sábado, 22 de dezembro de 2018

A mesa está sempre posta. Visite-nos e sirva-se!


Nas Livrarias Sistema Solar I Documenta, em Lisboa, 
A MESA ESTÁ SEMPRE POSTA. 
Visite-nos e sirva-se.

Também nos encontra na sua livraria habitual ou em www.sistemasolar.pt
Boas Festas! Boas Leituras!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

«Havia nele toda a sabedoria do judaísmo, o seu humor, o seu realismo amargo; toda a tristeza da Galícia, todo o encanto e melancolia da Áustria.» [Heinrich Böll]


Concebida como uma carta de orientação dirigida a um jovem contemplativo, [...] continua a ser um guia estimulante e seguro para quantos se interessam pelos caminhos do espírito.


«Eu, Antonin Artaud, só quero escrever quando já não tiver mais nada para pensar. — Como alguém que comesse o ventre, os ventos do seu ventre por dentro.»


«Lemos estas cartas [...] como quem decifra duas caligrafias entrelaçadas, cruzadas, abraçadas, deitadas uma sobre a outra, como gatos que brincam na rua.» I José Manuel dos Santos


«Levai-o para casa e lede-o, e vereis que é verdade tudo o que dele eu vos disse.» I Miguel de Cervantes


quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Gatos Comunicantes — Correspondência entre Vieira da Silva e Mário Cesariny (1952-1985)


Gatos Comunicantes — Correspondência entre Vieira da Silva e Mário Cesariny (1952-1985)
Vieira da Silva, Mário Cesariny, Arpad Szenes

Edição e textos de Sandra Santos, António Soares
Apresentação de José Manuel dos Santos

ISBN 978-989-8902-48-1 | EAN 9789898902481

Edição: Novembro de 2018

Preço: 17,92 euros | PVP: 19 euros
Formato: 14,5 x 20,5 cm (brochado com badanas)
Número de páginas: 336

Com a Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva
Apoio da Fundação Cupertino de Miranda



O amor de Cesariny por Vieira (e pelo par-ímpar Vieira-Arpad) é um amor que aponta ao centro do mundo, onde o fogo nasce e se oculta. Por esse amor, tudo se mostra possível, tudo se torna real, tudo se faz visível.

Esta edição é publicada com o apoio da Fundação Cupertino de Miranda, por ocasião de «Mário Cesariny – Encontros XII», realizados em Novembro de 2018.

Página a página, linha a linha, palavra a palavra, este livro ergue as figuras reais de Maria Helena Vieira da Silva e de Mário Cesariny de Vasconcelos. Ergue-as, assim cada um foi inventando o outro, num frente a frente perpétuo, sem intervalo ou traição. Este diálogo de vozes e de silêncios-entre-as-vozes, de palavras e de sem-palavras-entre-as-palavras, levanta estas figuras sobre (e contra) um chão de pequenez, hostilidade e escuridão, dando-as como elas são. E como elas se olharam, se representaram, se admiraram, se amaram uma à outra: únicas, grandiosas e magnificadas. Ao fundo, aparece Arpad, com uma elegância longa, a saudá-los, a saudar-nos, na sua doçura inquieta, na paciência e sabedoria do seu estar. Um pouco atrás, ouve-se, vê-se Guy Weelen a anotar, a preparar, a cuidar, a tramitar, a transmitir. Este livro prova que «os encontros são proporcionais aos destinos» e que o amor pode ser um relâmpago contínuo, livre, invencível.
Lemos estas cartas, tão intensas, tão terríveis, tão belas (às vezes, próximas do «belo tenebroso») como quem decifra duas caligrafias entrelaçadas, cruzadas, abraçadas, deitadas uma sobre a outra, como gatos que brincam na rua.
[…]
Este epistolário é uma erotografia. Mas é também uma terrível acusação feita a um país onde «o ar era um vómito». Uma acusação que ainda não prescreveu! Nestas cartas, com tempos fortes e fracos, com saltos, interrupções, lapsos, intromissões e hiatos, os anos passam, ora lentos, ora rápidos, ora súbitos. Se os contarmos bem, aprendemos que Cesariny toda a vida pensou em Vieira como numa salvação — para ele, para nós. Repito: para nós!
[José Manuel dos Santos]

Graça Costa Cabral — Escultura


Graça Costa Cabral — Escultura
Graça Costa Cabral

Edição de Manuel Costa Cabral, Manuel Rosa, Teresa Costa Cabral

Textos de Fátima Marques Pereira, Fernando Varanda, Graça Costa Cabral, 
Jorge van Zeller Leitão, Maria Flávia Monsaraz, Helmut Wohl, Manuel Castro Caldas, 
Manuel Costa Cabral, Maria Antónia Oliveira, Philip Cabau, Salette Tavares

ISBN 978-989-8902-25-2 | EAN 9789898902252

Edição: Outubro de 2018
Preço: 22,64 euros | PVP: 24 euros
Formato: 17 x 22 cm (encadernado)
Número de páginas: 194 (a cores)

Com a Fundação Carmona e Costa

Edição bilingue: português-inglês


Graça Costa Cabral: «Olho para estas ilhas e vejo o princípio do mundo, o fogo, as lavas, as cinzas, as pedras, os metais, o ferro, a matéria a elevar-se do mar e depois a quietude, o princípio da vida.»


