«Senhores, gostaríeis de ouvir um belo conto de amor e morte? É de Tristão e de Isolda a rainha. Escutai como em grande alegria e grande dor se amaram, e num mesmo dia morreram, ele por ela, ela por ele.
[...]
Quando o rei Marco soube da morte dos amantes, transpôs o mar. Foi à Bretanha e mandou fazer dois caixões, um de calcedónia para Isolda, outro de berilo para Tristão. Na sua nave transportou para Tintagel os corpos que ele amava. Sepultou-os em dois túmulos, perto de uma capela, à esquerda e à direita da abside. Durante a noite, na campa de Tristão nasceu porém um silva verde e folhosa com ramos fortes e flores perfumadas, que se levantou até mais alto do que a capela e, passando-lhe por cima, mergulhou na campa de Isolda. As pessoas da terra cortavam a silva mas na manhã seguinte ela renascia de igual forma verde, florida e vivaz, para mergulhar de novo no leito de Isolda a Loura. Três vezes quiseram destruí-la; em vão. Acabaram por contar ao rei Marco esta maravilha; e por sua ordem nunca mais a silva foi cortada.»
O Romance de Tristão e Isolda renovado por Joseph Bédier, Tradução a apresentação de Aníbal Fernandes, Sistema Solar, 2012.
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