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terça-feira, 29 de novembro de 2016
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
O poeta (...) é também um actor, um prestidigitador
Fotografias de Joana Rosa de Sousa
Lançamento de Mário Cesariny e O Virgem Negra ou A morte do autor e o nascimento do actor, de Fernando Cabral Martins (Documenta), e de Cadernos 15: Mário Cesariny - Entre nós e as palavras (Centro de Estudos do Surrealismo), no dia 26 de Novembro de 2016, no âmbito dos X Encontros Mário Cesariny, organizados pela Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão.
sábado, 26 de novembro de 2016
Tributo a Mário Cesariny
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
Mário Cesariny e "O Virgem Negra" I Convite
Capa: Mário Cesariny, Homenagem a Fernando Pessoa Ocultista.
Página de um caderno de esboços para escultura, s/d. Col. Fundação Cupertino de Miranda.
Mário Cesariny e O Virgem Negra
Página de um caderno de esboços para escultura, s/d. Col. Fundação Cupertino de Miranda.
Mário Cesariny e O Virgem Negra
ou A morte do autor e o nascimento do actor
Fernando Cabral Martins
O poeta é o autor do poema
e é também um actor, um prestidigitador.
Mário Cesariny
Cesariny, uma arte da montagem. Pessoa, uma arte do desdobramento. Um e outro têm um sistema que os organiza e fundamenta, o Surrealismo para um, a heteronímia para o outro. Mas o Surrealismo de Cesariny é pouco ortodoxo e muito ligado ao contexto próprio português. E a heteronímia presta-se demasiado a leituras delirantes, e, na verdade, acaba sendo semi-abandonada por Pessoa nos seus últimos anos. Um e outro estão entre os poucos realmente grandes poetas do século XX, e é intrigante que o mais novo deles tenha dirigido ao primeiro uma diatribe tão violenta como O Virgem Negra. A hipótese aqui desenvolvida, em duas séries de comentários, é que não é Pessoa que é atacado (nem as suas obras maiores), mas o mito que dele se criou, e, sobretudo, certos persistentes lugares-comuns da sua leitura. Fernando Cabral Martins
LANÇAMENTO
Sábado | 26 Novembro | 16h00
Pequeno Auditório da Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão
apresentação por
Perfecto E. Cuadrado
no âmbito da iniciativa
Mário Cesariny - Encontros X
24, 25 e 26 de Novembro de 2016
organização
Fundação Cupertino de Miranda
comissários
Perfecto E. Cuadrado e António Gonçalves
terça-feira, 22 de novembro de 2016
Mário Cesariny I Encontros X
MÁRIO CESARINY - ENCONTROS X
organização
Fundação Cupertino de Miranda
comissários
Perfecto E. Cuadrado e António Gonçalves
24, 25 e 26 de Novembro de 2016
Neste décimo ano da partida de Mário Cesariny [Lisboa, 9 de Agosto de 1923 - 26 de Novembro de 2006] os Encontros dedicados ao autor realizam-se na Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão, entre os dias 24 e 26 de Novembro. Na continuidade do que tem vindo a acontecer em anos anteriores e com o intuito de lembrar um dos grandes nomes da cultura nacional, a Fundação Cupertino de Miranda detentora de uma parte do espólio artístico e documental do artista convida-o a estar presente.
[do programa, que pode ser consultado aqui]
[do programa, que pode ser consultado aqui]
Para mais informações: www.fcm.org.pt
Praça D. Maria II, 4760-111 V.N. Famalicão, telefone 252 301 650 / geral@fcm.org.pt
sábado, 19 de novembro de 2016
Chema Prado na Livraria Sistema Solar I Chiado
Jim Jarmusch e Sara Driver, aqui fotografados pelo próprio Chema Prado, visitaram a Livraria Sistema Solar e viram a exposição "Blanco y Negro", de Chema Prado, inaugurada no passado dia 10 no âmbito do Lisbon & Estoril Film Festival 2016.
Esta exposição, que revela, em imagens a preto e branco, diversos recantos de Madrid, Paris, Berlim, Lisboa, Praga, Nova Iorque e Los Angeles, pode ser visitada no horário habitual da livraria.
