«Creio ser com legitimidade que podemos considerar Judeus Errantes um livro de História, com H maiúsculo. História abreviada do povo judaico, mas também uma história onde se identifica um olhar nostálgico, pelo menos perplexo, sobre esse tempo singular em que o Império Austro-Húngaro cede lugar aos estados-nação, conceito envolto em autodeterminação e liberdade que não deixará de arrastar sangrentos resultados. Joseph Roth, testemunha privilegiada desse período, traça um retrato preciso da cultura, religiosidade e idiossincrasias judaicas, centrando-o nos judeus orientais e, com isso, desmistificando o mito do judeu inevitavelmente rico, banqueiro, conselheiro de príncipes e poderosos. [...] O livro é uma "declaração de amor" e reconhecimento das origens [...]
Intuindo com argúcia o carácter antirreligioso do nazismo, conclui profeticamente: "Não há nenhum conselho, nenhum consolo, nenhuma esperança. [...] Morre em 1939, em Paris, e a História dar-lhe-á razão. Um livro triste e belo.»
Intuindo com argúcia o carácter antirreligioso do nazismo, conclui profeticamente: "Não há nenhum conselho, nenhum consolo, nenhuma esperança. [...] Morre em 1939, em Paris, e a História dar-lhe-á razão. Um livro triste e belo.»
Ana Cristina Leonardo, «Actual»/ Expresso, 9 de Fevereiro de 2013
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