António Antunes, André Carrilho, Cristina Sampaio, João Fazenda,
Vasco Gargalo, António Maia, Henrique Monteiro,
Rodrigo de Matos, Cristiano Salgado, Nuno Saraiva
Introdução de Alberto Mesquita
Apresentação de Pedro Mexia
Comentários
de José António Lima
Coordenação editorial de António Antunes
ISBN 978-989-9006-88-1 | EAN 9789899006881
Edição: Junho de 2021
Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros
Formato: 17 × 21 cm (encadernado)
Número de páginas: 128 (a cores)
Com o apoio da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira
Edição bilingue: português-inglês
Pedro Mexia: «É que enquanto muita gente exige cartoons sem exageros,
o mundo anda tão exagerado que até o exagero parece um eufemismo.»
O tema incontornável nesta retrospetiva é a pandemia de Covid-19, que aliás acaba por ser transversal a muitos outros
aspetos também relevantes da conjuntura social e política nacional e internacional. Num ano tão difícil quanto este que
atravessámos, tornou-se ainda mais importante a presença do humor nas nossas vidas, sendo por vezes o elemento catalisador que nos ajudou a renovar energias e a enfrentar tantas circunstâncias dramáticas que preencheram o nosso dia-a-dia.
[Alberto Mesquita]
Nos últimos tempos, os cartoonistas tornaram-se alvos
habituais de reacções fortes. Reacções fortes a ideias fortes
são compreensíveis e até desejáveis, mas os cartoons costumavam ser vistos, antes de mais, como um efeito forte. Os
cartoonistas têm ideias, claro, mas também têm um método, que é o exagero. E esse método passou a ser tratado
como uma ideia, quer dizer, como uma afronta.
[…]
Esta antologia dos melhores cartoons portugueses de
2020 mostra-nos um planeta doente. Trata-se, em primeiro lugar, da pandemia e dos medos que desencadeou. O
coronavírus, com a sua característica (e microscópica)
configuração, faz-se bem visível nestas páginas: é uma
bola, um novelo, um escudo, um sol, uma forma que tomou conta da nossa existência e da nossa imaginação visual. Mas depois vem o «exagero» de apresentar a Covid
como um de vários vírus em voga, entre os quais o neonacionalismo, o fundamentalismo, a democracia iliberal ou
os líderes mundiais com penteados estrambólicos, incluindo aquele que achava que isto ia lá com lixívia. É que
enquanto muita gente exige cartoons sem exageros, o mundo anda tão exagerado que até o exagero parece um eufemismo.
[Pedro Mexia]
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