Esperamos a sua visita.
sexta-feira, 18 de novembro de 2016
O Homem que Falou I Jean Giono
O Homem que Falou
(Un de Baumugnes)
Jean Giono
Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes
ISBN: 978-989-8833-07-5
Edição: Outubro de 2016
Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm [brochado, com badanas]
Número de páginas: 160
Homem que olha para a mesa depois de ter
bebido e suspira, é porque vai falar.
Durante anos a imaginação de Giono alimentou-se de uma Provença inventada. Tenho direito a uma Provença inventada, contrapunha ele às objecções que alguns lhe faziam esforçando-se por lhe colar, bem colado, o rótulo de mentiroso. Inventei uma terra («como Faulkner», acrescentava às vezes), povoei-a com personagens inventadas de dramas inventados. […] Tudo é inventado. Tudo pertence à terra que tenho à frente dos olhos, mas depois de ela passar através de mim. […]
Esta magnífica Provença imaginada é a que sentimos nas páginas de O Homem que Falou; mas também a decisão de dar à forma a oportunidade de um grande triunfo sobre a intriga. Giono inventa para este livro a mais simples e linear das suas histórias, aquela que não excede muito em ambições a de um «romance de gare»; força-se por vezes a um singelo sentimentalismo, e não hesita perante um desfecho que pode inscrever-se na banal fórmula do «felizes para sempre». […] Luiz Pacheco, porém, que tinha por este romance uma particular admiração, costumava citá-lo como resultado de uma surpreendente «aposta ganha», como uma decisão de provar o que podem a força da palavra e a sua conversão em estilo quando há quem saiba deixá-las magnificamente «postas em obra»; como é possível através delas levar uma intriga que percorre banais circuitos a fazer-se marco na obra de um escritor e permanecer com lugar alto nos favores do público e da crítica. Na época em que foi publicado O Homem que Falou houve surpresas e entusiasmos; mas só destacamos aqui a singular observação que ficou numa frase de André Maurois: «Este belo no que é simples […] procurado em George Sand e encontrado em Homero.» [Aníbal Fernandes]
Jean Giono [Manosque, 1895-Manosque, 1970], escritor e argumentista francês, nasce de uma família modesta de origem piemontesa. Aos 16 anos abandona os estudos e trabalha num banco para ajudar a família, até ao início da Primeira Guerra Mundial, na qual prestou serviço militar. Em 1919 voltou para o banco, de onde saiu em 1930 para se dedicar inteiramente à actividade literária após o êxito do seu primeiro romance La Colline, de 1929, o mesmo ano em que publicou Un de Baumugnes (O Homem que Falou). Em 1953 é galardoado com o Prémio Literário Prince-Pierre-de-Monaco e mais tarde tornou-se membro da Academia Goncourt (1954). Entre as suas obras mais conhecidas estão os romances da trilogia Pan, dedicadas ao deus grego Pan e ao panteísmo: La Colline, Un de Baumugnes e Regain. São também muito conhecidas as suas obras Voyage en Italie e L’homme qui plantait des arbres. Vários livros seus foram adaptados ao cinema.
O Dicionário do Diabo I Ambrose Bierce
O Dicionário do Diabo
Ambrose Bierce
Apresentação, selecção e tradução de Manuel Afonso Costa
ISBN: 978-989-8833-14-3
Edição: Outubro de 2016
Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm [brochado, com badanas]
Número de páginas: 176
CEMITÉRIO s.m. […] onde os enlutados
parentes unanimemente mentem, […]
CÍNICO, s.m. Escroque que por uma visão deficiente vê as coisas tal como são e não como deveriam ser. Por esse motivo os Citas tinham por hábito arrancar os olhos aos cínicos a fim de lhes melhorar a visão.
CONSERVADOR, adj. É o que se diz do estadista cioso de manter os males existentes, por oposição ao liberal, que deseja substituí-los por outros.
EGOÍSTA, s.m. Pessoa de mau gosto, mais interessada em si mesma do que em mim.
