quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Memórias Íntimas e Confissões de um Pecador Justificado I James Hogg

Memórias Íntimas e Confissões de um Pecador Justificado
James Hogg

Tradução e introdução de José Domingos Morais

ISBN: 978-989-8833-11-2

Edição: Setembro de 2016

Preço: 22,64 euros | PVP: 24 euros
Formato: 14,5 × 20,5 cm [brochado]
Número de páginas: 320



Uma feroz e profunda parábola sobre
o fanatismo.




«Como escrevo de memória, não me recordo de nada mais acontecido nestes primeiros dias que valha a pena ser contado. Que fui um grande e abstruso pecador, isso confesso, mas guardo ainda a esperança de vir a ser perdoado, pois nunca pequei por questões de princípio, mas por acidente e, nessas ocasiões, sempre tentei arrepender-me desses pecados aos magotes, pois a um e um era impossível. É certo que os meus esforços nem sempre eram bem sucedidos, mas isso não dependia de mim. A graça do arrependimento era-me recusada e assim, não me considerava responsável por essas faltas. Por outro lado, havia muitos dos pecados mais mortais que eu nunca cometera, pois receava aqueles que na Revelação são designados por pecados que implicam a exclusão, dos quais constantemente me acautelava. Em particular consegui desprezar, senão mesmo execrar, a beleza das mulheres, considerando-a a maior armadilha a que a humanidade está submetida e, embora os jovens, tanto rapazes como raparigas e até as velhas (entre as quais a minha mãe) me acusassem de ser um miserável sem vergonha, gabava-me e glorificava-me por essa minha façanha. Ainda hoje me sinto agradecido por ter escapado ileso à mais perigosa de todas as armadilhas.» [James Hogg]

James Hogg [Escócia, 1770-1835], poeta, romancista e ensaísta. Na sua juventude foi trabalhador agrícola e pastor, por isso a sua educação foi maioritariamente autodidacta, através da leitura. Foi amigo de grandes escritores da sua época, como Sir Walter Scott, de quem mais tarde escreveu uma biografia não autorizada. Memórias Íntimas e Confissões de um Pecador Justificado, de 1824, é o seu romance mais conhecido. Muito criticada na altura da sua publicação, acusada de ser um «grave atentado contra a religião e um insulto ao gosto moderno», a obra permaneceu na sombra até 1947, quando foi republicada com um posfácio entusiástico de André Gide. Outras obras de James Hogg incluem o longo poema The Queen's Wake (1813), a colecção de canções Jacobite Reliques (1819), e os dois romances The Three Perils of Man (1822) e The Three Perils of Woman (1823).

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