Um Jardim na Margem do Orontes
Maurice Barrès
Tradução e apresentação de Diogo Ferreira
ISBN 978-989-9006-71-3 | EAN 9789899006713
Edição: Abril de 2021
Preço: 12,26 euros | PVP: 13 euros
Formato: 14,5 × 20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 128
René Gillouin: «Não lemos este livro, respiramo-lo como um perfume,
saboreamo-lo como se fossem frutos, escutamo-lo como uma sinfonia,
seguimos no fundo de si próprio, na articulação da alma sensível
e da imaginação, o desenrolar de uma sucessão de frescos
voluptuosos e pungentes.»
Um Jardim na Margem do Orontes surgiu na Revue des Deux Mondes nas edições de 1 até 15 de Abril [1922], assumindo
o formato de livro no mês seguinte. Este texto começou por querer-se uma novela que integraria um volume, mas viu-se
com as dimensões de um romance. Repleto da energia e do ritmo de uma ópera (e Barrès dizia: «Vou contar umas das pequenas óperas que tenho no espírito.»), compõe o cenário de uma tragédia; e dele foi, de facto, retirada uma ópera pelas
mãos de Alfred Bachelet. Mas essa estrutura que se constrói sobre uma tragédia é percorrida por uma linguagem enérgica
que não se demora em tornar vivos os cheiros, as cintilações, as texturas
de que o texto está cheio — são palavras de sábia escolha que chegam ao
leitor à custa de uma pureza de estilo que confere ao romance uma qualidade de cápsula do tempo, onde os amores de um cristão e de uma rainha
sarracena vão decorrendo com a consistência de uma lenda. […]
Para servir de pano de fundo aos amores que se contam neste livro,
Barrès decidiu colocar o narrador ao abrigo do ruído milenar das gigantescas nórias que hoje permanecem em Hamã apenas pelo seu valor histórico. Talvez seja esse o sábio ardil de Maurice Barrès, fazer acompanhar
a sua história com o ruído dessas gigantescas rodas de madeira, ao mesmo
tempo que invoca um Oriente secreto que o tempo tem conservado com
toda a sua singularidade ficcional, criando simultaneamente um efeito
hipnótico através da linguagem que utiliza.
Ainda assim, este romance de fulgores orientais não agradou a certos
leitores de Barrès; e aquele Guillaume, que por causa dos seus amores
distorce o que são os bem firmados valores da igreja, não foi do agrado de
muitos cristãos. […] Então Barrès surge aqui como um romancista mais
livre de pejos, coisa que não agradaria a alguns e deu início àquilo que o
padre Brémond, seu amigo, disse ser a «tola querela do Orontes.»
[Diogo Ferreira]
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