Casa de Incesto
Anaïs Nin
Tradução e apresentação de Aníbal Fernandes
ISBN 978-989-8833-73-0 | EAN 9789898833730
Edição: Abril de 2022
Preço: 11,32 euros | PVP: 12 euros
Formato: 14,5 × 20,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 144
Anaïs Nin: «A minha primeira visão da terra foi uma água sem transparência.
Sou da raça de homens e mulheres que vêem todas as coisas através desta
cortina de mar, e os meus olhos são cor de água.»
O seu nome. Naquele registo de Neuilly-sur-Seine e numa página de Fevereiro de 1903 consta que o seu pai, um
pianista cubano, e a sua mãe vagamente cantora com uma complicada ascendência de dinamarqueses, cubanos e franceses,
lhe deram um nome de linha inteira; e vemo-nos incitados a percorrer num esforço de nove palavras, não menos, as que lhe
chamam Angela Anaïs Juana Antolina Rosa Edelmira Nin y Culmell. Tudo o que veio a parecer-lhe — mesmo num
tempo de alargados nomes que eram aviso de bons nascimentos — excessivo; e que aos vinte e nove anos de idade, quando
teve de designar-se como escritora, fê-la chegar na sua folgada sucessão de títulos à simplificação que a resumia num Anaïs
Nin agradável na música e que também soaria, num mais atento mundo de leitores, como Ana is (é) NIN, «a Ana é NIN»,
ou seja, marcada pelo I «eu» entalado entre idênticos e inter-negativos opostos — entendam-se aqui o sexo, os desejos e a
vida. […]
Aos trinta e três anos de idade, Anaïs ainda não era autora publicada de nenhum dos seus romances; o seu nome nas
letras podia apenas reivindicar a autoria de um ensaio sobre Lawrence e de um poema em prosa, Casa de Incesto, que parecia
dever tudo aos franceses do surrealismo. Diz-nos o seu Diário: umas trinta páginas de prosa poética, escrita de uma forma totalmente imaginativa, uma explosão lírica. […]
Stuart Gilbert, o erudito inglês, o «imbatível» tradutor da prosa de
Cocteau para a sua língua, foi entre todos o mais expressivo e o que mais
alegria deu a Anaïs Nin: «É evidente que o autor de Casa de Incesto teria,
numa época mais recuada, terminado a sua carreira na fogueira — na
boa companhia, seria inútil dizê-lo, de Joana d’Arc. Porque há qualquer
coisa de inquietante na sua clarividência. É como se ela tivesse bebido
uma poção ou descoberto um sortilégio que lhe desse acesso a esse mundo subterrâneo que à entrada tem escrito este aviso: “Vós, que aqui entrais,
abandonai toda a consciência!” É preciso coragem para alguém se lançar
nesta busca, e além de coragem, perspicácia e um delicado sentido de
equilíbrio e o abandono de si.Todas estas qualidades, e com elas uma habilidade pouco comum a manejar as palavras e os ritmos, são evidentes
na obra de Anaïs Nin.»
[Aníbal Fernandes]
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