segunda-feira, 3 de junho de 2019

Tirano Banderas — Novela de Terra Quente I Ramón del Valle-Inclán




Tirano Banderas — Novela de Terra Quente
Ramón del Valle-Inclán

Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes

ISBN 978-989-8833-39-6 | EAN 9789898833396
Edição: Maio de 2019
Preço: 18,87 euros | PVP: 20 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 288


À custa de ironia e força demolidora 
eficaz retrato do mundo demencial do Tirano.


O tempo pôs em destaque dois momentos altos na sua vasta produção literária. É hoje admirado pelas Sonatas (publicadas entre 1902 e 1905), quatro novelas independentes numa excelente prosa modernista (memórias fictícias do marquês de Bradomín psicologicamente dominadas pelas sucessivas estações do ano), mas ainda mais lido no seu Tirano Banderas, o primeiro «romance de tirano» (1926) entre os que hoje conhecemos com exemplos espalhados pelas várias literaturas da América Latina.
O que escrevi antes de Tirano Banderas é musiquinha de violino, dizia o seu autor, reforçando a sua ideia com esta insistência: digo-vos que «musiquinha», e má musiquinha de violino. Tirano Banderas é a primeira obra que eu escrevo. Começa agora o meu trabalho.
Valle-Inclán procurava, com esta radical visão da sua própria obra, sobrepor-se às vozes que um pouco por todo o lado

faziam críticas nem sempre abonatórias à criação da imaginária Santa Fe de Tierra Firme, que ele deixava fluidamente localizada mas dando-lhe, sem dúvida, um muito forte sabor a México. 
[…]
Numa carta ao escritor mexicano Mariano Azuela, Valle-Inclán tentou esclarecer a génese da sua novela: a maior parte dos acontecimentos narrados foram compostos com o material que recolhi em conversas com revolucionários de diferentes classes e matizes, sobretudo das práticas que entre eles existiam, com insuperável interesse pela sua autenticidade e significado. os instintivos deixavam-se adivinhar com grande facilidade, mesmo nos pensamentos mais íntimos que queriam manter ocultos. a minha colheita foi feita em quartéis, hospitais, restaurantes, fandangos, caminhos de carroças, comboios e em todos os lados. Mas muitos acontecimentos estão referidos de uma forma completamente diferente daquela que eu presenciei. 
[…]
Grande parte dos seus capítulos foram previamente publicados como textos independentes, reunidos e retocados para formarem a «novela de terra quente» que viria a chamar-se Tirano Banderas e que também cumpre a difícil tarefa de integrar na língua castelhana central os modismos que o autor absorveu durante as suas permanências na América Latina.
[Aníbal Fernandes]

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