terça-feira, 24 de novembro de 2020

Antes do Início e Depois do Fim: Júlio Pomar e Hugo Canoilas


Antes do Início e Depois do Fim: Júlio Pomar e Hugo Canoilas 

Júlio Pomar, Hugo Canoilas 


Textos de Sara Antónia Matos, Chus Martínez, Hugo Canoilas 
Design de Ilhas Estúdio 

ISBN 978-989-9006-33-1 | EAN 9789899006331 
 
Edição: Junho de 2020 
Preço: 20,76 euros | PVP: 22 euros
Formato: 17 × 21 cm (brochado) 
Número de páginas: 204 (a cores) ´
Com o Atelier-Museu Júlio Pomar

As obras destes dois pintores configuram um campo híbrido, um território 
que leva a repensar a natureza das coisas, dos objectos, dos fenómenos da 
natureza, da arte, das suas matérias, exercícios e metodologias.

Combinando arte, investigação e documentação, o trabalho de Júlio Pomar é enformado por um património crítico que lhe permite abordar a natureza descontraidamente, sem pretensões de apresentar um conhecimento moldado pelos pressupostos da ciência. Natureza, olhar científico e olhar artístico conjugam-se num discurso que ultrapassa as determinações disciplinares e garante um resultado final revelável em diferentes camadas de informação. 
Em diálogo com a obra de Júlio Pomar, de Hugo Canoilas mostra-se um extenso corpo de trabalho que o artista tem desenvolvido nos últimos anos em torno de uma figuração por vezes pré-histórica ou pré-apocalíptica, e por vezes pós- -apocalíptica, numa espectacular tentativa crítica de pensar sobre a sociedade, sobre a relação com a arte e com a natureza através da arte. 
O que implica a criação? E a percepção? Qual é a verdade da natureza e quais são as origens do fazer artístico? No diálogo O Declínio da Mentira, Oscar Wilde sublinhava que «quanto mais estudamos a Arte, menos nos interessamos pela Natureza». […] 
As obras destes dois pintores configuram um campo híbrido, um território que leva a repensar a natureza das coisas, dos objectos, dos fenómenos da natureza, da arte, das suas matérias, exercícios e metodologias. A arte em geral faz equacionar os modos de ver e percepcionar a realidade, implicando o observador numa participação construtiva. A relação entre arte e natureza, entre forma viva e forma artística, revela-se então num espaço de inteligibilidade capaz de esclarecer, heuristicamente, a própria forma do pensamento. 
Foi neste âmbito lato que a exposição ultrapassou a temática explícita nas obras — animais selvagens e domésticos, existentes e extintos — para permitir um outro domínio de reflexões mais abrangentes, particularmente associado às questões da sustentabilidade, da tecnologia, das possibilidades da vida na Terra e, não menos importante, do tempo.
[Sara Antónia Matos]

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