MANSIDÃO, s.f. Incomum paciência na planificação de uma vingança.
RELIGIÃO, s.f. Filha da esperança e do medo que vive explicando à ignorância a natureza do incognoscível.
[Ambrose Bierce]
Ambrose Bierce nasceu no Ohio no Condado de Meigs no dia 24 de Junho de 1842 e pensa-se que terá falecido a 26 de Dezembro de 1913 ou 1914, provavelmente no México. Depois de uma incursão em território mexicano, desapareceu sem deixar rasto.
Dizem que foi fuzilado pelo exército revolucionário de Pancho Villa, mas nem isso é absolutamente seguro. Em língua portuguesa destaca-se a obra Um Incidente na Ponte de Owl Creek e além desta, um livro de Contos e ainda Esopo Emendado & Outras Fábulas Fantásticas, Fábulas Fantásticas e, finalmente, Histórias de Fantasmas. O Dicionário do Diabo (1911) é a sua obra mais conhecida.
quinta-feira, 17 de novembro de 2016
Arte e Poder na Era Global I Alexandre Melo
Arte e Poder na Era Global
ISBN: 978-989-8834-39-3
Edição: Outubro de 2016
Preço: 11,32 euros | PVP: 12 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm [brochado, com badanas]
Número de páginas: 128
Sistema das artes é a expressão que adoptamos para designar o conjunto de relações entre as práticas criativas e as dimensões económicas e institucionais da sua inserção no âmbito das práticas culturais (em sentido lato) e das práticas sociais em geral. Chamamos práticas criativas ao conjunto das artes consagradas pela tradição da história das artes, sem excluir (mas também sem ignorar as especificidades de) outras actividades criativas que assumiram uma recente tendencial inclusão no — ou candidatura ao — estatuto artístico (é o caso da fotografia, arquitectura ou design, em sentido lato). […]
Olhando para os sistemas das artes de um modo que nos permita descrever, de forma genérica, as suas configurações, neste início do século XXI, detectamos um conjunto de características que julgamos poder tomar como ponto de partida e para as quais escolhemos as designações que a seguir enunciamos.
Globalização, em termos de tendência histórica.
Segmentação e hierarquização, em termos de estruturas de produção.
Pluralismo e relativismo, em termos de discursos de legitimação.
Experimentação, eclecticismo e transdisciplinaridade, em termos de processos de trabalho.
Mediação generalizada, em termos de modo de inserção social.
Explicaremos o que entendemos por cada uma destas noções, dando também, de modo não exaustivo, alguns exemplos da forma como se manifestam em diferentes áreas da produção artística, designadamente, cinema, música, artes do espectáculo, artes plásticas ou literatura.
[Alexandre Melo]
Alexandre Melo nasceu em Lisboa, onde vive e trabalha. Licenciado em Economia e Doutorado em Sociologia, é professor no ISCTE, onde lecciona Sociologia da Arte e da Cultura Contemporânea. Desde o início da década de 1980 que escreve para jornais e revistas internacionais de arte contemporânea. Organiza exposições, participa em colóquios e conferências e escreve para catálogos e antologias, em Portugal e no estrangeiro. Tem vários livros publicados, entre os quais Velocidades Contemporâneas, Julião Sarmento, Artes Plásticas em Portugal, Arte e Mercado em Portugal.
Triunfo da Crise Económica I Alexandre Melo
Triunfo da Crise Económica
ISBN: 978-989-8834-40-9
Edição: Outubro de 2016
Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm [brochado, com badanas]
Número de páginas: 168
Um espectro assola a Europa e o mundo: o espectro da crise. Há uma espécie de horror à palavra «crise». […]
A realidade é que só há, sempre e só, crise.
A vida é liberdade. A liberdade é luta pela liberdade porque (todos?) os seres humanos querem aquilo que querem e para poderem tentar obter aquilo que querem precisam de liberdade e por isso lutam pela liberdade para poderem lutar por aquilo que querem. A menos que não queiram nada ou nunca tenham pensado no assunto, o que torna a vida (ou seja a luta, a crise) mais fácil para os outros. Mas é difícil encontrar pessoas que pelo menos não queiram respirar, comer, beber, coisas de cariz sexual […] e ainda mais algumas coisas.
