sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Messalina – Romance da antiga Roma I Alfred Jarry



Messalina – Romance da antiga Roma
Alfred Jarry


ISBN: 978-989-8833-02-0

Edição: Janeiro de 2016

Preço: 11,32 euros | PVP: 12 euros
Formato: 14,5 × 20,5 cm [brochado]
Número de páginas: 128


Um resíduo histórico perturbado
pela alucinação.
Um tecido subtil de símbolos sexuais.
Messalina com uma heroicidade mitológica.

À saída de um lupanar, Messalina vê a imagem do deus Fales levantar voo e desaparecer no céu. Isto contraria o seu desejo de possuir em amor o próprio deus, degrau máximo para a sua experiência sexual. Acabará no entanto por concluir que o deus não desertou para nenhum olimpo e apenas se mudou para os jardins de Lúculo, nessa altura pertencentes ao Asiático, um rico habitante de Roma.
Possuir a sua chave faz-se invencível obsessão da imperatriz, que não hesita em conjecturar uma mentirosa denúncia e condenar o Asiático à morte. Já proprietária dos jardins, não encontra lá o deus mas um dos mais célebres mímicos de Roma. Ela quer, na sua frustração, tomá-lo pelo deus, mas é-lhe oposta uma sexualidade pouco sensível a mulheres, que embora incitada com filtros sábios não se mostra capaz de lhe satisfazer os desejos. Desdenhada por este Fales decaído até às inapetências de um mímico, Messalina opta por possuir o considerado mais belo romano dessa época. E a volúpia sentida nos braços deste macho de eleição dá-lhe audácia para repetir, na ausência do imperador, as cerimónias de um novo e ilegal casamento. Condenada à morte, a imperatriz não hesitará em ver no gládio fálico que a penetra a verdadeira imagem do deus finalmente possuído. [Aníbal Fernandes]

Alfred Jarry [Laval, 1873-Paris, 1907] foi de um modo raro homem de letras. Os seus actos mais insignificantes, as suas traquinices, eram literatura. Porque estava ancorado nas letras e em mais nenhum lado. Mas de que forma admirável! Foi um dia dito à minha frente que Jarry tinha sido o último autor burlesco. É um erro! […] Esta palavra não pode designar os mais raros produtos da cultura humanista. Não dispomos de termo que possa aplicar-se a esta jovialidade particular onde o lirismo se faz satírico; onde a sátira, por se exercer sobre a realidade, de uma tal forma ultrapassa o objecto e consegue destruí-lo; tão alto sobe, que só a muito custo lá chega a poesia; ao passo que a trivialidade está aqui relacionada com o próprio gosto, e por um fenómeno inconcebível faz-se necessária. […] [Guillaume Apollinaire]

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