quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Not Yet


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Pedro S. Lobo

Textos de Christian Carvalho Cruz e Rosely Nakagawa
Tradução de Ricardo Sternberg
Design de Gabriel Zellmeister

ISBN 978-989-9006-47-8 | EAN 9789899006478

Edição: Outubro de 2020 
Preço: 30,19 euros | PVP: 32 euros 
Formato: 21 × 29 cm (brochado, com badanas) 
Número de páginas: 144 (a cores) 
Edição bilingue: português-inglês 

Pedro S. Lobo: «Eu não consigo não fazer essas fotos. Amanhã isso pode ter sumido. 
E a minha percepção é que tudo o que eu admiro desaparece.»

Pedro admira as ferrugens, os podres, os descascados. Dos objetos, dos lugares e das pessoas. Fotografa-os com a intensidade brutal e delicada de sua personalidade. Por isso estávamos ali. Durante três dias rodamos setecentos quilômetros pela região portuguesa onde ele tinha fotografado seu trabalho mais recente: os incêndios florestais de 2017 e 2018. Melhor dizendo, o rastro de destruição e tragédia deixado por eles. […] Nestes tempos em que a memória virou bugiganga chinesa comprada em loja de suvenir, a fotografia do Pedro é um grito inconveniente. Há anos o seu percurso artístico está assentado sobre ruínas, catástrofes, desmoronamentos e decrepitude. Começou nos anos 2000 com uma série de imagens em grande formato feita sem favelas. Passou por cadeias, prostíbulos, igrejas, pedreiras, o Alentejo, símbolo do Portugal arcaico que se vai perdendo, e agora o fogo. Tudo fotografado com reverência de arquiteto, mergulho de etnólogo e certa aflição de quem, na beira do precipício, encara a finitude. 
[Christian Carvalho Cruz] 

O Apocalipse não é uma violência de Deus como querem fazer crer os fundamentalistas. É, antes, a ascensão da violência humana a extremos, de acordo com as anotações do pensador francês René Girard, referindo-se ao último livro da Bíblia, O Livro de Apocalipse (O Livro da Revelação), também chamado de Apocalipse de João. É desse apocalipse de Girard que trata o fotógrafo Pedro Lobo. […] O trabalho do Pedro procura o entendimento dessa morte contemporânea, da perda e da violência. Simultaneamente representadas nas camadas sobrepostas de suas imagens, o que Pedro fotografa é o apocalipse quese dá como descoberta ou revelação ao registrar a vida nas paredes mortas. Ou quando olha para trás e encontra a luz na cor rasgada. Quando se vira e sente o frio do fogo nas cinzas. 
[Rosely Nakagawa] 

Pedro S. Lobo, fotógrafo carioca formado na School of the Museum of Fine Arts (Boston)e no International Center of Photography (Nova Iorque), reside e trabalha entre o Rio de Janeiro (Brasil)e Borba (Portugal). Dedica-se prioritariamente a projetos que combinam expressão pessoal e conteúdo social.

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