A Vida na Terra Pedro Valdez Cardoso
Textos de Sérgio Fazenda Rodrigues, Ana Anacleto,
Sandra Vieira Jürgens, Nuno Faria e João Pinharanda
Tradução de José Gabriel Flores
ISBN 978-989-8833-84-6 | EAN 9789898833846
Edição: Março de 2022
Preço: 28,30 euros | PVP: 30 euros
Formato: 20,5 × 30 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 280 (a cores)
Com o apoio da Fundação Carmona e Costa e dgARTES
Edição bilingue: português-inglês
Sérgio Fazenda Rodrigues: «[…] o trabalho de Pedro Valdez Cardoso
inquire os protocolos do poder, num recorte que vai do indivíduo
à sociedade, e do passado à contemporaneidade.»
O que realmente interessa a PVC é aquilo que está nas entrelinhas, o que não se lê ou diz mas é demasiado perceptível.
Interessam-lhe os mecanismos de controlo, as relações de poder, a subjugação permanente, ainda que subversiva, do outro.
O efeito de paralaxe em que frequentemente vivem as suas peças é a pedra-de-toque de um discurso que se constrói
sobre uma lógica de intervalo, de lacuna e de antecipação — o pré-conceito como dispositivo. Interessa-lhe, basicamente, a
forma de contar, a história e os elementos no seu interior, por esta ordem.
O que parece estar sempre em cena, ou em causa, é o corpo, em rigor o único barómetro mensurável, o único lugar
comum e último reduto da individualidade e da diferença — o lugar de todas as formas de dominação. A natureza, a animalidade, a caça, a guerra, são, finalmente, formas de (des)figuração de um medo original, de uma dobra escondida: o outro
em nós. Porque, afinal, «o inferno
são os outros».
[Nuno Faria]
Encontrarmo-nos perante uma
obra de Pedro Valdez Cardoso é
permitirmo-nos responder ao desafio do cruzamento e da dissolução,
conscientes de que, dos vários processos de justaposição que vai promovendo na dinâmica construtiva
própria do seu trabalho podem resultar momentos de maravilhamento que carregam sempre um peso,
lembrando-nos que por detrás de
uma máscara está sempre um rosto
que é ele próprio, simultaneamente,
sempre uma máscara.
[Ana Anacleto]
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