quarta-feira, 30 de maio de 2012

«Antes Que Me Lembre», Manuel Caldeira, Marcelo Costa, Jorge Nesbitt, João Miguéis


Antes Que Me Lembre

Manuel Caldeira, Marcelo Costa,
Jorge Nesbitt, João Miguéis

Textos de Manuel Castro Caldas, Bruno

Marchand, Sara Antónia Matos, João Miguel
Fernandes Jorge, Maria João Mayer Branco


ISBN: 978-989-97719-0-1
Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros
Edição: Janeiro 2012 | Distribuição: Março 2012
Formato: 15×21cm (brochado) [ bilingue: português e inglês]
Número de páginas: 152 (96 pp. a 4 cores)


Este livro foi publicado por ocasião da exposição Antes que me lembre, de 22 de fevereiro a 14 de abril de 2012, realizada na Fundação Carmona e Costa, Edifício Soeiro Pereira Gomes, Lote 1, 6.º direito, em Lisboa.

Os quatro artistas cujo trabalho aqui é mostrado são pintores, pois é a pintura que, antes de tudo o resto, os abandonou e eles abandonam. Chamados a transformar esse abandono em produtiva separação — condição de ascese e exercício — perseguem o ser-em-fuga, cientes de que nada sobra, intacto ou «puro», para agarrar. Daí os heterogéneos compósitos, registando o que, simultaneamente afastado e vizinho, retido e descartado, se redistribui segundo a nova proximidade do arcaísmo, que «em nenhum outro ponto pulsa com mais força do que no presente». Chamaremos desenho (que outro nome dar-lhe?) ao mecanismo responsável por este registo: uma mão «ideal» funda o espaço lógico onde a oposição entre afirmação e negação se desactiva e propicia o «encontro secreto (…) entre o arcaico e o presente». Mão inexistente, visto que o seu toque é o «ideal do tocar», onde «o que toca não está separado do que é tocado senão por uma inexistência (…)».
Não podendo ser feita, a impossível pintura não pode senão ser tocada (João Miguéis), ela própria tocando e sendo tocada pela escultura (Manuel Caldeira), ou ambas pela Cerâmica (Marcelo Costa), ou antes e ainda pela Ilustração (Jorge Nesbitt). Imitando a vida que imita a arte que imita a pintura, o desenho revolve o chão do mesmo, ligando os tempos que nele se ocultam, que nele se exaltam. De olhos postos na sombra, no assombro, na assombração.

Manuel Castro Caldas

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