quarta-feira, 23 de março de 2022

Delirar a Anatomia: Partituras-Poemas de Ana Rita Teodoro + (des)léxico para A.A. de Joana Levi

Delirar a Anatomia: Partituras-Poemas de Ana Rita Teodoro + (des)léxico para A.A. de Joana Levi
Ana Rita Teodoro, Joana Levi 


Design gráfico de Horácio Frutuoso 

ISBN 978-989-8833-89-1 | EAN 9789898833891 

Edição: Fevereiro de 2022 
Preço: 11,32 euros | PVP: 12 euros 
Formato: 17 x 24 cm (brochado) 
Número de páginas: 204 

Com o Teatro Praga (colecção «Série»)


Delirar a Anatomia é uma coleção de estudos febris dedicados a uma parte do corpo. Delirar a Anatomia é uma coleção de peças de dança e uma coleção de partituras-poemas. O presente livro compila cinco partituras-poemas desta coleção, intercaladas pelo (des)léxico para A.A. de Joana Levi, artista, performer e estudiosa sensível ao corpo proposto por Antonin Artaud. 

Delirar a Anatomia reestuda as partes do corpo, acumulando e entrelaçando visões díspares — poéticas exageradas, simplistas, descabidas, ignorantes e eruditas — para conceber um corpo que dança. Propõe um estudo que isola as diferentes partes (boca, pele, coração, joelho, esfenoide, nuca, intestinos, etc.) para tentar ver o corpo não como um todo — máquina útil —, mas como um ser de diversos, composto de plurissistemas. Para desviar o foco do eu-corpo-todo-potente ou do eu-corpo-que-me-mata, talvez se possa propor um corpo-plural composto de diversas potências. 
[…] 
Quando comecei a dançar, no início da década de 2000, o pensamento de Antonin Artaud e especificamente o texto «Corpo sem órgãos» desenvolvido por Deleuze e Guattari em Mil Planaltos estavam em voga no contexto da dança contemporânea. Coreógrafos, críticos e bailarinos evocavam constantemente este texto para atualizar (e por vezes justificar) os corpos presentes na dança, corpos que se afastaram da dança clássica e da dança moderna. Voltei a encontrar Artaud no meu interesse pelo Butô e, concretamente, em Hijikata Tatsumi, grande apaixonado pelo escritor, e que trabalhou na coreografia de um corpo virado do avesso, um corpo que fala desde as suas entranhas, e também um corpo que não-pertence — um corpo que não pertence aos cânones estéticos e sociais estipulados pela sociedade japonesa dos anos 60. 
Delirar a Anatomia, como tantos outros projetos, está na continuidade dos processos e do corpo pensado por Artaud. Manifesta o desejo de virar o corpo do avesso e procurar na constituição física dos corpos um mundo livre, sensual e à medida de cada 1. 
[Ana Rita Teodoro]

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