«Por vezes, “pequenos incidentes” transformam-se em “Acontecimentos Extraordinários”. As expressões, e as maiúsculas, são de Edith Wharton (1862-1937), nova-iorquina de boas famílias que se tornou esposa-troféu de um banqueiro, passou a vida em mansões, festas e viagens, foi amiga e discípula de Henry James, e escreveu quatro ou cinco livros que se tornaram clássicos. O romance A Idade da Inocência (1920) valeu-lhe o Prémio Pulitzer, que nunca tinha sido ganho por uma mulher.
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Como nota, na introdução, Aníbal Fernandes, o grande trunfo de Wharton é cingir-se ao ponto de vista do narrador ou do protagonista, limitando aquilo que sabemos. Há por isso um “não-dito” que sustenta toda uma atmosfera de mistério e ameaça. E o naturalismo psicologista dá lugar à modernidade das narrativas sem desfecho.
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Pedro Mexia, «Fantasmagorias», «Actual»/ Expresso, 2 de Agosto de 2014
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