sábado, 18 de abril de 2020

Rua Conde das Antas 53-B 1070-069 Lisboa I Rui Calçada Bastos


Rua Conde das Antas 53-B 1070-069 Lisboa

Rui Calçada Bastos


Textos de Ana Anacleto e Maria Joana Vilela
Design de João M. Machado

ISBN 978-989-8902-29-0 | EAN 9789898902290

Edição: Março de 2020
Preço: 16,98 euros | PVP: 18 euros
Formato: 16,3 x 24,5 cm (brochado)
Número de páginas: 96 (a cores)

Com a Giefarte
Edição bilingue: português-inglês



Ana Anacleto: «Recuperando e fazendo eco, tanto da tradição da escultura minimalista quanto da apropriação dadaísta de objectos encontrados, o artista constrói momentos de tensão, pondo em evidência as questões que tradicionalmente associamos à relação que temos com a escultura — peso, equilíbrio, matéria, corpo, imobilidade ou dinâmica.»


Tendo tido a possibilidade de observar de perto a obra de Rui Calçada Bastos, o seu modus operandi, as suas decisões e as suas hesitações, o modo surpreendente como incorpora no seu trabalho acasos e encontros fortuitos, o seu fazer, o seu desfazer e o seu refazer, podemos afirmar que numa relação assumida e voluntária com a memória, o artista constrói (no presente) situações plásticas que decorrem de experiências perceptivas anteriores (localizadas no passado) que, por consequência, irão alimentar as experiências perceptivas que virá a ter (no futuro).
Diríamos que assume, como poucos, uma herança do Romantismo que lhe permite abraçar metodologias conceptuais baseadas no sujeito e nas suas experiências, na valorização da subjectividade, das manifestações emocionais e da intuição, enquanto portas de acesso ao mundo.
[Ana Anacleto]


Aqui, cada obra advém desse múltiplo pensar e fazer, carregando a espessura de um processo continuado, lançado no gesto presente e também habitável que se acciona e se expande diante daquele que a observa. É, pois, um projecto de continuidade em si mesmo. E é assim que ele compõe uma exposição altamente imersiva que reclama ao mergulho no espaço e ao comprometimento com as obras, para além da simples contemplação.
[…]
Diante disto, resta-nos esperar ou, se quisermos, voltar a ver. No esforço da compreensão e do fazer artístico encontra-se em suspenso o devir que será um dia obra ou que surgirá, em algum momento, na obra já vista, diante daquele que a vê e que se dispõe a ver uma e outra vez. Os gestos futuros dependerão, no entanto, da direcção que o trabalho tomar e que é, podemos dizer, antecipadamente imprevisível. Disso que vemos e que compõe uma realidade possível, o artista é mão que vai à frente e o seu olhar é também sempre, mas sempre e eternamente transformado por ela.
[Maria Joana Vilela]

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