As consequências do facto de a vida social dos seres humanos ser o conjunto das acções das pessoas empenhadas em fazer aquilo que querem são igualmente evidentes.
Não é possível todas as pessoas fazerem tudo o que querem porque muitos não sabem o que querem (a cabeça é fraca, ou seja, o sistema nervoso humano é muito complexo) e porque essa imensidade de coisas queridas pelas pessoas contém uma imensidade de desejos incompatíveis.
Por isso a vida é liberdade. A liberdade é luta. A luta é crise.
O «capital» é a liberdade. A «luta de classes» é liberdade. O problema é a definição de «classe», mas esse é um outro problema.
Transferindo estas reflexões singelas para o terreno da economia e do pensamento económico a constatação primordial é igualmente simples.
As pessoas tendem a querer mais, embora seja sempre bem vindo, até pela sua raridade, o contributo (cristão?) daqueles que por ventura já estejam satisfeitos, ou queiram menos ou nada. […]
Todos querem mais. «Everybody wants money. That’s why they call it money».
«Não há dinheiro. Qual das palavras desta frase é que não percebem?». Não há nem nunca vai haver dinheiro que chegue.
Para designar todas estas coisas óbvias utilizam-se, segundo as diferentes tradições do pensamento económico dos séculos passados, palavras e expressões como «liberdade de escolha», «luta de classes» ou «capital». São sinónimos e designam apenas a evidência do facto de a vida económica ter a forma de crise.
Só há crise.
[Alexandre Melo]
Alexandre Melo nasceu em Lisboa, onde vive e trabalha. Licenciado em Economia e Doutorado em Sociologia, é professor no ISCTE, onde lecciona Sociologia da Arte e da Cultura Contemporânea. Desde o início da década de 1980 que escreve para jornais e revistas internacionais de arte contemporânea. Organiza exposições, participa em colóquios e conferências e escreve para catálogos e antologias, em Portugal e no estrangeiro. Tem vários livros publicados, entre os quais Velocidades Contemporâneas, Julião Sarmento, Artes Plásticas em Portugal, Arte e Mercado em Portugal.
Hospital Miguel Bombarda — 1968 I José Fontes
Hospital Miguel Bombarda — 1968
José Fontes
Textos e organização de António Fernando Cascais e Margarida Medeiros
ISBN: 978-989-8618-39-9
Edição: Outubro de 2016
Preço: 15,09 euros | PVP: 16 euros
Formato: 23,5 x 22,5 cm [brochado]
Número de páginas: 156
[Livro com apoio no âmbito do Projecto Cultura Visual da Medicina]
Quando o médico José Fontes fez a sua colecção de fotografias da vida quotidiana do Hospital Miguel Bombarda no final da década de sessenta, a corrente institucionalizadora dos doentes mentais continuava a prevalecer e, em alguns países, ainda se registaram nessa época picos históricos de internamento. Embora as correntes antipsiquiátricas fortemente críticas da institucionalização começassem a fazer-se ouvir e o recurso aos psicofármacos se começasse a generalizar, potenciando uma antiga tendência despsiquiatrizadora que hoje se sabe ter sempre acompanhado afinal a própria teoria e prática psiquiátrica, não era então nada certo que as já perceptíveis mudanças nas concepções de prestação de cuidados de saúde mental fossem de molde a levar à completa obsolescência, e consequente desaparecimento, do hospital-asilo de que o Miguel Bombarda constituía ao mesmo tempo um símbolo e uma eminente realização material.