Nasceu na ilha de São Miguel, Açores e muito nova veio para Lisboa. Estudou na Escola António Arroio e na Escola de Belas-Artes, dando curso a uma actividade continuada de escultora. Foi co-fundadora do Ar.Co, projecto a que dedicou toda a sua vida como professora e membro da Direcção. Ao longo destes anos, nunca abandonou o seu trabalho de escultora tendo executado um número significativo de encomendas e participado com regularidade em exposições individuais e colectivas.
Soube aliar de forma exemplar a sua actividade de professora com a de escultora, trabalhando nas oficinas do Ar.Co ao lado dos alunos e explorando as novas tecnologias e materiais que foram sendo incluídos nos programas de aprendizagem.
Nos últimos três anos da sua vida, preparámos a exposição apresentada em Lisboa na SNBA em Abril de 2016, reunindo peças e desenhos inéditos a par da selecção de alguns conjuntos escultóricos já mostrados anteriormente.
Esta exposição foi apresentada dois anos depois na ilha de São Miguel, sua terra natal, no Arquipélago — Centro de Artes Contemporâneas, Ribeira Grande, de 26 de Janeiro a 8 de Abril de 2018.
Ao conjunto apresentado em Lisboa juntaram-se 14 pinturas todas de 2001, 73 pequenas esculturas de porcelana, ferro e bronze e uma meia dúzia de peças pertencentes a colecções sediadas nos Açores.
Como homenagem sentida e saudosa é editado este livro/catálogo que reúne um conjunto fotográfico da exposição nos Açores, uma recolha de textos críticos, depoimentos e poemas de amigos e integra ainda um currículo detalhado e uma exaustiva fortuna crítica.
[Manuel Costa Cabral, «Graça Costa Cabral (1939-2016)»]

Lux in Tenebris I Miguel Telles da Gama


Lux in Tenebris
Miguel Telles da Gama

Textos de José Sarmento de Matos, Jorge Silva Melo, Manuel Costa Cabral

ISBN 978-989-8902-46-7 | EAN 9789898902467

Edição: Novembro de 2018

Preço: 16,98 euros | PVP: 18 euros
Formato: 17 x 22 cm (encadernado)
Número de páginas: 104 (a cores)

Com a Fundação Carmona e Costa

Edição bilingue: português-inglês



O Miguel mete-se connosco, desencadeia fiozinhos do inconsciente que irrompem nas tais bolhinhas que perturbam o correr plácido do consciente. Espicaça-nos. Mas cuidado: ele mete-se connosco mas não brinca connosco.

Este livro foi publicado por ocasião da exposição Lux in Tenebris, de Miguel Telles da Gama, com curadoria de Manuel Costa Cabral, realizada na Fundação Portuguesa das Comunicações entre 22 de Novembro de 2018 e 5 de Janeiro de 2019.

No princípio deste ano, o Miguel desafiou-me para ver o que eu achava do primeiro quadro que estava quase pronto e que abria o tema da sua próxima exposição. Lá fui ao seu atelier pequeno no fundo do quintal para observar com bastante interesse, pois daquele pincel nunca se sabe o que pode sair. Olhei, e gostei da originalidade do tema e da estranheza que me causou. […] Para mim, a pintura não se interpreta, sente-se.
Desde o momento que vi esse quadro, desencadeou-se em mim a sensação incómoda de que um fiozinho subia do inconsciente e fazia como que umas bolhinhas agitadoras na linearidade mais ou menos calma da nossa linha do consciente, da racionalidade e da lógica que nos vai facilitando o confronto com o mundo exterior. Perturbou-me. 
[José Sarmento de Matos]

São armaduras, carapaças, viseiras, palas, articulações, é metal o que Miguel Telles da Gama agora obsessivamente pinta, o que restou de cavaleiros andantes, o que ficou das latas improvisadas do Alexandre Nevsky, negros metais bélicos que já não protegem vencedores nem santos combatentes, há muito que já não há Carlos V para os pintores retratarem no auge da batalha ou na paz de Breda. 
[Jorge Silva Melo]

Porquê a inscrição da pintura num círculo em trabalhos anteriores e agora neste? O círculo como na lanterna mágica, a abordagem através de um buraco de fechadura, de um óculo…

…porque na verdade é disso que se trata, nós estamos do lado de cá e é como se houvesse uma coisa no lado de lá que nós vemos e a que não temos acesso.
[Conversa Manuel Costa Cabral | Miguel Telles da Gama]

Litania I António Sena

Litania
António Sena

Texto de Maria Filomena Molder

ISBN 978-989-8902-49-8 | EAN 9789898902498

Edição: Novembro de 2018
Preço: 16,98 euros | PVP: 18 euros
Formato: 17 x 22,5 cm (brochado com badanas)
Número de páginas: 100 (a cores)

Co-edição com a Giefarte

Edição bilingue: português-inglês


Litania é também uma experiência tipográfica recente, que desenvolve a ideia de variação própria dos escribas medievais, que recorriam a diferentes figuras de maiúsculas, até na mesma palavra.


Este livro foi lançado por ocasião da exposição Litania na Giefarte em Lisboa, de 27 de Novembro de 2018 a 11 de Janeiro de 2019.

Tornar-se naquilo que se é, o preceito nietzschiano de vida — aquele que impede qualquer pretensão ou exigência de evolução, que evita a ilusão da evolução — é observável na obra de António Sena e conhece uma espécie de esplendor nesta exposição. E a coisa não é pêra doce, pois o preceito de Nietzsche, que vai ter com o título-epígrafe de Montaigne (mais humorístico e com menos ar de preceito), obriga a manter uma luta sem tréguas de cada um consigo próprio. E já se sabe que a tão moderna dilaceração íntima é sinal de falta de saúde. Em arte, como nisto de estarmos vivos, o combate é pela saúde. Só que na arte parece que as feridas reabrem constantemente; em rigor, não há cura (seguindo aqui Louise Bourgeois). No entanto, se o artista não cair na armadilha da evolução fora deste tornar-se naquilo que se é, pelo menos ganha uma força atlética, o que é uma variedade imaginativa de saúde.
Aqui ajusta-se que nem uma luva a dedicatória que Giacometti escreveu no catálogo enviado a André Breton, catorze anos depois de ter sido condenado por maus pensamentos e expulso da capela surrealista sem remissão possível, agora que Breton, et pour cause, se interessava de novo, e muito, por ele: «Lembra-te disto. Eu não vou melhorar.»
[Maria Filomena Molder]

Uma Pequena História da Linha – Selecção de Desenhos da Colecção do Ar.Co


Uma Pequena História da Linha
Selecção de Desenhos da Colecção do Ar.Co
Vários autores*

Textos de Filipa Oliveira, Inês de Medeiros, Manuel Castro Caldas

ISBN 978-989-8902-47-4 | EAN 9789898902474

Edição: Novembro de 2018
Preço: 18,87 euros | PVP: 20 euros
Formato: 24 x 29 cm (brochado com badanas)
Número de páginas: 128 (a cores)

Com a Fundação Carmona e Costa

Edição bilingue: português-inglês


Uma pequena história que agrega universos e estéticas muito diferentes unidos pela mão de uma escola de arte.


