Doze Fronteiras — A raia luso-espanhola
percorrida em toda a sua extensão
Joaquim M. Palma
Fotografias e mapas do autor
ISBN 978-989-9006-46-1 | EAN 9789899006461
Edição: Novembro de 2020
Preço: 16,98 euros | PVP: 18 euros
Formato: 15,5 × 21,5 cm (brochado, com badanas)
Número de páginas: 320 (fotografias a preto e branco)
Ecoando na esteira de todos os passos do
viajante
fronteiriço, um verso do poeta José Tolentino Mendonça:
«Não ames viagens que reduzam a estranheza».
Realidades humanas e paisagísticas emudecedoras existentes nos confins dos dois países ibéricos, culturas ancestrais
remotas engolidas pelos buracos negros da desolação e abandono numa galáxia rural já nos umbrais do não-retorno,
beleza intemporal frágil, marcas predatórias ferozes — eis algumas das faces de uma geografia precária e em fuga
encontrada durante uma sentida viagem ao longo da fronteira entre Portugal e Espanha.
Ecoando na esteira de todos os passos do viajante fronteiriço, um verso do poeta José Tolentino Mendonça: «Não
ames viagens que reduzam a estranheza».
E estranheza houve. Ou não fosse a linha de fronteira ela própria já uma coisa estranha.
O livro que o leitor tem neste momento entre mãos não foi concebido para uso turístico. Não tem mapas com a indicação de pontos de interesse buscados pelas massas, nem de onde ficar ou comer, nem de contactos locais, nem é adornado com fotografias de postal ilustrado. Também não é nenhum estudo
académico de natureza sociológica, etnográfica ou outra; por isso, no final, não
está lá nenhuma secção de notas nem a clássica e habitualmente extensa lista bibliográfica. É, sim, a reprodução de um simples caderno de viagem redigido sem
pretensões de convencer quem quer que seja e cujos conteúdos surgiram da interacção do olhar com o coração e da predisposição de um ser humano para ir à procura do genuíno, onde o belo (e o feio) têm sempre algo a dizer. Os registos, por
separado e por junto, nada exigem e nada prometem; são a folha caída de uma árvore que não está perto e que o vento trouxe inesperadamente — uns dão por ela,
pegam-lhe, olham-na com curiosidade, e vão à procura da árvore, outros não.
Joaquim M. Palma (Vila Viçosa, 1952) foi professor do ensino primário
durante trinta e dois anos. Publicou duas obras sobre educação ambiental. Faz viagens a sítios onde os turistas não chegam e escreve sobre a beleza e o abandono que
atingem pessoas e territórios remotos. Tem alguma poesia publicada em editoras
independentes. Nos últimos dez anos, publicou os textos fundacionais do taoismo.
Presentemente, está a traduzir para português a poesia haiku japonesa. Vive no
campo, perto da cidade de Évora.
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