Significa isto que as imagens fotográficas de José Fontes ignoram, porque não lhes seria dado saber no momento de serem feitas, tanto o destino iminente daquilo que registavam, como o seu próprio valor enquanto documento que o passar do tempo multiplicaria de forma exponencial, até se tornarem no património absolutamente precioso que doravante são. [António Fernando Cascais]
José Fontes [Abrantes, 1940] iniciou a frequência do Curso de Medicina em Lisboa. Foi membro da Comissão Pró-Associação de Estudantes e aí fundou a Secção de Intercâmbio e Turismo. Continuou a frequência do Curso de Medicina em Coimbra e nesse período, conjuntamente com António Portugal, fundou a Secção Fotográfica da Associação Académica de Coimbra. Organizou cursos de fotografia conjuntamente com outros médicos e professores ilustres. Voltou a frequentar a Faculdade de Medicina de Lisboa, onde dirigiu o departamento fotográfico (primeiro como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e depois como bolseiro do Instituto de Alta Cultura). No Instituto de Anatomia montou um serviço de radiologia e um departamento de microangiografia para apoio a doutorandos e outros investigadores. Paralelamente, como associado do Foto Club 6 x 6 (membro do International Federation of Fotografic Art — FIAP), fez parte do seu Conselho Artístico e participou em concursos nacionais e internacionais, tendo igualmente efectuado exposições individuais.
quarta-feira, 16 de novembro de 2016
Beckett no Chiado I Convite
A editora Sistema Solar / Documenta convida para a apresentação do livro
O Olho Divino
Beckett e o cinema
Beckett e o cinema
Tomás Maia
Sábado, 19 de Novembro, às 18h30
Livraria Sistema Solar | Chiado
Pátio Siza, entrada pela Rua Garrett, 10, ou pela Rua do Carmo, 29, Lisboa
Com a presença de Federico Nicolao e do autor
Projecção de Filme (22’), de Samuel Beckett
O livro contém a tradução integral do argumento de Filme, por André Maranha e Tomás Maia
O Olho Divino: Beckett e o cinema I Tomás Maia seguido de Filme I Samuel Beckett
O Olho Divino: Beckett e o cinema
seguido de
Filme
Samuel Beckett
Tradução de André Maranha e Tomás Maia
ISBN: 978-972-8834-44-7
Edição: Outubro de 2016
Preço: 13,21 euros | PVP: 14 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm [brochado, com sobrecapa]
Número de páginas: 136
E se a nossa história — toda a história humana — narrasse uma perseguição, perseguição imparável que exprime uma busca íntima?
E se a história humana fosse primeiramente determinada pela nossa condição de caçadores, os homens perseguindo-se a si mesmos através e à custa de outros homens? E — sobretudo — se perseguir Deus não fosse outra coisa senão a autoperseguição do eu que se quis e quer identificar de vez?
Então, talvez compreendêssemos que o problema não está no facto de perseguir, mas na perseguição de uma identidade plena ou definitiva causando a morte que nos devasta colectivamente —imemorialmente. Se começarmos por aceitar a «ausência de Deus» — e de todos os seus sucedâneos —, compreenderemos que não há um sujeito que se persegue, porque a «fuga» dos homens é, somente, a do tempo: é a abertura que precede qualquer «sujeito». O curso da história só mudará decisivamente quando interrompermos, em nós mesmos, a relação entre a presa indefesa e o predador ou o guerreiro invencível.
São estas as hipóteses de fundo deste livro. Todavia, as páginas seguintes acompanham uma única obra partindo deste princípio: o cinema é essencialmente uma busca, e nesta confunde-se tanto a procura que visa deter o tempo (e é a autoperseguição) como aquela que seria a fuga do próprio tempo (e é a perseguição de um outro que nos precede e nos sucede infinitamente). […]
Beckett vai mostrar-nos assim não só a verdade da autoperseguição, como também a possibilidade de um cinema — e, mesmo, a possibilidade do cinema — que não cede à ilusão mortífera dos caçadores. Um cinema que simplesmente dá a ver aquilo mesmo que faz o cinema: esse olho que, desprovido de qualquer vontade subjectiva, de qualquer tempo próprio ou desejo mortífero, perseguirá não um Sujeito, mas aquilo que o precede: o nascimento do visível. E se esse olho exercerá sempre um poder fascinante sobre o espectador, um poder que retoma e renova o fascínio causado pelo olhar dos primeiros ídolos (isto é, das primeiras representações de mortos), então vou dar-lhe o nome de olho divino. [Tomás Maia]
Misquoteros — A Selection of T-Shirt Fronts I Eduardo Batarda
Misquoteros — A Selection of T-Shirt Fronts
Eduardo Batarda
Textos de Ana Anacleto, Eduardo Batarda, João Fernandes
ISBN: 978-989-8834-43-0
Edição: Novembro de 2016
Preço: 35,85 euros | PVP: 38 euros
Formato: 21 x 28 cm [brochado]
Número de páginas: 176
[Em colaboração com o MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia]
Catálogo publicado por ocasião da exposição «Eduardo Batarda. Misquoteros — A Selection of T-Shirt Fronts», realizada no MAAT — Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, em Lisboa, com curadoria de Ana Anacleto e João Fernandes, de 9 de Novembro de 2016 a 13 de Fevereiro de 2017.