Este livro foi publicado por ocasião da exposição Uma Pequena História da Linha. Desenhos da Colecção do Ar.Co, realizada na Casa da Cerca, com curadoria de Filipa Oliveira, de 29 de Setembro a 25 de Novembro de 2018.

* A.calpi • Alexandre Camarao • Alexandre Conefrey • Ana Hatherly • Ana Jotta • Ana Santos • Bernardo Simões Correia • Carmo Posser • Claire de Santa Coloma • Daniel Lima • Eduardo F. M. • Fernando Calhau • Francisco Tropa • Gaëtan • João Queiroz • Jorge Martins • Jorge Nesbitt • Jorge Queiroz • Julião Sarmento • Lourdes Castro • Manuel Caldeira • Mattia Denisse • Nuno Henrique • Pedro Sousa Vieira • Rui Moreira • Rui Sanches • Rui Toscano • Sara & André.

Desafiámos o Ar.Co a aqui mostrar uma parte da sua colecção de desenho. É uma exposição sobre a história do Ar.Co, mas é também sobre uma parte importante da história da arte portuguesa dos últimos 45 anos e mesmo da história de Almada. 
[Inês de Medeiros]

O que apresentamos são obras improváveis que relatam o lastro da própria escola: algumas são de artistas que foram alunos, outras de professores, outras ainda de artistas que não tiveram qualquer relação directa com o Ar.Co. Todos são ligados por afinidades electivas, numa lógica relacional. Vinte e oito artistas portugueses que vão desde os muito conceituados aos jovens recém-saídos da escola, através dos quais podemos escrever uma pequena história da linha. 
[Filipa Oliveira]

A colecção conta hoje com perto de 700 entradas, reúne obras de 180 artistas e estende-se pelas áreas do desenho, pintura, escultura, gravura, fotografia, cerâmica, joalharia, instalação, ilustração/BD e vídeo/filme. […] Como ocorrera já em exposições anteriores, o projecto motivou a escola para angariar novas entradas. 
[Manuel Castro Caldas]

(Co)Habitar I Vários autores


(Co)Habitar
Andrea Brandão, Lia Chaia, Daniel Barroca, Joana Bastos, Eurídice Kala, Cinthia Marcelle, Carolina Saquel

Edição de Margarida Brito Alves, Giulia Lamoni, Filomena Serra
Textos de Manuela Júdice, Vítor Ramalho, Margarida Brito Alves, Giulia Lamoni, Filomena Serra, Emilio Tarazona

ISBN 978-989-8902-39-9 | EAN 9789898902399

Edição: Novembro de 2018

Preço: 16,98 euros | PVP: 18 euros
Formato: 17 x 23,5 cm (brochado com badanas)
Número de páginas: 144 (a cores)

Com a UCCLA e Casa da América Latina

Edição bilingue: português-espanhol



Com quem, e com o quê, partilhamos os espaços que habitamos – a nossa casa, mas também, numa escala diferenciada, a cidade e as suas ruas, os lugares reais, virtuais e imaginários que atravessamos?


A exposição (Co)Habitar, com curadoria de Margarida Brito Alves, Giulia Lamoni e Filomena Serra, realizou-se nas novas instalações do edifício da Casa da América Latina e da UCCLA – União de Cidades Capitais de Língua Portuguesa, em Lisboa, de 30 de Setembro de 2016 a 30 de Janeiro de 2017


Será um risco habitar com o estranho […] num mundo onde se constroem muros? Será um risco abrir caminho ao diálogo com o outro? Será um risco construir pontes? Foi o desafio que aceitámos ao convidar Margarida Brito Alves, Giulia Lamoni e Filomena Serra para preparar uma exposição de trabalhos de Lia Chaia e Andreia Brandão, uma brasileira e uma portuguesa, que em conjunto habitam o nosso espaço com as suas criações.
Tal como os novos empreendedores e profissionais que preferem partilhar o seu tempo, o seu talento e as suas afinidades em espaços de coworking e de coliving, estas duas artistas logram, com esta partilha de espaço, uma empatia e uma solidariedade que conferem às suas obras um carácter solidário muito particular.
[Manuela Júdice | Vítor Ramalho]

[…] o título da exposição evoca também os modos como as próprias obras exploram processos ligados a práticas de habitar. Neste contexto, a cidade contemporânea e as suas dimensões sociais, culturais e políticas, e em particular as tensões entre local e global que incorpora, afirmam-se como uma das linhas de pesquisa mais fortes deste projecto, atravessando muitos dos trabalhos apresentados.
[Margarida Brito Alves | Giulia Lamoni | Filomena Serra]

LUZAZUL I Miguel Soares


LUZAZUL
Miguel Soares

Textos de Adelaide Ginga, Bernhard Serexhe, Emília Ferreira

ISBN 978-989-8902-44-3 | EAN 9789898902443

Edição: Novembro de 2018

Preço: 20,75 euros | PVP: 22 euros
Formato: 24 x 28 cm (brochado com badanas)
Número de páginas: 144 (a cores)

Com o MNAC – Museu do Chiado

Edição bilingue: português-inglês




Miguel Soares: «Penso que todos os artistas desejam que os seus trabalhos convidem à reflexão, e neste contexto não é importante se o trabalho tem narrativa ou não.»


