O Duplo Rimbaud (com um preâmbulo de
Benjamin Fondane)
Victor Segalen
Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes
ISBN 978-989-568-005-4 | EAN 9789895680054
Edição: Março de 2022
Preço: 11,32 euros | PVP: 12 euros
Formato: 14,5 × 20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 144
Benjamin Fondane: «O seu génio, como se tivesse pressa de se soltar, sobrevoa
a idade, o tempo, a falta de experiência e — amadurecido não sei à luz de que
sol de além-túmulo — explode e derrama-se.»
Em 15 de Abril de 1906 surgiu na revista Mercure de France o seu texto «O Duplo Rimbaud». Em cada um de nós,
dirá Segalen, e para cada uma das nossas formas de pensar, de querer e sentir, existe um irredutível e não utilizável covil que
não podemos, com complacência ou à força, com ódio ou amor, entreabrir aos outros. Estaremos perante um labirinto
onde os leitores não encontram nenhuma saída? Segalen
faz-nos crer que Rimbaud fala sempre de si próprio, com
uma chave que só ele sabe utilizar; que os seus poemas são
imaginadas memórias das coisas e dos dias da sua infância,
e só ele os compreende na sua integralidade. Depois desta
análise passa ao «segundo» Rimbaud, o de uma «curiosa
e intensa fobia»; o que tem «horror à poesia», di-lo a sua
irmã categórica e, por decisão, detentora de uma única e
irrecusável verdade.
[Aníbal Fernandes]
Rimbaud foi outra coisa além de um cometa e mais do
que um «assinalável transeunte». O seu génio, como se
tivesse pressa de se soltar, sobrevoa a idade, o tempo, a falta
de experiência e — amadurecido não sei à luz de que sol
de além-túmulo — explode e derrama-se. O que espanta
na sua obra não são tanto as virtudes do escritor, ainda
assim fulgurantes, mas a espessura da página, a densidade
do vivido, as riquezas do subsolo. O poeta desdobra-se,
pluraliza-se; faz sobre todas as coisas «o salto do animal
feroz». Estou por uma vez perfeitamente de acordo com a
sua irmã Isabelle, ao descobrir sob a multiplicidade das
personagens dos seus poemas o único rosto do Jean-Arthur
e do escritor […]
[Benjamin Fondane]
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