Desde os anos de 1960 que Eduardo Batarda tem utilizado textos, tanto combinados com imagens como em pinturas sem qualquer presença figurativa. O ciclo Misquoteros enfrenta os temas da decadência e do esgotamento dos artistas, o sucesso e o insucesso na carreira, e a problemática dos estilos tardios. O ciclo conta com trinta quadros, sobre os quais se distribuem 646 frases obtidas por colagem de textos, muitas vezes com recurso ao acaso, como num longo cadavre exquis individual. Quase todas as frases partem de expressões correntes ou de ideias feitas. Algumas referem afirmações muito ouvidas, sobre as virtudes da maturidade ou relativas à decadência que vem com a idade avançada. O mesmo acontece com as 64 que contêm fragmentos ou palavras soltas de três artigos relativos a Picasso, a Tiziano e a Greco, artistas cujas «fases tardias» foram objeto de debate. A série, preparada e executada entre o Outono de 2014 e o começo de Julho de 2016, é encarada pelo autor como um conjunto indivisível.
Eduardo Batarda [Coimbra, 1943] frequentou a Faculdade de Medicina entre 1960 e 1963, ano em que foi admitido e se matriculou na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Terminou os respectivos Cursos, Geral e Complementar, de Pintura em 1967 e 1968, e cumpriu serviço militar obrigatório entre 1968 e 1971. Neste mesmo ano começou a frequentar, em Londres, o Royal College of Art, Faculty of Fine Art, School of Painting, onde se diplomou em 1974 (MaRCA). De 1976 até 2008 foi professor na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Expôs pela primeira vez em 1966, e realizou exposições individuais a partir de 1968. Destas, a última teve lugar no Porto, em 2013. Foram organizadas várias retrospectivas do seu trabalho: em 1975, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, do seu trabalho como bolseiro em Londres; em 1998, no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian (Eduardo Batarda. Pinturas, 1965-1998); em 2009, no Centro de Arte Manuel de Brito, em Oeiras (Eduardo Batarda no CAMB); e em 2011, no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto (Outra Vez Não. Eduardo Batarda). Em Maio de 2016, no Pavilhão Branco do Museu de Lisboa — Palácio Pimenta, realizou-se uma exposição antológica, intitulada Mise en abyme. Eduardo Batarda recebeu em 2007 o Grande Prémio Fundação EDP Arte.
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O que Diz a Pintura I Pedro Chorão
O que Diz a Pintura
Pedro Chorão
Textos de José-Luís Porfírio, Pedro Chorão, Fernando de Azevedo, Rocha de Sousa, Alexandre Pomar, Jorge Silva Melo, Paulo Henriques
ISBN: 978-989-8834-46-1
Edição: Novembro de 2016
Preço: 37,74 euros | PVP: 40 euros
Formato: 24 x 29 cm [brochado com sobrecapa]
Número de páginas: 296
[Em colaboração com a EGEAC e a Fundação Carmona e Costa]
Catálogo publicado por ocasião da exposição retrospectiva «Pedro Chorão. O que Diz a Pintura», com curadoria de José-Luís Porfírio, realizada no Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, Lisboa, de 12 de Novembro de 2016 a 19 de Fevereiro de 2017, e na galeria de exposições da Fundação Carmona e Costa, Lisboa, de 23 de Novembro de 2016 a 7 de Janeiro de 2017.
