KWØ / KWZero
Manuel Vieira, Pedro Portugal, Pedro Proença
ISBN 978-989-9006-55-3 | EAN 9789899006553
Edição: Dezembro de 2020
Preço: 11,32 euros | PVP: 12 euros
Formato: 17 × 21 cm (brochado, a cores)
Número de páginas: 148
A vida é uma alquimia e as nossas personagens ajudam-nos a aprofundar e a mudar
de vida, a ser mais íntimos e profundos, a dizermos o que nunca pensaríamos dizer,
ou o que queríamos mais intimamente dizer. Por vezes não nos reconhecemos nelas,
e segui-las é um pouco como seguir até ao fim uma possibilidade combinatória.
A exposição KWØ de Manuel João Vieira, Pedro Portugal e Pedro Proença teve lugar na Galeria Valbom, em Lisboa, de
10 de Outubro a 12 de Dezembro de 2020. A mostra, acompanhada pelo presente catálogo e por uma edição de doze
números das revistas KWØ, constituem elementos essenciais de ligação entre as obras dos três artistas. A palavra escrita desdobra-se em diversos suportes, cujo ponto de partida são múltiplas personagens artísticas, as quais funcionam como pseudónimos, ou até mesmo heterónimos, dos artistas. Estes heterónimos concedem entrevistas, realizam as suas próprias obras,
em formato digital ou em peças incluídas na exposição. Colectivamente, o grupo produz manifestos de filiação dadaísta, com
fortes influências pop e um humor característico.
Como os artistas anunciaram, o nome da exposição está radicado no grupo KWY e na Alternativa Zero — já a exposição
«Continentes»(1986) do Grupo Homeostético tinha constituído uma homenagem ao «agitador cultural» Ernesto de Sousa. […]
A saga dos três quase velhos artistas do KWØ é uma saga juvenil que se vai atrapalhando com os percalços da idade.
Há um outro artista que não está presente, Fernando Brito, que projecta a sua sombra feita de obra, vida e muita conversa. Na
meia dúzia de anos que precedem esta exposição fizemos a
exposição e o filme Pandemos, a performance Zuturismo
no teatro S. Luís e o ciclo de exposições-filmes Arthomem.
[…] Qualquer um destes artistas nos deixa desorientados,
mas após quase 40 anos de cumplicidade continua a ser
difícil perceber que este lado não é simplesmente maroto e
des-construtivo — é também a estratégia de alcançar um
inter-lirismo intrínseco, acompanhado da doçura e da alegria. Não é um trabalho de grupo uniforme (um colectivo),
não é um duo tipo Gilbert & George, não é uma formação
conjuntural que surgiu apenas como fenómeno geracional
e afinitário de promoção e expansão.
Podíamos ver-nos como cada um para seu lado fazendo
o seu percurso, percurso que se cruza muitas vezes, para
além da antiga amizade.
[Pedro Proença]
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