terça-feira, 6 de outubro de 2020

Cartoons do Ano 2019

 

Cartoons do Ano 2019 

António Antunes, André Carrilho, Cristina Sampaio, Vasco Gargalo, António Maia, Henrique Monteiro, Rodrigo de Matos, Cristiano Salgado, Nuno Saraiva 


Textos de Alberto Mesquita, Ricardo Araújo Pereira e José António Lima
Coordenação editorial de António Antunes

ISBN 978-989-9006-28-7 | EAN 9789899006287 

Edição: Outubro de 2020 
Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros 
Formato: 17 × 24 cm (encadernado) 
Número de páginas: 128 (a cores) 

Com o apoio da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira

Edição bilingue: português-inglês



Quando alguém dispõe apenas de meia página e de um lápis para dizer qualquer coisa, é natural que recorra a algumas medidas drásticas para se fazer ouvir. Essas medidas costumam incluir o exagero e a distorção — e um objecto com essas características, se considerado literalmente, pode dar origem a interpretações desastrosas.



QUERES QUE TE FAÇA UM DESENHO? 
A pergunta que fazemos, quase sempre num tom sarcástico, quando o nosso interlocutor manifesta dificuldade em compreender qualquer coisa, parece presumir duas premissas, digamos, problemáticas: primeiro, que um desenho é fácil de fazer; segundo, que um desenho é fácil de interpretar. Num ponto, ao menos, a pergunta acerta. Um desenho é rápido e eficaz, ou seja, ao contrário do que acontece com um texto (especialmente, um texto longo) um desenho tem um impacto instantâneo.
Quando o desenho é um cartoon, todas essas características se intensificam. É mais difícil de fazer, mais difícil de interpretar, e o choque que provoca é mais intenso. 
[…] 
Folhear esta edição dos cartoons do ano é, como sempre, revisitar os principais temas políticos e sociais do país e do mundo: o governo e a oposição, as grandes obras públicas, as alterações climáticas, o orçamento de Estado, Tancos, a justiça, a alta finança, o Médio Oriente, a religião, as novas «democracias musculadas», o Brexit. E, como infelizmente tem vindo a ser hábito, é também rever alguns cartoons que se transformaram eles próprio sem acontecimentos – às vezes até mais polémicos do que os temas que abordam (o que não deixa de ser incrível). 
Certas pessoas deixam-se ofender gravemente por um desenho, seja porque ele toca num assunto que é, para elas, sagrado, ou apenas porque não compreendem certos aspectos evidentes do funcionamento da linguagem humorística. E o problema é que, em princípio, não adianta fazer-lhes um desenho. 
[Ricardo Araújo Pereira]

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