… os quadros de Pedro Chorão são feitos de um quase nada, os mais feitos, em meu entender. O que é, logo, o mais difícil para um pintor, e ainda mais de reparar, se não é isso apenas um assomo hábil, mais precisamente um despojar-se, um significar-se sem ênfase, saber que o muito se reduz ao tamanho da sua verdade na perseguição que se faça ao encontro do essencial. [Fernando de Azevedo]
O gesto solto, a tinta líquida, a cor seca, a escrita à flor da luz, signos, colagens e afloramentos figurativos — eis alguns dados caracterizadores da Pintura de Pedro Chorão, agora, ontem, talvez amanhã. [Rocha de Sousa]
Vale a pena olhar estes quadros e revê-los também, deixar que o tempo participe, sem pressas, na nossa percepção deles, ir entendendo a vida oculta que se passa sob a superfície aparentemente calma, vale a pena senti-los vibrar com as diferenças de luz. Nesse tempo de olhar e perceber chegará também o tempo de entendermos a persistência do pintor na sua pintura: não um modo de vida, mas um modo de Ser. [José-Luís Porfírio]
Pedro Chorão nasceu em Coimbra, em 1945. Entre 1963 e 1967 viveu em Liverpool, onde começou a interessar-se por pintura. Frequentou o curso de História da Arte na École du Louvre, Paris (1967-1968). Licenciou-se em Pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa em 1976. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris (1976-1978) e em Portugal (1987-1989). Expõe individualmente e em diversas exposições colectivas desde 1972 e a sua obra está presente em variadas colecções. Recebeu os prémios AICA-Philae, 1986; Prémio Bienal de Lagos, 1990; e a Menção Honrosa no Grande Prémio de Pintura BANIF, 2003.
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Ridi Paglaccio I Pedro Cabrita Reis
Ridi Paglaccio
Texto de Mirian Tavares
ISBN: 978-989-8834-38-6
Edição: Outubro de 2016
Preço: 12,26 euros | PVP: 13 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm [brochado, com badanas]
Número de páginas: 72
[Em colaboração com a Galeria Ala da Frente]
Este livro foi publicado por ocasião da exposição «Pedro Cabrita Reis — Ridi Paglaccio», com curadoria de António Gonçalves, realizada na Galeria Ala da Frente, em Vila Nova de Famalicão, de 15 de Outubro de 2016 a 21 de Janeiro de 2017.
A ópera a que Cabrita Reis [Lisboa, 1956] se refere no título desta exposição, Pagliacci, é considerada uma peça do verismo de Leoncavallo, autor contemporâneo de Wagner, e aparece como leitmotiv de um projecto desenvolvido especialmente para a Galeria Trem e agora exposto na Ala da Frente — uma série de desenhos que se sobrepõem a imagens do álbum pessoal do artista, nada oficiais e, algumas delas, profundamente íntimas. O artista, nestas imagens, ora actua ora se despe para uma plateia que não conhecemos, mas da qual passamos a fazer parte, convocados, pela obra, a participar desta claque. Há um desvelamento absoluto em cada uma mas, ao mesmo tempo, marca-se claramente um distanciamento entre artista e espectador, entre personagem e persona, entre Cabrita Reis e as suas imagens. Porque o artista não se expõe, reinventa-se. […]
O artista é uma pessoa e é para ela que o autor escreve a sua ópera. O fato de palhaço é apenas um fato. Também a obra de Cabrita Reis é um fato que lhe cai bem e que ele exibe com mestria, ao mesmo tempo que nos convida a participar da sua intimidade, confundindo-nos com a sua obra-fato-artista. Sem ser um autor romântico, Cabrita Reis persegue a obra de arte total a cada nova exposição, a cada nova mostra daquilo que faz e que é parte integrante daquilo que ele é.
