Bom Crioulo
Adolfo Caminha
Apresentação de Aníbal Fernandes
ISBN: 978-989-8566-66-9
Preço: 13,21 euros | PVP: 14 euros
Formato: 14,5x20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 160
Um marinheiro crioulo (ou seja, um mestiço de sangues negro e índio), com trinta anos de idade, «muito alto e corpulento, figura colossal de cafre», não resiste à atracção física de um grumete de quinze anos, «belo marinheiro de olhos azuis». Pouco depois está construído um pouco habitual triângulo que na casa da portuguesa D. Carolina (mulher fogosa, com desejos de oferecer à experiência do seu corpo maduro um amante jovem) se faz vórtice numa história de fúria sexual e morte, com elementos inter-raciais e pedófilos, servido com uma frieza descritiva que passa ao lado de qualquer julgamento moral das personagens, tudo isto muito mais do que chegava para ser insuportável aos leitores daquele final do século XIX. Adolfo Caminha foi na sua época atacado pela crítica «oficial», e depois dela pelos que ampliaram os seus defeitos, ridicularizam pormenores de estilo isolando-os do contexto com malévola tendência; e se ele conseguiu fazer sob esta desagradável chuva uma carreira que já galgou um século, nunca descolou de si o rótulo de autor «maldito». [Aníbal Fernandes]
Adolfo Caminha [Aracati, 1867 – Rio de Janeiro, 1897] entra para a marinha de guerra em 1883, chegando ao posto de segundo-tenente. Apaixona-se pela esposa de um alferes, que abandona o marido para viver com Caminha. Na sequência do escândalo, vê-se obrigado a deixar a marinha e passa a trabalhar como funcionário público.
É autor das obras Voos Incertos (1886), A Normalista (1893), No País dos Ianques (1894). Em 1895, firma a sua reputação literária ao publicar Bom Crioulo, obra que provoca grande polémica por abordar o tema da homossexualidade. Já tuberculoso, lança em 1896 o seu último romance, Tentação. Morre prematuramente aos 29 anos.
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