Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes
ISBN 978-989-8833-98-3 | EAN 9789898833983
Edição: Janeiro de 2022
Preço: 12,26 euros | PVP: 13 euros
Formato: 14,5 × 20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 148
A obra-prima de Lafcadio Hearn.
Chita, a órfã da Ilha do Fim, no «maravilhoso círculo duplo do Azul… glórias
gémeas de profundidades infinitas que se entre-reflectem enquanto o Além do
Mundo… Derrama uma preciosa luz.»
[…] Antes deste Lafcadio Hearn dominado pela sedução japonesa há, portanto, o Lafcadio das «lamentáveis odisseias
na Europa e na América», onde encontramos o autor de Chita, o seu primeiro romance, de 1887, no Harper’s Magazine de
Nova Iorque, e dois anos depois em livro numa versão ligeiramente modificada.
O japonês Yakumo Koisumi teve como o seu primeiro nome inteiro Patricio Lafcadio Tessima Carlos Hearn, o que lhe
foi dado quando nasceu no ano 1850 em Lêucade, uma ilha do Mar Jónico nessa altura sob ocupação inglesa e hoje pertencente à Grécia.
[…]
Os seus seis anos de Cincinnati tiveram de ser prolongados por outros,
agora no jornalismo de Nova Orleães, a cidade do Mississipi racialmente
mais permissiva, e desta vez na redacção de Le Commercial.
Foi ali, numa confusão urbana que misturava o inglês, o francês, o espanhol, e fazia nascer variantes crioulas, inventoras de palavras com ecos de todas
estas línguas, que Lafcadio Hearn imaginou o seu primeiro romance — Chita
(uma redução de Conchita), a personagem feminina que serviria de pretexto à
longa evocação da tragédia da Ilha do Fim.
[…]
Lafcadio Hearn, já a assumir-se como autor de textos de ficção, escreveu
para o jornal Times-Democrat inventados fragmentos de cartas de um dos
sobreviventes dessa catástrofe, e chamou-lhes Torn Letters (Cartas Rasgadas),
um êxito que o incitou à narrativa Chita, pouco depois publicada no Harper’s
Magazine.
Numa carta de 1888 — a altura em que ele viveu na Martinica como
correspondente do Harper’s Magazine e pensava em publicarem livro a novela
escrita um ano antes para esse mesmo jornal — Hearn informa que a «sua
Conchita» lhe tinha sido inspirada pelo caso verídico de uma rapariguinha
salva por pescadores do desastre da Ilha do Fim — e marcada, a partir dos
quatro anos de idade, por uma paternidade desconhecida.
[Aníbal Fernandes]
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