Mirian Tavares
terça-feira, 15 de novembro de 2016
Blanco y Negro I Chema Prado
Blanco y Negro. Fotografias de Chema Prado |
Blanco y Negro. Livraria Sistema Solar - Chiado, Lisboa |
Blanco y Negro
Chema Prado
Chema Prado, um dos mais destacados nomes do panorama cinematográfico internacional, director da Cinemateca Espanhola durante 30 anos, é um apaixonado pela fotografia. Em "Blanco y Negro", o olhar de Chema Prado, revela, em imagens a preto e branco, diversos recantos de um conjunto de cidades: Madrid, Paris, Berlim, Lisboa, Praga, Nova Iorque e Los Angeles.
Marisa Paredes e Chema Prado |
Marisa Paredes e Enrique Vila-Matas |
Livraria Sistema Solar | Chiado
Pátio Siza, entrada pela Rua Garrett, 10, ou pela Rua do Carmo, 29, Lisboa
A exposição está aberta ao público no horário habitual da livraria.
Fotografias (leffest): inauguração da exposição, no dia 10 de Novembro de 2016
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
"Por Dentro das Imagens" na Livraria de Sombra / Cinemateca Portuguesa I Convite
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Apresentação por
Tiago Baptista
(Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema / Universidade Católica Portuguesa)
30 de Novembro de 2016, quarta-feira, às 19h00
Livraria Linha de Sombra
Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema
Rua Barata Salgueiro, 39, em Lisboa
Contamos com a sua presença.
quarta-feira, 9 de novembro de 2016
Pedro Chorão I O que diz a Pintura
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Curador
José-Luís Porfírio
FUNDAÇÃO CARMONA E COSTA | EGEAC | DOCUMENTA
"Pedro Chorão tem vindo a pensar a pintura há mais de quarenta anos. Realiza-a num duplo registo, na escala e na matéria sobre papel, onde o desenho parece procurar e encontrar a pintura, e na tela onde a pintura incessantemente se inventa como espaço.
E é desta forma que surge esta exposição retrospetiva, que terá lugar em dois espaços da cidade, separada por suportes que implicam escalas diferentes.
Assim, a Galeria da Fundação Carmona e Costa recebe os trabalhos em papel, que oscilam entre o ensaio, o gesto e a caligrafia, e as espaçosas áreas da Cordoaria Nacional acolhem as grandes telas e as suas sóbrias invenções do espaço."
terça-feira, 8 de novembro de 2016
Eduardo Batarda I Misquoteros – A Selection of T-shirt Fronts
Eduardo Batarda, XXIX - Made a fortune with that, 2016.
Fotografia: Paulo Cintra e Laura Castro Caldas
Fotografia: Paulo Cintra e Laura Castro Caldas
EDUARDO BATARDA
MISQUOTEROS - A SELECTION OF T-SHIRT FRONTS
Curadores
Ana Anacleto e João Fernandes
Inauguração
8 de Novembro de 2016, às 18h30
Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia
Av. Brasília, Central Tejo | 1350-598 Lisboa
SALA CENTRAL 2
9 de Novembro de 2016 - 13 de Fevereiro de 2017
12h00 - 20h00
(encerra às terças-feiras)
Catálogo
FUNDAÇÃO EDP | DOCUMENTA
Catálogo
FUNDAÇÃO EDP | DOCUMENTA
No ano em que comemora cinquenta anos após a sua primeira exposição, Eduardo Batarda apresenta no MAAT o seu mais recente corpo de trabalho. Com uma carreira centrada na prática da pintura e com uma aturada investigação sobre as questões conceptuais, históricas, formais e cognitivas que atravessam a disciplina, tem vindo a desenvolver um trabalho idiossincrático, recorrendo a referências eminentemente pessoais que influenciam o seu trabalho e as flexões e inflexões deste ao longo do tempo de forma determinante.
O recurso à ironia, ao registo tragicómico e ao sarcasmo (sobretudo virado para si próprio e para o desempenho da sua condição de artista) alia-se às questões inerentes à prática e à história da pintura. Com o título Misquoteros – A Selection of T-shirt Fronts, a exposição reúne um conjunto de trinta pinturas com características formais e conceptuais semelhantes entre si, e que o autor considera como uma só obra. Texto e imagem são, aqui, um e o mesmo, num jogo entre a compreensão, a criação de sentidos e a total ilegibilidade.
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