Este livro foi editado por ocasião da exposição LUZAZUL, de Miguel Soares, com curadoria de Adelaide Ginga, realizada no MNAC – Museu Nacional de Arte Contemporânea, em Lisboa, de 23 de Novembro de 2018 a 24 de Fevereiro de 2019.

Por coincidência, no ano em que se cumprem dois séculos sobre a publicação de Frankenstein, de Mary Shelley, Miguel Soares atualiza uma das questões centrais do romance, referente ao poder da ciência e aos seus limites éticos. Misturando fotografia, vídeo e tecnologias digitais, Miguel Soares propõe-nos um percurso sobre o nosso passado, presente e futuro com o mundo das máquinas que criámos e havemos de criar […]
[Emília Ferreira]

LUZAZUL é um palíndromo composto por duas palavras, Luz e Azul, que, juntas, se podem ler tanto da direita para a esquerda como da esquerda para a direita. A escolha destas duas palavras prende-se com a luz da tecnologia que domina o mundo de hoje e o conceito de espelho, metonímia de amplitude em desenvolvimento contínuo, presentes neste trabalho de Miguel Soares. […] A problematização de assuntos extemporâneos que ainda não entraram na preocupação da sociedade em geral, nomeadamente a questão do imparável desenvolvimento da Inteligência Artificial e da presença crescente dos robôs na sociedade, levou Miguel Soares a assumir, uma vez mais, uma posição vanguardista, ao antecipar-se na interpretação artística dessa realidade.
[Adelaide Ginga]

A visualização de informação em todo o tipo de ecrãs electrónicos tornou-se a técnica cultural predominante do nosso tempo. […] Além de ter efeitos negativos, geralmente ignorados, no nosso relógio biológico e no nosso bem-estar, a luz azul funciona também como metáfora de uma nova percepção do mundo que é, ao mesmo tempo, a causa e o resultado de tecnologias em rápido desenvolvimento.
[Bernhard Serexhe]

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Horários das Livrarias Sistema Solar I Dezembro de 2018

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Visite-nos nas livrarias do Chiado e da Passos Manuel, em Lisboa, onde encontra livros novos, 
manuseados, raridades bibliográficas, edições únicas e limitadas e muitas outras razões
para percorrer as mesas que procuramos ter sempre postas com diversas iguarias,
de Janeiro a Dezembro não apenas no Natal.

Traga outro(s) amigo(s) também.

Boas Festas. Boas Leituras.

Artur Guerra: «Sinto-me com a consciência do dever cumprido e da missão concluída: fazer a viagem de regresso do Mediterrâneo catalão ao Atlântico português.»

                                                                   Artur Guerra. Andorra, 23-XI-2018

Faz hoje uma semana, decorreu em Andorra a sessão de atribuição e entrega dos prémios internacionais da Fundação Ramon Llull. Como anunciámos nesse mesmo dia, Artur Guerra, tradutor de Tirant lo Blanc, de Joanot Martorell (Documenta, 3 volumes: 2015, 2017, 2018), foi distinguido com o Prémio Ramon Llull de Tradução Literária 2018, tendo proferido uma intervenção em catalão, que aqui reproduzimos seguida de uma versão em português.

Molt Ilustre Sra ministra Olga Gelabert, Honorable Sra Laura Borràs, Sr. Vicenç Villatoro, Sr. Miquel Strubell, senhors membres del jurat, autoritats, amics e tothom aqui presents: 

Aquest moment que vivim aquí avui ens ofereix, sobretot, l'oportunitat d'agrair i celebrar. El degustarem amb goig, perquè sovint els dies com aquest són narrats i recordats durant tota la vida. Rebre aquest guardó és un honor i m'agradaria compartir-lo amb algunes persones que ho han fet possible. 

En primer lloc, voldria donar les gràcies als membres del jurat que m'han distingit amb el Premi de Traducció Literària de la Fundació Ramon Llull 2018 i a l'Institut Ramon Llull, que ha permès, amb el seu suport a la traducció, omplir un buit que fa molt temps, fins i tot masa temps, existia al catàleg portuguès de les grans obres de literatura europea i universal i, especialment, de la molt bella i ineludible literatura en llengua catalana. 

Permetin-me que agraeixi, en segon lloc, a la meva dona i companya de traducció, tasca que fem de gust especialment si la fem tots dos junts, que des d'un principi em va ensenyar que la traducció és, també, un acte d’amor, i en aquest treball, en particular, el seu ajut inestimable en la lectura final del text, especialment del primer i segon volum (i permetin-me aquesta disgressió personal: en sóc cert que superaràs ràpidament aquest mal moment de la teva salut); i agraeixo també als meus fills: Afonso (mig valencià), João (mùsic de jazz, aquí present) i Ana (filla del cor), la seva comprensió perquè sovint he donat a les traduccions una atenció que em reclamaven per a ells. Mereix un esment especial Manuel Rosa, rostre i pilar de l’editorial Sistema Solar, fabricant incansable de l'edició de qualitat d'obres literàries i artístiques a Portugal, i que va tenir el valor d’assumir des del principi aquest projecte de traduir el Tirant lo Blanc. Vull expressar de tot cor tot el meu agraïment a la gran pintora portuguesa Ilda David, que es va enamorar del text i va fer els dibuixos i xilografies que van convertir aquesta edició de Tirant lo Blanc en una obra d'art. No puc deixar de banda el meu germà Luís, que, des que fa molts anys li vaig parlar del meu somni de fer aquesta traducció, ell mai no em va deixar d’animar i sempre va creure i fer tot el possible perquè fos una realitat. Vull esmentar els amics valencians de la meva joventut que em van transmetre, sovint sense adonar-se’n, el seu amor pel català / valencià i que sempre han estat en el meu record: especialment Josep Marí (que em va acollir a casa seva com um germà en un moment difícil de la meva vida), Manuel Molins (que m’ha mostrat la bellesa i la importância del teatre en catalá) i Octavi Monsonís (el primer  que em va parlar dels cantantes de la resistència) i tants d’altres que espero que em perdonen per no anomenar-los ara i aquí. 

