ISBN 978-989-568-014-6 | EAN 9789895680146
Edição: Abril de 2022
Preço: 20,76 euros | PVP: 22 euros
Formato: 17 × 23,5 cm (brochado, com sobrecapa)
Número de páginas: 144
Com o apoio da Câmara Municipal da Guarda | Museu da Guarda
Edição bilingue: português-inglês
Thierry Santos: «Este é o catálogo da exposição Falar com o Tempo, de Ilda David’,
que esteve patente ao público no Museu da Guarda, de 10 de Fevereiro a 18 de Abril
de 2022, e exibiu obras realizadas maioritariamente nos últimos três anos.»
Às pinturas de Ilda David’ aflui uma multitude de gestos e de vozes, vindas de tempos, de lugares e com fôlegos
diferentes. Uma experiência de intensidades, uma viagem sem ideia de regresso.
Ouçamos os títulos das (séries de) pinturas agora expostas: Peregrino, O viandante, Homem silvestre, Génesis, A luz
entra na caverna, Sol a sol, Águas estreitas, Evaporação. Dão-nos o mote e o espírito de um percurso longo, lento, denso,
que se vai tecendo desde o princípio dos anos 1980, quando frequentou a Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa.
Exercício espiritual e busca fenomenológica, meditação e contemplação, visão interior e vibração, a prática pictórica
de Ilda David’ constitui-se a partir de uma abertura total ao mundo e às mais diversas formas visíveis e invisíveis de
existência.
Sobretudo nos últimos anos do seu trabalho, sobre os quais incide esta exposição, essa empatia manifesta-se, na
maior parte dos casos, mais do que pela tematização da natureza, pela fusão dos seus elementos e pela tradução quase
material do seu sincretismo.
As aproximações ao mundo natural que Ilda David’ incansavelmente e metodicamente enceta são como caminhadas. Erráticas errâncias, por vezes, metódicos
percursos, apoiados numa cartografia literária e
iconográfica, outras vezes. Fá-lo em solitário
mas acompanhada de todos os autores e autoras
que são a sua comunidade fraterna e cósmica.
Místicos, românticos, contempladores, botanistas, semeadores, viajantes, poetas, pintores, astrónomos e outros.
O seu trabalho é uma espécie de herborização cujo programa seria tornar a vida em obra e
a obra em vida. Uma recolha atenta aos pequenos pormenores e aos amplos e aos vastos saberes
contidos no mundo. Uma caminhada, um exercício vitalista, «um lugar onde se vai respirar»,
parafraseando Eça sobre os livros de Júlio Dinis.
[Nuno Faria]
Sem comentários:
Enviar um comentário