quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

«Caricaturas do Metro Aeroporto», de António Antunes


Caricaturas do Metro Aeroporto
António Antunes


Apresentação de Joaquim Vieira


ISBN: 978-989-8618-31-3

Preço: 20,75 euros | PVP: 22 euros

Formato: 15,5×22 cm (brochado)
Número de páginas: 124 (com reproduções a cores)


O viajante do metropolitano de Lisboa, sendo mais provável que tenha nacionalidade portuguesa, sai na estação do Aeroporto da Portela e é surpreendido pelas caricaturas gigantes, a preto-e-branco sobre as paredes do cais, de quatro figuras políticas que ele bem conhece da recente história do seu país, cada uma delas de corpo inteiro, sentada numa cadeira de estilo clássico. O viajante de avião acabado de aterrar na capital, com grandes hipóteses de ser estrangeiro, desce ao comboio subterrâneo e fica do mesmo modo surpreendido, no amplo corredor de acesso à estação, pela distribuição, ao longo das paredes, de quase duas outras dezenas de caricaturas de personagens para ele desconhecidas — com a excepção, talvez, de Fernando Pessoa —, mas que adivinha, pela forte individualização fisionómica de cada uma delas, representarem gente viva, seja no passado ou no presente.
[…]
Em finais do século XIX, Rafael Bordalo Pinheiro criou em folha de jornal o seu Álbum das Glórias, caricaturando personagens relevantes da sociedade portuguesa. Cinco gerações depois, António, em suporte mais resistente, segue-lhe os passos, actualizando a identidade das eminências portuguesas. Uma das personagens retratadas por Rafael foi o seu Zé Povinho, e mesmo esse António não deixou de fora, desenhando-o junto ao seu criador, como se fosse a 51.ª personagem deste painel. É o fecho de um ciclo, e Portugal que continua.

Joaquim Vieira, «O novíssimo Álbum das Glórias».


Estes desenhos nas paredes da estação de metro do Aeroporto podem ser, para muita gente, uma surpresa, por virem de um autor conotado com a imprensa e aparecerem, aqui, fora desse contexto — e também por se tratar de caricaturas.
Se por um lado, a primeira razão, para os mais atentos, não é propriamente uma grande surpresa, já que há muito vinha fazendo incursões fora das páginas dos jornais, na escultura, na medalhística e no design gráfico; já a segunda é, seguramente, uma surpresa maior, tratando-se da caricatura a animar um espaço público — aventura nunca ousada em Portugal e também muito pouco frequente noutras paragens.

[...] 
Resta-me esperar pelas opiniões do público e da crítica e deixar aqui o meu reconhecimento às pessoas que, no Metropolitano de Lisboa, acreditaram e acarinharam este projecto.».

António Antunes, «Desenhos de pedra do centímetro ao metro».


António Antunes publicou os seus primeiros cartoons no diário lisboeta República, em Março de 1974. No final do mesmo ano, ingressou no semanário Expresso onde continua a publicar as suas obras.
Dos prémios recebidos destacam-se: Grande Prémio do XX International Salon of Cartoons (Montreal, Canadá, 1983), 1.º Prémio de Cartoon Editorial do XXIII International Salon of Cartoons (Montreal, Canadá, 1986), Grande Prémio de Honra do XV Festival du Dessin Humoristique (Anglet, França, 1993), Award of Excellence — Best Newspaper Design, SND — Estocolmo, Suécia (1995), Premio Internazional Sátira Politica (ex-æquo, Forti deiMarmi, Itália, 2002), Grande Prémio Stuart Carvalhais (Lisboa, Portugal, 2005) e o Prix Presse International (St. Just-Le-Martel, França, 2010).
Realizou exposições individuais em Portugal, França, Espanha, Brasil, Alemanha e Luxemburgo. Publicou, entre outros, os livros, António — 20 anos de Desenhos (1994), Desenhos Satíricos (2000) e Traços Contínuos (2005); integrando também as colectâneas, Cartoons do Ano, desde 1999, e as internacionais, 1970’s The Best Political Cartoon of Decade (1981), The Finest International Political Cartoons of Our Time, volumes I, II e III (1992, 1993 e 1994) e Cartoonometter (1994).
Foi júri de salões de desenho humorístico em Portugal, Brasil, Grécia e Turquia. António dedica-se também ao design gráfico, à Escultura e à Medalhística. É director do salão de humor gráfico, World Press Cartoon.

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