Provè d’aquell temps de joventut a València el meu somni de traduir Tirant lo Blanc. Deu fer cosa de trenta anys un altre editor portuguès va anunciar públicament que me’n demanaria la traducció, tanmateix no ha estat fins ara fer realitat el somni, n’ha sorgit la possibilitat, i heus aquí la traducció! Hi va caldre un temps nou, més coneixement i més saviesa (però també menys cabell i la barba més blanca!). O potser sigui, com va deixar dit Fernando Pessoa: «Déu vol, l'home somia i l’obra neix». 

A partir d'una reproducció fidel i completa de l'obra, he intentat mantenir la màxima fidelitat possible al text original, malgrat la seva dificultat, tot reproduint les seves característiques lèxiques, sintàctiques i semàntiques, sempre que aquestes tinguessin correspondència en la llengua portuguesa, tant en la de l’època de Martorell com en la de l'actualitat. He ajuntat unes poques notes per tal que alguns passatges siguin més propers i més comprensibles per al lector portuguès. 

I si el molt destre, subtil i valentíssim mariner portuguès Cataquefarás (sí, portuguès, perquè aquest era el nom del barri urbà, en aquell segle extramurs, de Lisboa) va saber dirigir el vaixell de Tirant i els seus quatre-cents homes armats des de Lisboa fins al Mediterrani, jo, que no sóc tan subtil ni tan valent com ell, em sent amb la consciència del deure acomplert i la missió completada: fer el viatge de tornada del Mediterrani català a l’Atlàntic portuguès; perquè tot i que el text de la vulgar llengua valenciana no es va traduir d'un suposat text portuguès, que al seu torn hauria estat traduït de l'anglès, era urgent i de justícia elemental donar al text la sonoritat i l'ànima de la llengua de Camões, unint una vegada més la cultura de la llengua catalana i la cultura portuguesa. Puc dir que el resultat és una traducció fidel i tan bella com l'original, molt vàlida per a una anàlisi culta, acadèmica i especialitzada i, al mateix temps, molt intel·ligible per al lector comú portuguès. 

Aquest és el treball del traductor, fer que una literatura nacional sigui universal, perquè de fet, com va dir José Saramago: «els escriptors fan literatures nacionals i els traductors fan literatura internacional. Sense traductors, els escriptors serien condemnats a viure tancats en el seu idioma». 

I aixó es tot… 

Moltes Gràcies

Artur Guerra


            Premiados, membros do júri e entidades oficiais. Andorra, 23-XI-2018

Mui Ilustre Senhora Olga Gelabert [ministra da Cultura, Juventude e Desporto do governo de Andorra], Honorável Senhora Laura Borrás [conselheira da Cultura da generalitat da Catalunha], Senhor Vicenç Villatoro [diretor da Fundação Ramon Llull], Senhor Miquel Strubell [presidente da Fundação Congresso de Cultura Catalã], senhores membros do júri, autoridades, amigos e todos vós aqui presentes:

Este momento que vivemos aqui hoje em conjunto oferece-nos acima de tudo a oportunidade de agradecer e de celebrar. Vamos saboreá-lo, porque os dias como o de hoje costumam ser contados e recordados toda a vida. Receber este prémio é uma honra e gostaria de partilhá-lo com algumas pessoas que o tornaram possível. 

Agradeço em primeiro lugar a todos os membros do júri que me distinguiram com o prémio de Tradução Literária da Fundação Ramon Llull 2018, e ao Instituto Ramon Llull, que possibilitou, com o seu apoio à tradução, preencher um vazio que há muito, eu diria mesmo há demasiado tempo, existia no catálogo português das grandes obras da literatura europeia e universal, e em especial da belíssima e incontornável literatura em língua catalã.

Em segundo lugar, permitam-me que agradeça à minha mulher e companheira de tradução, coisa que tão bem sabemos e gostamos de fazer os dois juntos, e que desde o princípio me ensinou que a tradução é também um acto de amor, e, nesta obra em particular, a sua preciosa ajuda na leitura final do texto, sobretudo do primeiro e segundo volumes (e agora permitam-me esta divagação pessoal: estou certo de que superarás rapidamente este mau momento da tua saúde!); e agradeço aos meus filhos Afonso (também meio valenciano), João (músico de jazz, aqui presente) e Ana (filha do coração), pela sua compreensão por eu muitas vezes dar às traduções a atenção de que eles precisavam. Merece aqui uma referência especial Manuel Rosa, rosto e pilar da editora Sistema Solar, fazedor incansável da edição de qualidade de obras literárias e artísticas em Portugal, e que teve a coragem de assumir desde o princípio este projecto de traduzir o Tirant lo Blanc. Quero aqui expressar, do fundo do coração, todo o meu agradecimento à grande pintora portuguesa Ilda David’, que se enamorou do texto e fez os desenhos e xilogravuras que converteram esta edição de Tirant lo Blanc numa obra de arte. Não posso esquecer o meu irmão Luís que, desde que há muitos anos lhe falei do meu sonho de fazer esta tradução, nunca desistiu de me incentivar e sempre acreditou e fez tudo o que lhe era possível para que este sonho se concretizasse. Quero lembrar os amigos valencianos da minha juventude que me transmitiram, muitas vezes sem eles próprios se aperceberem, o amor pela língua catalã/valenciana e que sempre estiveram no meu pensamento: em especial Josep Marí (que me acolheu em sua casa num momento difícil da minha vida), Manuel Molins (que me ensinou a amar o teatro), Octavi Monsonís (que foi o primeiro a falar-me dos cantores da resistência), e muitos outros, que espero me perdoem por não os nomear aqui e agora.

Vem desse tempo o meu sonho de traduzir Tirant lo Blanc. Há cerca de trinta anos, um outro editor português chegou a anunciar publicamente que me iria encomendar a tradução; mas só agora foi possível que o sonho se tornasse realidade, e eis aqui a tradução! Foi preciso um tempo novo, mais conhecimento e mais sabedoria (mas também menos cabelo e a barba mais branca!). Ou talvez, como disse Fernando Pessoa: «Deus quer, o homem sonha e a obra nasce».

