A Armadilha
Emmanuel Bove
Tradução e apresentação Aníbal Fernandes
ISBN 978-989-9006-84-3 | EAN 9789899006843
Edição: Abril de 2021
Preço: 14,15 euros | PVP: 15 euros
Formato: 14,5 × 20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 224
Louis Parrot: «Um livro ofegante…
Uma força dramática intensa…
Não nos cansamos a todo o momento
De ficar maravilhados.»
Mas a França? A conquistada pelos Alemães do nazismo, a que vai interessar-nos neste surpreendente romance de
Emmanuel Bove? Lembremos que as tropas de Hitler começaram a invadi-la a 10 de Maio de 1940. Perante a força alemã
os exércitos francês, britânico e belga depuseram armas; e o governo francês cedeu, pedindo um Armistício assinado quarenta
e quatro dias depois da invasão.
Esta França vencida sujeitou-se a uma complexa divisão do seu território com diferentes tipos de submissão ao poder
nazi. As suas zonas do norte e do oeste foram ocupadas sem nenhuma camuflagem pelo Terceiro Reich; uma pequena zona
do sudeste foi ocupada pela Itália de Mussolini; a zona central e a zona do sul tiveram a benévola designação de «zona livre»,
servida por um duvidoso poder francês dirigido em Vichy pelo marechal
Pétain, simpatizante da causa nazi.
Neste romance de Bove a personagem principal, secretamente gaullista,
deslocar-se-á entre Lião e Vichy, cidades da «zona livre», e voltará à capital
ocupada pelos alemães; tudo para realizar o seu sonho: juntar-se ao general De Gaulle que organizava na Inglaterra um movimento armado resistente e fazia discursos que a rádio difundia, incitando os Franceses à
revolta. E o seu «processo», sombreado pelo absurdo labirinto dos inquéritos, lembrar-nos-á inevitavelmente Josef K., a personagem de Kafka.
[…]
A guerra mobilizou-o em 1940 como trabalhador militar integrado
numa fundição de Cher. Foi desmobilizado em Julho — por si próprio,
com um certificado em que a sua própria assinatura o desmobiliza,
como será explicado pela personagem (até certo ponto autobiográfica)
de A Armadilha. O sonho de Londres tinha-o levado até Argel mas o
paludismo devolveu-o à França de Outubro de 1944, a França libertada,
a de uma recuperada situação política que já permitia a publicação de
A Armadilha, o seu melhor romance, posto à venda em Abril de 1945, na
véspera do seu aniversário, dois meses antes da sua morte.
[Aníbal Fernandes]
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