qualquer resposta objectiva às questões formuladas, para além da ingenuidade de que daria provas, redundaria paradoxalmente num amontoado de
sentenças, inevitavelmente subjectivas. Em contrapartida, o esforço de contextualização, os rodeios ou digressões teoréticas,
o levantamento de paradigmas temáticos adjacentes, o afloramento tópico de orientações existenciais, de perspectivas normativas, de modos de vida ou de formas de comportamento subordinados a princípios ético-morais, etc., tudo isso acabará
por se tornar bastante objectivo. Deste modo, quase que se pode dizer que para se falar (saber) da felicidade interessa falar o
menos possível de felicidade, até porque uma fenomenologia do sentimento feliz não é mais do que um momento na abordagem do tema e dos menos importantes.
[…]
A ideia de felicidade, se não é a chave, é seguramente uma das chaves privilegiadas, talvez a mais
privilegiada, para abrir o imenso segredo da maior
contradição, paradoxal esta, da modernidade, e que
reside no facto de que pensando a cultura moderna
levar por diante o grande processo da emancipação,
da realização plena da vida humana em cenário
mundano, cavou cenários que se aparentam a formas
de escravatura moderna. […]
Finalmente, o que de facto penso e já o pensava à
partida é que a modernidade, tal como eu a entendo
etal como salientou Habermas, é apenas um projecto
em crise, conjunturalmente interrompido, mas não
esgotado nas suas potencialidades emancipadoras.
[Manuel Afonso Costa]
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