Partindo de uma reprodução fiel e integral da obra, procurei manter a máxima fidelidade possível ao texto original, apesar da sua dificuldade, reproduzindo as características lexicais, sintáticas e semânticas do mesmo, sempre que estas tivessem correspondência na língua portuguesa, quer na contemporânea de Martorell, quer na actual. Juntei algumas notas que tornam certas passagens mais próximas e compreensíveis ao leitor português. 

E se o «mui destro, subtil e valentíssimo marinheiro» português, Cataquefarás (sim, português, porque este era o nome do aglomerado urbano, na altura extramuros, de Lisboa), guiou a nau de Tirant e os seus quatrocentos homens de armas de Lisboa até ao Mediterrâneo, eu, que não sou tão subtil nem tão valente como ele, sinto-me com a consciência do dever cumprido e da missão concluída: fazer a viagem de regresso do Mediterrâneo catalão ao Atlântico português; porque, mesmo sabendo que o texto em vulgar língua valenciana não foi traduzido de um suposto texto português que por sua vez teria sido traduzido do inglês para português, era urgente e de elementar justiça dar ao texto a sonoridade e a alma da língua de Camões, unindo mais uma vez a cultura de língua catalã e a cultura portuguesa. Posso dizer que o resultado é uma tradução fiel e tão bela como o original, muito válida para uma análise culta, académica e especializada e, ao mesmo tempo, muito inteligível para o leitor comum português.

É este o trabalho do tradutor, fazer que uma literatura nacional se torne universal, porque, como disse José Saramago: «os escritores fazem literaturas nacionais e os tradutores fazem literatura internacional. Sem tradutores, os escritores estariam condenados a viver fechados na sua própria língua».

E é tudo...

Muito obrigado.

Artur Guerra

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Pensar e agir contra a ditadura do tempo





«André Barata: A maioria das pessoas já está a relativizar o próprio valor da verdade.

O filósofo André Barata acaba de lançar um livro onde reflecte sobre aquilo a que chama a “ditadura do tempo”. Em “E se parássemos de sobreviver?”, o director do doutoramento de Filosofia da Universidade da Beira Interior defende que há uma aceleração artificial do tempo que vem desde a revolução industrial e que ganhou ainda mais força com o digital. Nesta era digital, as redes sociais estão a corroer o discurso racional. “Nunca houve tão grande desvalorização do discurso e do pensamento”, afirma.» 

Entrevista de Filipa Lino / Fotografia de Miguel Baltazar, 
in «Wekeend» / Negócios,  23 de Novembro de 2018, pp. 4-9.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Mário Cesariny I Lisboa, 9-VIII-1923 — 26-XI-2006

                                                                     Mário Cesariny (Foto de João Cutileiro)

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Prémio internacional de Tradução Literária da Fundação Ramon Llull distingue o tradutor português Artur Guerra

Artur Guerra, por Cristina Rodriguez (2018)


O tradutor português Artur Guerra* acaba de ser distinguido com o Prémio Ramon Llull de Tradução Literária pela tradução, do original catalão para português, de Tirant lo Blanc, de Joanot Martorell. A edição é da Documenta, chancela da editora Sistema Solar.

Este prémio visa reconhecer a importância do trabalho dos tradutores literários e premeia a melhor tradução literária, do catalão para outras línguas, editada no ano anterior.

O júri, escolhido pela Fundação Ramon Llull, foi constituído por quatro membros de reconhecido mérito no mundo da tradução literária: Francesc Parcerisas, poeta, professor, tradutor e crítico literário (presidente do júri); Montserrat Camps, doutora em Filologia Clássica e professora de Filologia Grega na Universidade de Barcelona; Anna Casassas, licenciada em Direito e tradutora; Monika Zgustová, escritora e tradutora.

O prémio foi outorgado, não só pela tradução de Tirant lo Blanc, mas também pela trajectória de Artur Guerra como tradutor. 





Tirant lo Blanc é uma obra central da literatura catalã, escrita no século XV e dedicada «ao sereníssimo Príncipe Dom Fernando de Portugal […] mui excelente, virtuoso e glorioso Príncipe, Rei expectante», mas também da literatura europeia e universal, constituindo-se como uma obra seminal do romance moderno e estava, por isso, há muito identificada como uma obra que não podia deixar de ser traduzida para português. Estava identificada a obra e o tradutor, alguém que é conhecido e reconhecido como o mais competente de entre os nossos tradutores para verter «o livro do valeroso e intrépido cavaleiro Tirant lo Blanc, Príncipe e César do Império Grego de Constantinopla, o qual foi traduzido do inglês para a língua portuguesa, e depois para a língua vulgar valenciana, pelo magnífico e virtuoso cavaleiro mossèn Joanot Martorell» — conforme reza o Deo Gratias de Tirant lo Blanc — novamente para português.
Sobre a obra, em D. Quixote de la Mancha, parte I, capítulo VI, diz-nos Miguel de Cervantes:

 «— Valha-me Deus! — disse o cura, soltando um grande brado —, que aqui está o Tirant lo Blanc! Dai-mo cá, compadre, que eu agirei como quem encontrou nele um tesouro de contentamento e uma mina de passatempos. Aqui está Dom Kirieleison de Muntalbà, valoroso cavaleiro, o seu irmão Tomás de Muntalbà, e o cavaleiro Fonseca, com a batalha que o valente Tirant fez com o alão, e as subtilezas da donzela Prazerdaminhavida, com os amores e artimanhas da viúva Repousada, e a senhora Imperatriz enamorada de Hipólito, seu escudeiro. A verdade vos digo, senhor compadre, que em razão de estilo não há no mundo livro melhor: aqui os cavaleiros comem e dormem, morrem nas suas camas e fazem testamento antes de morrer, com outras coisas mais que faltam em todos os livros deste género. […] Levai-o para casa e lede-o, e vereis que é verdade tudo o que dele eu vos disse

A edição portuguesa vem enriquecida com notas, também de Artur Guerra, e desenhos e xilogravuras da pintora Ilda David’ — dando o tom e o ambiente certos à leitura de Tirant lo Blanc, agora vertido do catalão para a língua de Camões —, numa escolha editorial que visou oferecer aos nossos leitores uma edição que perdure para além do tempo da leitura. 


* Artur Guerra nasceu em Silvã de Cima (Sátão, Viseu) no dia 23 de Dezembro de 1949. Vive na Margem Sul do Tejo, no concelho do Seixal.
É licenciado em Filosofia pela Universidade de São Tomás, em Roma, e pela Universidade Clássica de Lisboa. Formou-se em Teologia em Valência, Espanha. Foi professor de Filosofia e de Psicologia do ensino secundário e desempenhou funções de professor bibliotecário, estando actualmente aposentado.
É tradutor freelance de castelhano, italiano e catalão desde 1983. Entre muitos outros, traduziu: José Ortega y Gassett, A Rebelião das Massas (Círculo de Leitores e Relógio D'Água, 1989); Miguel de Unamuno, Do Sentimento Trágico da Vida (Círculo de Leitores, 1989) e A Agonia do Cristianismo (Livros Cotovia, 1991); Miguel Delibes, Os Santos Inocentes (Teorema, 1991); Carlo Coccioli, Buda e o seu glorioso mundo (Livros Cotovia, 1992); Maria Zambrano, Os Sonhos e o Tempo (Relógio D'Água, 1994) e O Homem e o Divino (Relógio D'Água, 1995); Daniel Innerarity, A Filosofia como uma das Belas Artes (Teorema, 1996)
Do catalão, traduziu os seguintes autores: Joan Perucho, As Histórias Naturais (Teorema, 1990); Ramon Llull, Livro da Ordem de Cavalaria (Assírio & Alvim, 1992); Jesus Moncada, Caminho de Sirga (Dom Quixote, 1992); Mercè Rodoreda, Espelho Partido (ASA, 1992) e A Morte e a Primavera (Relógio D’Água, 1992); Maria Barbal, Cânfora (DIFEL, 1997) e Seixo Rolado (DIFEL, 2000); Antoni Tàpies, A Prática da Arte (Livros Cotovia, 2002); Marc Pastor, A Mulher Má, (TopSeller, 2014); Tina Vallès, A Memória da Árvore, (Dom Quixote, 2018); Joanot Martorell, Tirant lo Blanc (Documenta, 1º volume, 2015; 2º volume, 2017; 3º volume, 2018). 
Em 2011, foi distinguido, conjuntamente com Cristina Rodriguez, com o Prémio de Literatura Casa da América Latina pela tradução de 2666 (Quetzal, 2010), romance póstumo do escritor chileno Roberto Bolaño. 
Em 2018, é distinguido com o Prémio Ramon Llull de Tradução — da Fundação Ramon Llul — pela tradução de Tirant lo Blanc, de Joanot Martorell (Documenta, 3 volumes, 2015, 2017, 2018), e pela sua trajectória como tradutor.

Parabéns, Artur Guerra!

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Gatos Comunicantes I Apresentação


Gatos Comunicantes — Correspondência entre Vieira da Silva e Mário Cesariny

Apresentação por 
Manuel Rosa e Perfecto E. Cuadrado

24 de Novembro de 2018, às 16 horas, em Famalicão
no âmbito da iniciativa da Fundação Cupertino de Miranda 
«Mário Cesariny – Encontros XII»

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Memórias — Os anos do exílio em Itália (1.º volume) I Élisabeth Vigée Le Brun


Memórias — Os anos do exílio em Itália
(1.º volume)
Élisabeth Vigée Le Brun

Tradução, apresentação e notas de Maria Etelvina Santos

ISBN 978-989-8902-34-4 | EAN 9789898902344

Edição: Outubro de 2018
Preço: 18,87 euros | PVP: 20 euros
Formato: 15,5 x 21,5 cm (brochado)
Número de páginas: 256



«Pintar e viver nunca foram, para mim, senão uma e a mesma coisa.»

«Quanto a Madame [Luísa] Todi, aliava a uma voz magnífica todas as qualidades de uma grande cantora, e cantava com a mesma perfeição tanto o cómico como o trágico.» 
[p. 94]
«[…] também fiz o retrato, meio corpo, do próprio Lord Bristol, e o de Madame Silva, a jovem portuguesa que depois fui reencontrar em Nápoles e de quem falarei mais tarde.» 
[p. 172]
«Fui ter com Madame Silva, a minha amável portuguesa, para percorrer com ela uma parte da ilha que é encantadora» 
[p. 210]


Figura controversa na sua época, Jean-Jacques Rousseau é o autor escolhido por Élisabeth Vigée Le Brun [1755-1842] para dar voz à epígrafe das suas Memórias. A escolha, não sendo inocente, revela-se mesmo inevitável. Mais do que as memórias da pintora oficial da rainha Maria Antonieta, ou do seu exílio de doze anos, as páginas de Vigée Le Brun reflectem um ponto de vista idêntico ao que encontramos nos textos de Rousseau, sobretudo nas Confessions ou Rêveries: o da sensibilidade que vive no olhar, o da subtileza e cadência da poesia, o da verdade de um ritmo musical ou dos múltiplos matizes da cor, o da convicção que se forma na audácia de quem se confessa sugestionável ou na intimidade visionária de quem cria. É sob esta luz que se desdobram os acontecimentos relatados pela autora.
[…]
Memórias ou autobiografia, estamos perante um texto que se divide em dois grandes momentos (dos quais o primeiro se publica agora em tradução).Esta primeira parte, ou volume, consta das doze cartas à princesa Kurakin (relato da vida da autora, incluindo uma viagem à Flandres, as sessões de pintura com a rainha Maria Antonieta, os anos que antecederam a Revolução, até 1789, e a sua saída de Paris) e dos dez capítulos (correspondentes a cerca de dois anos e meio, entre 1789 e 1792) que relatam a fuga e o percurso através dos Alpes e a sua estada em Itália, até à partida para a Áustria, continuando o exílio que durou cerca de doze anos.
[Maria Etelvina Santos]

Alexandre Melo: Cúmplice dos Artistas


Alexandre Melo: Cúmplice dos Artistas
— Conversas com Sara Antónia Matos e Pedro Faro seguido de uma conversa com João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira (Rádio Quântica)

Alexandre Melo, Sara Antónia Matos, Pedro Faro,
João Pedro Vale, Nuno Alexandre Ferreira

Introdução de Sara Antónia Matos

ISBN 978-989-8902-43-6 | EAN 9789898902436

Edição: Outubro de 2018
Preço: 11,32 euros | PVP: 12 euros
Formato: 12 x 17 cm (brochado)
Número de páginas: 208

Com o Atelier-Museu Júlio Pomar

Este livro dá seguimento ao projecto de entrevistas que se iniciou com Júlio Pomar: O Artista Fala… [2014], continuou com Rui Chafes: Sob a Pele [2015], Julião Sarmento: O Artista Como Ele É [2016] e Cabrita Reis: A Voragem do Mundo [2017].


As conversas com Alexandre Melo entre 2016 e 2017, pretendiam dar a conhecer o percurso do autor e, através do seu exemplo, o modo como se desenvolveu a crítica da arte e se instituiu o sistema de legitimação em Portugal, para o qual ele contribuiu decisivamente, em particular nos anos oitenta — período em que a crítica e o sistema propriamente ditos eram quase inexistentes. É, aliás, sobre isso, e sobre as inúmeras reflexões que foi fazendo ao longo das décadas, que tratam os livros que publicou — resultado nítido dos seus conhecimentos (e formação) no âmbito da economia e das ciências sociais, particularmente a sociologia. O cruzamento destes campos epistemológicos, bem como a sua experiência de docente na Universidade, associados à prática concreta de trabalho directo com os artistas, com as instituições e com os múltiplos agentes do meio, confere a este autor uma amplitude de visão que provavelmente estará na base da sua abertura ético-moral e da sua liberdade crítica, por vezes corrosiva.
[…]
Alexandre Melo, crítico e curador, com um percurso internacional reconhecido, deixa compreender as vicissitudes do universo artístico e institucional e o modo como as formas de legitimação se exerceram.
[…]
Como se verá ao longo das páginas que se seguem, as conversas abrangeram questões relativas à vida pessoal, ao percurso profissional e aos posicionamentos ideológicos do autor, tendo este falado sempre sem reservas, fosse em relação aos assuntos perante os quais mostra mais convicção, fosse relativamente àqueles que lhe oferecem algumas dúvidas.
A ambição das entrevistas passa também por essas oscilações, crenças e motivações pessoais, mostrando através da voz própria que cada autor tem um percurso singular e uma função no meio insubstituível.
[Sara Antónia Matos]

Tirant lo Blanc – 3º volume I Joanot Martorell



Tirant lo Blanc – 3.º volume
Joanot Martorell

Tradução do catalão e notas Artur Guerra
Desenhos e xilogravuras de Ilda David’

ISBN 978-989-8902-17-7 | EAN 9789898902177

Edição: Maio de 2018
Preço: 22,64 euros | PVP: 24 euros
Formato: 15,5 x 21,5 cm (brochado)
Número de páginas: 384


«Aqui finda o livro do valeroso e intrépido cavaleiro Tirant lo Blanc, Príncipe e César do Império Grego de Constantinopla, o qual foi traduzido do inglês para a língua portuguesa, e depois para a língua vulgar valenciana, pelo magnífico e virtuoso cavaleiro mossèn Joanot Martorell […]»


«Sem querer cansar-se mais em ler livros de cavalarias, mandou à ama que tomasse todos os livros grandes e os deitasse para o pátio [a fim de serem queimados].
Por pegar em muitos ao mesmo tempo, caiu-lhe um aos pés do barbeiro; teve vontade de ver de quem era, e viu que se chamava História do Famoso Cavaleiro Tirant lo Blanc.
– Valha-me Deus! – disse o cura, soltando um grande brado –, que aqui está o Tirant lo Blanc! Dai-mo cá, compadre, que eu agirei como quem encontrou nele um tesouro de contentamento e uma mina de passatempos. Aqui está Dom Kirieleison de Muntalbà, valoroso cavaleiro, o seu irmão Tomás de Muntalbà, e o cavaleiro Fonseca, com a batalha que o valente Tirant fez com o alão, e as subtilezas da donzela Prazerdaminhavida, com os amores e artimanhas da viúva Repousada, e a senhora Imperatriz enamorada de Hipólito, seu escudeiro. A verdade vos digo, senhor compadre, que em razão de estilo não há no mundo livro melhor: aqui os cavaleiros comem e dormem, morrem nas suas camas e fazem testamento antes de morrer, com outras coisas mais que faltam em todos os livros deste género. […] Levai-o para casa e lede-o, e vereis que é verdade tudo o que dele eu vos disse.»
[Miguel de Cervantes, D. Quixote de la Mancha, parte I, cap. VI]


O romance Tirant lo Blanc abandona os ideais tipicamente cavaleirescos (cenários exóticos e fantásticos, amores platónicos e princípios morais) para se tornar no primeiro romance realista da literatura europeia, combinando os ideais da cavalaria com a descrição pormenorizada dos usos e costumes da corte e da sociedade do seu tempo, bem como das estratégias militares e dos amores sensuais, onde os protagonistas são humanos com todos os seus vícios e virtudes.

ACABOU-SE DE IMPRIMIR A PRESENTE OBRA
NA CIDADE DE VALÊNCIA
A 20 DO MÊS DE NOVEMBRO DO ANO
DO NASCIMENTO DE NOSSO SENHOR DEUS JESUS CRISTO
DE 1490.